Partilhar
sexta-feira, julho 31, 2009

mares da comunicação

Desde os tempos em que o registo da memória me permite saber que tenho navegado nos mares da comunicação, comunicação bidireccional ou comunicação multidireccional, aquela que proporciona mais interactividade, aquela que não distingue o emissor de receptor.

Os mares por onde tenho andado, umas vezes azul, outras não tanto, mais para o acinzentado, têm sido fundamentais para o meu crescimento como ser humano, pois tenho encontrado nessas águas ricas o local ideal para a partilha do saber.

Percorri as rádiocomunicações, populares e livres, que quebraram fronteiras na Europa muito antes da existência da União Europeia, aliás derrubando fronteiras no Mundo inteiro, independentemente da religião, da política, do estatuto social das gentes que comunicavam entre si.

Percorri os caminhos da aprendizagem mais do que do ensino, aprendizagem, quantas vezes feita à distância, com o recurso às tecnologias da informação emergentes, percorrendo as auto-estradas do saber partilhado.

Rejeito ou utilizo com cautela a comunicação em que me “obrigam” a funcionar exclusivamente como receptor, especialmente quando detecto intenções de intoxicação, o que acontece amiúde nos debates televisivos, nos discursos dos políticos, nas conferências de imprensa.

Não quero com isto dizer que numa comunicação dialogante não aprenda mais com o que oiço do que com o que digo, mas não invalida que não aceite ser forçado a ouvir quem nada tem para partilhar, antes pretende impor a sua “verdade” como dogma, logo, sem discussão.

Como há dias dizia um popular entrevistado por uma cadeia de televisão “eles falam muito mas nós não percebemos nada”. E quando o Povo não entende não sou eu suficientemente iluminado para aceitar ouvir.

Revejo na blogosfera esse mundo maravilhoso da verdadeira comunicação, da partilha do saber, da permuta de afectos, da interactividade enriquecedora do ser humano. Também ela muito azul, muito luminosa em que o cinzento surge como em tudo na vida, mas logo é afastado pela força do muito querer.

Etiquetas: ,


Comments:
subscrevo na integra o que dizes, e nem imaginas o que tenho aprendido e absorvido nesta tua oficina. Obrigado!

Beijos sinceros
 
Pela idade que tenho, também percorri caminhos e mares onde aprendi bastante e noutros nem tanto.Nunca me coíbi de usar o meu sentido crítico e quando isso não foi possível rejeitei/o as lavagens que me queriam/em impor.Logo no ventre materno comecei a aprender a liberdade, a partilha, a solidariedade. Mais tarde, com poucos anos ainda, foram o pai e os avós que me ajudaram a separar o trigo do joio, abriram-me caminhos para que eu os continuasse e estudante liceal conheci um professor que jamais esquecerei. O Dr. José Afonso, o Zeca, semeava afectos, plantava ideias que vinham ao encontro do que eu ia aprendendo. Algarvia da serra desde cedo tomei conhecimento que muita gente se alimentava do pão amassado com bagas de suor, lágrimas, sangue...
Aqui na blogosfera, " já idosa" encontrei gentes que partilham conhecimento, afectos, sentires semelhantes aos meus e que na vida têm a postura com que sempre fui crescendo. Tu és um deles, amigo Vicktor.

Bem-hajas!

Beijinhos
 
Querida Fatyly

Sabes? Um dos méritos maiores da blogosfera é o haver sempre aprendizagem mútua.

Beijinho.
 
Querida Isabel

Muito grato pelo reconhecimento que deizas expresso no último parágrafo.

É curioso como há sempre uma atracção grande entre sentires semelhantes, iguais, aqui também na blogosfera.

O Zeca marcou muito os meus 20 anos, época de grande envolvimento pessoal em campanhas de "umanidade e subsistência"... curiosamente muitos dos camaradas das lutas de então não resistiram aos escolhos dos caminhos e enveredaram pelos mais fáceis mas menos dignos... ah tantos, tantos...

Beijinhos.
 
È sempre um novo aprendizado essa Oficina e voce ,meu amigo.
NOssos mares podem nao terem sido de igual ou menor tormenta,se azulados ou esverdeados, se calmos ou bravios, mas encontramos em cada um um pouco de nós mesmmos e crescemos a cada texto lido.E os afetos, ah os afetos,que enchem nosso coração de vontade estar mais perto,conhecer nova gente,novos olhares,contudo, atravessar mares é complicado... rsrs Abraços
 
Querida .Lis

É muito bon esreitar os laços de afectividade pouco a pouco, ficam mais fortes por certo.

Quanto ao mar, este mar que nos une, como nos une as largas estradas da blogosfera sempre poderá um dia ser atravessado no real.

Beijinhos.
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?