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segunda-feira, agosto 31, 2009

apertar-se as mãos

“…o que te faz pensar que mereço tudo de bom? ...parece que conheces o meu passado...”

Esta frase com uma interrogação, seguida logo de uma afirmação cheia de reformulações de um passado recente, ficou gravada no meu sentir com tamanha intensidade, que passados meses após a ter ouvido ainda se mantém nas minhas interrogações de vida, como antes se dizia, nas minhas dúvidas existenciais. Sempre está presente na minha memória, levando-me à necessidade imperiosa de encontrar para si seguimento, entendimento, explicação.

Na realidade é um conhecimento recente, mas de tal forma intenso que havia sentido profundamente cada palavra das conversas que tivemos e absorvido todo o brilho do seu olhar pleno de mensagens que a própria boca se negava em pronunciar, ou por recato, ou por pudor.

É interessante como uma simples palavra dita serenamente por uma boca que expressa todo o seu significado pode ser de uma riqueza desmedida que é partilhada e que se espraia por todas as nossas memórias. Então, o tal “conhecimento do passado” passa a ser uma realidade.

“…mereces tudo de bom…” não deixa de ser uma frase de sentido muito vago, mas que em si contém mais do que uma simples afirmação, um querer urgente, que se sente subir das entranhas até ao peito… até ser vocalizada de partilhar, apertar as mãos numa dádiva que é total.

Os olhares trocados brilham, pérolas de sal que são emoção forte, não é sofrimento, antes a satisfação total de um momento. Efémero? Que importância tem se é profundo, total, intenso.

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Comments:
Pois...tudo de bom...beijos.
 
As coisas efêmeras também marcam.
E esse "tudo de bom" , é tudo mesmo, é o tamnanho do sentir que é maior que qualquer palavra , entao é tudo.
Com afeto e tudo de bom pro poeta de Charneca!
 
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