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sexta-feira, julho 11, 2008

banda do cidadão, 30 anos em portugal

No decorrer da década 1975-1985 desenvolveu-se cada vez mais a legislação europeia sobre a Banda do Cidadão, sendo muitos os países que procederam à respectiva regulamentação.

De facto, após uma fase de desconhecimento e ignorância patenteados por diversas administrações, inclusive uma época de completa proibição, assistiu-se nos anos 80 ao começo da estabilização legal da utilização da Banda do Cidadão.

Nos Estados Unidos verificou-se de forma rápida que os 23 canais inicialmente disponibilizados para esta aplicação eram insuficientes, já que o tráfico habitual haviam saturado a sua capacidade.

A solução foi, na circunstância, ampliar os 23 canais originais para os clássicos 40. Esta normativa chegou, porém, tardiamente à Europa, sendo a Itália o primeiro país a regular legalmente a utilização da Banda do Cidadão, muito embora somente com 23 canais. A situação assumia foros de paradoxal, visto que os equipamentos comercializados eram de origem norte-americana e vinham equipados com os 40 canais, colocando os utentes muito avançados em relação à própria regulamentação.

Em Portugal, a Banda do Cidadão foi legalizada em 1978, a 11 de Julho, através da publicação de um Aviso dos Correios Telégrafos e Telefones, segundo a normativa dos Estados Unidos, passando, desde aí, a ter a legislação mais avançada da Europa, contrariando as recomendações retrógradas da CEPT.

Nesta época, foi determinante a acção dos clubes cebeístas que pressionavam as administrações dos diferentes países, primeiro para a regularização e legalização dos equipamentos já existentes e, depois, para uma adequação às necessidades dos utentes e a aceitação dos equipamentos comerciais que vinham já preparados com potências e quantidade de canais que não estavam de acordo com as normas da época.

O grande desenvolvimento dos finais dos anos 70 teve lugar, portanto, com regulamentações desfasadas ou inexistentes, um grande número de equipamentos não homologados no mercado, numa grande confusão e indefinição.

A falta de uma norma clara de acordo com os próprios cebeístas levou a que os fabricantes norte-americanos e japoneses invadissem o mercado europeu com equipamentos com 80 e 120 canais que não contrariavam nenhuma normativa, visto que pura e simplesmente ela não existia.

O aparecimento desta série de equipamentos a baixo custo e com elevadas prestações somente foi possível com o desenvolvimento de um tipo de circuito electrónico muito barato que podia sintetizar séries de 40 canais com um único cristal de quartzo. Estamos a falar do circuito PLL.

O PLL é um circuito sintetizador de frequência que a partir de um oscilador principal controlado por um único cristal de quartzo e, através de divisores de frequência e de misturadores, pode gerar um grande número de frequências com a precisão e estabilidade de um quartzo sem ser necessário mudar de cristal.

Este desenvolvimento técnico, juntamente com a substituição de transístores por circuitos integrados embarateceu e melhorou a qualidade dos equipamentos, tornando-os extremamente populares.

Quantos aos modos de modulação, sem se abandonar o AM, passou a utilizar-se o FM e as bandas laterais (SSB) com o que se ganhou qualidade com o FM e alcance e rendimento com a segunda.

A recepção fazia-se a partir de um circuito limitador, que consiste na conversão de frequência em tensão, com a qual a modulação original em FM é convertida em AM e posteriormente detectada com um díodo na forma clássica.

Para a operação em SSB o funcionamento era diferente e algo mais complicado: A modulação consistia num único circuito modulador em AM com portadora suprimida mediante um detector de produto, sendo posteriormente suprimida por filtragem a componente indesejada (a inferior para modulação USB e a superior para modulação LSB) e o sinal resultante passava pelo andar amplificador de potência de RF. A modulação ou detecção sofria um processo distinto: O sinal recebido mistura-se com um outro originado num oscilador local que restaura a portadora num circuito chamado misturador balanceado, sinal imediatamente detectado por métodos convencionais.

Esta década representa também a época do grande dinamismo na constituição de clubes da Banda do Cidadão e na grande proliferação de revistas da especialidade, especialmente nos Estados Unidos, em França e em Inglaterra.

Portugal é marcado pelas realizações dos I e II Congressos Nacionais da CB, pela fundação de federações regionais, do Sul e Ilhas, do Centro e do Norte e pela fundação do Caparica CB, o primeiro clube cebeísta em todo o Mundo a ter o estatuto de Pessoa Colectiva de Utilidade Pública.

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