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segunda-feira, setembro 22, 2008

viver é sempre recomeçar

Às 15 horas e 44 minutos (UTC), 16 horas e 44 minutos na hora legal de Portugal continental de hoje, tal como está lavrado n’O Verdadeiro Almanaque BORDA D’ÁGUA, “reportório útil a toda a gente” e confirmado no sítio do Observatório Astronómico de Lisboa, inicia-se o Outono no hemisfério Norte, quando a noite tem a mesma duração do dia e em que faltam 99 dias a recolher até ao final do ano. É tempo de cumplicidade com o mar imenso de azul esverdeado vestido, a versejar na espuma criada no beijar da areia doirada.

Por lá estivemos junto ao espraiar das ondas no Grande Areal, este ano de 2008 um dia mais cedo porque de ano bissexto se trata, mas sempre com o mesmo encantamento.

Estamos a viver o Equinócio de Outono, tempo de consolidação para o crescimento e o esquema natural das coisas. Armazenamos os frutos do esforço realizado e procuramos compreender que novas mudanças são necessárias progredir, quando o tempo de renovação chegar. Tempo de vindima que a uva do ano promete vinho de cariz muito especial, como foi confirmado no mosto resultante da pisa das Festas das Vindimas, em Palmela e, por certo, destinado a uma excelente “reserva”, pois o Sol deu o seu toque mágico nos últimos dias de maturação.

Mas é, igualmente, tempo de mesa farta em marmelos (ah a doirada marmelada!), em romãs (as maçãs de Roma!), nas uvas e nas azeitonas, nas maças maduras e não tarda muito no vinho novo.

Assim como as árvores se libertam das folhas cobrindo o solo de tonalidades castanho e doirado também nós deveremos esquecer comportamentos e atitudes sem utilidade, para nos prepararmos para a Primavera da esperança que logo estará a bater à porta. Aproveitemos momentos de recolhimento no Outono e Inverno e teremos mais luz e alegria nos primeiros dias primaveris.

Nesta terra lusitana, vão imperar as tonalidades castanho e doirado, mas não o ocaso da vida e muito menos a morte da esperança. O Atlântico será estreito para a vontade indomável de povos que se querem bem. No Brasil festejam-se as searas, as flores, o eterno renascer. “Deméter reencontra Perséfone e volta a ser fértil”. Há esperança renovada, porque o “Cavaleiro da Esperança”, contra ventos e marés, continua a encaminhar o Brasil e os brasileiros para o oásis do tempo. E nós irmãos portugueses, os que se não venderam aos dólares das armas e da contaminação do Planeta, sentimos o orgulho do Pai amado.

Hoje é tempo de Equinócio de Outono que marca o início do afastamento do Sol rumo ao Inverno. O dia e a noite são exactamente iguais, com 12 horas cada. Com ele se dá o início astronómico do Outono. O Sol nasceu precisamente a Leste e o ocaso verifica-se a Oeste. Despertei ainda o sol não dera os primeiros passos, caminhei a madrugada tranquila e vivi a luminosidade do amanhecer Verão. Depois, senti a chegada do Outono nas águas ora tranquilas, ora agitadas do mar do Grande Areal, essa Praia do Sol que regimes e governos sucessivos têm prejudicado em defesa das praias do “outro lado” como se a Natureza os não queira juntos na “quebra” do mar Atlântico.

No momento do atravessamento iluminou-se o meu sentir de tonalidades de lilás que por estranho que pareça é a mudança do azul esverdeado da luz intensa para o doirado do pôr-do-sol. Não é estranho, pois, que a tradição ocidental associe este momento com o pôr-do-sol. As civilizações solares antigas acreditavam que o Sol morria no entardecer e era ressuscitado no dia seguinte. Durante a Noite, ele cruzava o Reino dos Mortos, levado, segundo os egípcios, em uma barca. Mas a tradição ocidental liga o Equinócio igualmente à água, em especial, à água do mar.

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Comments:
Olá victor,
Vim aqui especialmente para deixar um beijinho de ausência, e despertou-me a foto de um mar que adoro, parei , olhei, li, a dorei o texto! Lindo mesmo! Pois recomecemos de novo!Sempre que aqui venho encontro sempre textos em conbinação com fotos, passagens da nossa história, textos de encantar! a mim encanta-me saber que existe gente ainda a nõa deixar "tudo isto" no esquecimrnto e com as suas palavras, aprendemos ou relembramos sempre!
Esta oficina encanta-me sempre!
Com a cor das fotos e das palavras!

Um beijo,
Sony
 
Querida Sony
Eu sempre fico deliciado com tuas visitas à Oficina. Sensibilizado com as tuas palavras de carinho. Gosto muito de te ter por cá entre nós.
Um beijo grande.
 
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