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sábado, julho 11, 2009

a penitência da cerveja preta

Conta a tradição que os monges de Munique, em plena Idade Média, nas suas divagações alquimistas, criaram uma beberagem com origem nos grãos de cevada torrados que não era, nem mais nem menos, que a cerveja preta, a que chamavam pomposamente “pão líquido”. Escusado será escrever o quanto “abusavam” desta deliciosa bebida de forte travo mas ao mesmo tempo borbulhante e refrescante.

O facto assaz curioso, eram notórias as tremendas bebedeiras que os monges apanhavam com frequência, chegou ao conhecimento do Papa que, de pronto, quis saber que bebida seria essa. Enviou mesmo a região bavárica uma delegação de clericais cientistas para avaliarem da razão e dimensão deste tão estranho acontecimento.

Pouco resultou dos relatos dos membros desta delegação, atabalhoados nas conclusões, contaminados pelos efeitos desta tão exótica beberagem. Ao ponto de o Papa ter enviado uma intimação para que transportassem para Roma amostras deste líquido castanho onde seria analisado pelos maiores especialistas.

Com os transportes demorados da época, a longa distância entre Munique e Roma foi percorrida em muitos dias, quiçá, longos meses, o que levou a que quando a cerveja preta chegou à prova do Papa estava tão azeda e intragável que este decretou que aquela beberagem passasse a ser tomada como penitência.

Para os mais pecadores, o castigo era logo ministrado ao pequeno-almoço. E repetia-se algumas vezes ao dia. Donde ficou o hábito nesta cidade da Baviera de que as primeiras cervejas do dia fossem logo tomadas pela manhã. Há mesmo locais em que até ao meio-dia a cerveja é tomada como penitência pelo que somente servem cerveja preta.

Loura, preta ou ruiva a cerveja bem gelada mais do que uma bebida para refrescar ou acompanhar uma refeição, é uma verdadeira companhia. Há mesmo quem mantenha dois dedos de conversa com uma “loirinha” bem gelada.


Mas... “estupidamente gelada” é um mito. O seu paladar único e esquisito é alterado pelas temperaturas demasiadamente baixas.

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Comments:
Estou para aqui a pensar, porque raio eu que nem bebo me "puxa" para comentar bebidas!?
Outro dia, foi os vinhos, hoje é a cerveja.
Só pode ser porque sou ruiva...só pode!!!!
 
Ainda bem que não vivi nessa época, penitência? que dose!!!! e não bebo e faz-me aflição ver ingerir litros e litros...sobretudo pelos mais novos, numa de tá-se bem.

Essa penitência eu aplicaria aos...ohhhhh não se safava um heheheheh

Bom domingo! Beijos
 
não gosto de nada muito gelado, mas também não gosto de cerveja, rrsss

Bom domingo.
 
Querida MagyMay

Além do mais é uma estória tradicional contada como graça em terras de Bavuera.

E se eles são uns sorvedores de cerveja....

Beijinhos.
 
Querida Fatyly

Também não sou apologistas das grandes bebedeiras, especialmente dói-me ver como os jóvens bebem, para eles "tá-se bem" e a sociedade que os "empurra" para isso? Espécie de anestesia para os problemas sociais, mesmo dos mais endinheirados...

Força com a penitência para quem a merecer....

Beijinhos.
 
Querida São

Tudo o que é gelado, menos os próprios, perde qualidade com o abaixamento exagerado da temperatura...

Se fazemos alguma apolegia de bebidas alcoólicas, e sempre com muita parcimónia, é dos vinhos portugueses de muita qualidade, bebidos com imensa moderação, e mais para apreciar os aromas e sabores... quase o ritual de uma "prova".

Beijinhos.
 
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