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sexta-feira, março 26, 2010

lenda dos círios da rosa

Não nos surpreende que tanta devoção acrescida ao misticismo do local onde o Convento de Nossa Senhora da Rosa foi construído, tenha criado um ambiente lendário que a tradição oral e alguns escritos trouxeram até nós.

Muitos foram os religiosos de elevada virtude que viveram neste convento, de entre os quais sobressai pela inocência pura e assombrosa caridade, Fr. Domingos da Caridade, que foi buscar o seu sobrenome à aldeia onde nasceu, na planura alentejana, perto da vila de Monsaraz.

Testemunham os pobres da Caparica, do tempo em que aqui viveu como porteiro do convento, a sua afabilidade e profunda humildade.

Levou uma vida de abstinência no comer e raro beber, em permanente jejum e rigoroso nas mortificações do corpo para glorificação da alma. Alimentou-se, de ordinário, das ervas que colhia nos campos.

Já muito doente, mas rico de virtudes e de merecimentos, foi internado no hospital que a Ordem tinha em Lisboa, onde foi confortado com os divinos Sacramentos e assistido pelos seus irmãos religiosos.

No momento da sua passagem terá citado com fervor o Salmo de David: “Laetatus sumi s His, quae dicta sunt mihi, in domum Domini ibimus” e com estas palavras se finou.

O corpo foi trazido numa embarcação que atravessou o rio Tejo para o Porto Brandão, onde religiosos do Convento da Rosa o aguardavam, acompanhados de muitos populares com círios acesos.

Apesar da noite se apresentar tempestuosa, todas as luzes chegaram acesas ao Convento, sem se apagarem até que lhe foi dada sepultura. Este acontecimento deixou toda a gente assombrada, louvando a Deus, por tamanho milagre.

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Comments:
Já tinha saudades destes teus contos e lendas :) Bjs
 
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