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sexta-feira, julho 24, 2009

estado de loucura

Acordei estremunhado na certeza de que ouvira segredar-me uma voz, que me pareceu ter sonoridades adivinhadas, uma frase que me deixou inquieto, agitado mesmo:
“Estou a aprender a ver-me, em vez de me olhar simplesmente, lembras-te? Grande sabedoria essa, a que tu me ensinas...”

Mas que fizera ou dissera eu de tão importante para a dona desta maviosa voz proferir uma frase de tanta doçura? Limitara-me a dar muita atenção ao que me dizia, responder-lhe da forma que julguei mais adequada, sentir o que ela sentia…

Recordei quando a olhava em seus olhos doces e vislumbrei, por instantes, ficarem marejados, brilhantes, luminosos mesmo, fugaz pensamento que lhe varreu o sentir, para depois chisparem de alegria, prata ouro e diamante, num ganho caminhar de vida plena de luar.

A tranquilidade de novo me invadiu espraiar de uma suave ondulação que me conduzia de novo ao reparador sono desejado. “Obrigada pelo carinho”, ouvi ainda.


Pareceu-me que uma eternidade havia passado, recuperação de outros sonos perdidos nas agruras de noites que foram madrugadas, mas a intranquilidade dava de novo sinal de que o corpo de não sentia bem… Um cruzar de sentires díspares próprios de uma vigília persistente…

Uma voz dizia: “nunca serás poeta… nem a sério nem a brincar…
Depois outra: “Não tenho palavras para te dizer quão grata fiquei, quão sensibilizada estou
Retornava a primeira: “Se nem com as palavras sabes brincar…
Insistia a outra: “Quanto honrada fico por me teres entre os amigos

Estou louco pensei. Pensei? Que pensar coerente poderá ter um louco em estado de incompreensão para o mundo que o rodeia?

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Comments:
Meu amigo, tu és um fazedor de amizade. Da mais pura, da verdadeira, da incondicional. Foi nesta oficina das ideias que desenvolveste a arte que veio contigo, que bebeste no leite materno, que recebeste de um pai extremoso, apaixonado pela vida e pelos seus.
Leio-te e sinto que emanas sentires que voam até aos cantos mais longínquos do planeta.

Continua a ser um andarilho, um nómada, um distribuidor de coisas boas.

Beijinhos mil

Bem-hajas!
 
Querida Isamar

Não sou perfeito assim como dizes... mas gostaria de vir a ser, por isso continuo a aprender todos os dias com o que leio e com o que converso com as pessoas... e aqui na blogosfera aprendo a cada minuto.

Andarilho sou... nómada dos sentires também... tenho espírito levantino (conclusão muito recente) e adoro a Lua, Lua Plena e Crescente Quarto.

Beijinhos mil
 
O pensamento é sempre coerente...beijos.
 
Querida Paula

É heroico ser coerente na sociedade actual.

Beijinhos.
 
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