Partilhar
segunda-feira, novembro 30, 2009

vinte e sete vezes quatro mais vinte e sete

Alvorecer
Melancólico alvorecer
De outonal sentir
Dos doirados e castanhos
Das azeitonas negras
Das vinhas vindimadas
Parras encarquilhadas
Veredas
Da vida percorrida
Passado o tempo
Que não perdido
Na vida com sentido
Ontem
Sol poente tingido
De vermelho
Hoje é a romã que pinta
Dependurada
Na árvore do sonho
Sonho alado
Por montes e vales
E pelo oceano
Percurso repetido
Na lareira perdido
No aroma da erva-doce
Na saborosa jeropiga
Que amacia a voz
Para mais uma canção... de AMOR



De Amor?
De amor se tinge o coração
De vermelho
De paixão
Que é renascer
Ao som metálico do banjo
Tocado em contraponto
Porque a guitarra maviosa
Ecoa nos campos
Nos olivais
Nos vinhedos
Mais além os castanheiros
Verde feito castanho
Desejo tamanho
Caminho sentido
No sonho ganho
Logo perdido
Escolho vencido
Raio de sol
Coado pela amarelada folhagem
Na curva da vereda
Sentido do poente
Hoje diferente
Depois renovado
Como é dos tempos
Passados vividos
De boa memória.



De invernia tempo
Foi de viagem
Para as terras do sul
Tempo de esperança
Chegou
Para viver o momento
De coragem sentimento
Abóbada de azul
Sinal de temperança
Como muito nos apraz
No sentir no renovar
Em permanente mudança
No arco-íris furtado
Daquela gota tão límpida
Uma flor de lilás
Que ilumina veredas
Do pensamento
Da vida
Que desta forma sentida
Qual estrela fulgente
Nos encaminha no sonho
Das montanhas
Dos mares
Para lá do horizonte
No brilho de um tesouro
Teu coração de ouro
De afectos é a fonte.



Sementeiras
Tempos de renovar
Da invernia esquecidos
São sentires
De que maneira
As sementes vão à terra
Terra castanha
Fica prenhe
De esperança bafejada
Pelos ventos
Da mudança
Os campos floridos
Amarelos azuis
Salpicados de lilás
São flores do meu jardim
São rosas
E o jasmim
Cravos vermelhos
Sentidos
Olhos brilhantes
Amantes
Palavras ditas
Na brancura das flores
Margaridas
Pétalas esvoaçantes
Pólen
Favos de mel.

Mudança
Do azul para o cinzento
É salto de passarinho
Que o tempo
É mesmo assim
Deixa-se percorrer
Devagarinho
Mas ganha novo alento
Por muito sentir e querer
É disso o merecimento
De quem o percorrer
Agora fulgente
Depois a negridão
Ameaça tempestade
Para o bem da gente
Que gotas de água são
Sol
Energia
Felicidade
Neste ciclo plenitude
Prenhe da esperança
Maternidade
De saber e temperança
Uma nova atitude
Perante a luz que nos guia
Longo caminho
O farol.

Etiquetas: ,


Comments:
M A R A V I L H A:)
 
Em pé aplaudi!
BRAVO!
Bjs
 
Querida Fatyly

Muito grato te fico.

Beijinhos.
 
Querida Lilá(s)

Com uma vénia te agradeço.

Beijinhos.
 
Oi,Vicktor
Levei pro meu arquivo porque gostei muito.
É a segunda vez que encontro a palavra "parra" em poemas portugueses e procurei no dicionário, e onde pude , só encontrei como folhas de videira , seria isso? como voce é o meu mestre e sua poesia cita "parra encarquilhada", seria algo retorcido ?
Quando puderes, me dê dicas , ok?
abraços
 
LINDO! Mais um momento de inspiração. Parabéns Vicktor. Bjs
 
Querida Lis

Realmente apliquei a palavra "parra" como folha da videira, folha da parreira, que quando seca, no Outono, se apresenta retorcida e em tons de castanho e doirado.

Beijinhos.
 
Querida Sara

Muito grato pelas tuas palavras de afecto.

Beijinhos.
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?