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sábado, julho 12, 2008

uma adega com nobreza

Na hora aprazada todos os convidados estavam presente, sendo recebidos simpaticamente pelo António Sousa, “o senhor dos vinhos interessantes” do Jumbo Almada Fórum e por Mário Pereira e Rui Pinto, da Vinalda, distribuidores dos vinhos da Casa Cadaval, produzidos na Herdade de Muge, destino de mais um passeio vínico organizado pela Garrafeira do Jumbo Almada Fórum.



Ponte 25 de Abril, Eixo N-S, Auto-estrada no Norte e depois a recém inaugurada Ponte das Lezírias, a caminho da Herdade de Muge em plena vila do mesmo nome. Aliás Muge deve a maior parte do seu desenvolvimento à existência desde o século XVII, cerca de 1618, desta quinta que foi empregadora no decorrer dos séculos da maioria dos habitantes da vila e, sazonalmente, de muitos trabalhadores do campo que se deslocavam de terras da Beira Litoral e Beira Baixa na procura de trabalho à jorna.

Estas terras de grande riqueza agrícola, basta referir-se que são atravessadas longitudinalmente em toda a sua extensão pela ribeira de Muge, afluente de rio Tejo, têm origem na partilha territorial que coube a Dom Nuno Álvares Pereira após a Batalha de Aljubarrota. Aliás, este nobre cavaleiro ficou senhor de uma grande maioria das terras de Portugal.

Fomos recebidos na Herdade de Muge por Pedro Dias, da Casa Cadaval, que nos documentou oralmente do historial da Quinta e dos seus proprietários. Curiosamente a Casa Cadaval “é uma casa de mulheres” como teve o cuidado de afirmar, traduzindo o facto da linha sucessória dos Duques de Cadaval ter sido a partir de há muitos anos sempre feita pela linha feminina da família, sublinhando que tal facto se reflecte, inclusive, na qualidade dos vinhos.



No ano de 1953 é plantada nos terrenos arenosos da Herdade e pela primeira vez em Portugal uma vinha somente com a casta trincadeira, iniciativa do marido da duquesa que tendo origem alemã, trazia uma noção de vinhos que ainda não existia em Portugal.

A Herdade de Muge tem uma produção multifacetada, não se limitando aos vinhos, antes produzindo também, girassol, forragens e arroz e dedicando-se à criação de porco preto na zona de sobro já de influência alentejana e de equídeos da raça Lusitana. Por todas estas zonas nos foi dado o grato prazer de visitar para o que nos foi garantido transporte adequado num atrelado puxado por um tractor em que os bancos tinham a macieza de fardos de palha. A gestora da Herdade Dona Teresa Chambord acompanhou-nos gentilmente na muito interessante visita à zona da coudelaria.



Depois de uma cuidada visita à Herdade, o enólogo Rui Reguengo acompanhou-nos no percurso da criação do vinho Padre Pedro, o rótulo mais célebre e celebrizado da Casa Cadaval, dando-nos preciosas indicações dos métodos de fabrico, sublinhando o facto de que o recurso à mais avançada tecnologia vínica não reduz a importância da intervenção humana e não retira aos vinhos nenhuma das características de produção natural, antes coloca os diversos parâmetros de fabrico dentro dos mais correctos e saudáveis limites.



Podemos, assim, tomar contacto com uma prensa para as uvas da mais avançada tecnologia e com a forma como são utilizadas as cubas de fermentação dos mostos em temperaturas rigidamente controladas por forma a se obterem os melhores odores e paladares e a mais correcta cor dos diversos vinhos produzidos. Na zona que antecede o engarrafamento das cerca de 150 a 200 mil garrafas por ano, visitamos a zona de estágio de um ano dos vinhos tintos o que é feitos em barricas de carvalho francês.



[publicaremos oportunamente as notas de prova dos vinhos que estiveram em apreciação]

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