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quinta-feira, julho 02, 2009

ginjinha dos monges

No princípio eram as ginjas…



A ginja, por muitos conhecida por cereja ácida [Prunus cerasus L.], é nativa de muitas regiões da Europa e do sudoeste asiático. As ginjas cultivadas foram seleccionadas a partir de espécies selvagens e da distinta espécie [Prunus acida L.], da zona dos mares Cáspio e Negro, sendo já conhecidas pelos gregos no ano 300aC.

Eram muito populares entre os romanos que as levaram para vários pontos do seu império, entre os quais a Grã-Bretanha, no século I. No século XV a ginja era já um fruto muito comum em Portugal, sendo usada para diversos fins medicinais. Por altura do terramoto de 1755, existiam em Lisboa estabelecimentos que vendiam ginjas mergulhadas em aguardente, bebida que mais tarde viris a ficar conhecida como ginjinha.

Este ano, como em outras ocasiões tem acontecido, a Oficina das Ideias resolveu “produzir” alguns litros de ginjinha segundo uma receita tradicional que no ano de 2003 chegou à nossa posse…


Ginjinha dos Monges do Convento da Rosa

Esta ginja tem como característica própria ser usado o vinho tinto na sua preparação. Os terrenos envolventes da Quinta da Rosa, na Charneca de Caparica, de características arenosas eram ricos em videiras, a partir de cujos frutos se produzia vinho tinto de excelente qualidade.


Ingredientes
1 kg. de ginjas (ginjas de folha, pois claro)
500 gr. de açúcar amarelo
1 lt. de aguardente
0,5 lt. de vinho tinto
Pau de canela
Raspa de casca de limão
1 cabeça de cravo-da-índia

Preparação
Dissolva o açúcar no vinho tinto. Escolha as ginjas das vermelhas e bem ácidas. Tire-lhes o pé e sem as lavar, apenas as limpe com um pano, deite-as em boa aguardente e no vinho tinto, em frascos de boca larga. Junte um pau de canela, raspas de limão e uma cabeça de cravo-da-índia. Mantenha num lugar fresco, à sombra, 1 ou 2 meses. Vá mexendo uma vez por semana, para evitar que o açúcar se condense no fundo.





créditos:
Wikipedia

nota:
Esta receita recolhida pela Oficina das Ideias foi publicada, com a devida autorização, no livro "O Elogio da Ginja", de Paulo Moreiras e Paulo Cunha, editorial Quidnovi, 2006. pág. 63

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Comments:
Deve ser bem boa essa ginginha! Beijinhos.
 
Com as minhas desculpas, prefiro as ginjas...pera aí rapaz, não as metas já...hum que delícia. Prontos (como dizem as netas) agora faz lá essa misturada que eu detesto.

Mas gostei da garrafa, com torneirinha e tudo hem?
 
Querida Paula
O facto de levar vinho tinto na confecção, não conheço outra receita em que isso aconteça, torna-a mais suave e com o grau alcoólico mais baixo.
É realmente uma delícia... daqui a dois meses vamos ver como esta ficou.
Beijinhos.
 
Querida Fatyly
Também gosto de degustar ginjas... embora estas sejam de uma espécie apropriada para fazer o respectivo licor e, portanto, demasiadamente ácidas.
Uma ginjinha sempre me faz lembrar o Bocage e as suas tremendas bebedeiras... inspiradoras bebedeiras, no Solar das Parras.
Beijinho.
 
que delicia!! aqui a conhecemos como cerejas. Costumamos usá-las em drinks e como fruta mesmo e são saborosas. Essas "ginjas" estao viçosas demais, aguçando o paladar de quem olha!
bjs
 
Uau...obrigada pela partilha!
Sempre a aprender!
Jinhos
 
Não sou muito de "bebidas" mas os frascos são tão lindos e o aspecto tão convidativo, que não sei não...até provava!!
 
Querida Lisette

Também temos por cá as cerejas, uma delícia na verdade...

As ginjas são muito parecidas no aspecto mas um pouco mais ácidas. São mesmo conhecidas por "cerejas ácidas".

Estas aqui usadas ainda são de uma acidez superior, ginja de folha, e praticamente só são usadas para doce ou compota de ginja ou, muito em especial, para a ginjinha.

Beijinho.
 
Querida Maria Clarinda

Aprendemos sempre todos. Esta recolha foi feita junto de uma pessoa que entretanto faleceu, e em boa hora foi feita... poder-se-ia ter perdido para sempre esta receita.

Beijinhos.
 
Querida MagyMay

São mesmo bonitos os frascos. E a seu tempo, logo que esteja bebível, irás pelo menos provar...

Ai se lhe tomas o gosto...

Beijinho.
 
Fiquei invejando a maravilha que mandaste pra tua amiga Lila(s), e agora renovas este post uqe está de dar água na boca. É claro que nao bebo nada, mas um cálice pra tirar gosto haveria de ser excelente.
Beijinhos doces
 
Querida Lis

Estamos a "guardar" ideias e visitas para a tua vinda a Portugal.

Um cálice de ginjinha até os monges bebiam... muitos!!!

Beijinhos.
 
o vinho tinto... não faz parte da minhareceita! mas... fico tentada a provar/beber!
beijinhos
 
Querida Gaivota

O vinho tinto amacia a aguardente e baixa o teor alcoólico da ginjinha...

Em compensação cortei um pouco no açúcar...

Tenho cá alguns litros dela disposta a "ser provada".

Beijinhos.
 
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