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terça-feira, maio 18, 2010

flores da madeira




De uma visita feita há cerca de 30 anos à Ilha da Madeira recuperamos mais algumas das flores que de lá trouxemos...


VI
Quem vai a Ribeiro Frio, lá bem no alto da serra, não deverá perder a oportunidade de visitar os viveiros de trutas. Com água gelada a correr pelas veredas cobertas de fetos, esfriando mais o ambiente já de si frio pela altitude, as trutas nos diversos pontos do seu desenvolvimento são um espectáculo deveras aliciante.

Naquela altitude, inspirar profundamente o ar ambiente, húmido e rarefeito, pode provocar uma ligeira tontura, mas é sem dúvida revigorante e inesquecível por muitos anos que passem.


VII
Camacha, em plena serra, é ponto obrigatório de turista ir. Contudo, quando a peregrinação é feita na boa companhia de um madeirense, bem conhecedor do local, é bastante mais aliciante. A Camacha é demais conhecida pelo seu rancho folclórico e pelos trabalhos de vime. Menos conhecida, mas não menos saborosa, é a “camacheira” - poncha de preparação especial que só ali se bebe.

“O Relógio” local de venda de artefactos de vime e que tem um cantinho que é um autêntico Museu do Vime é local de visita obrigatória na Camacha. Trabalhos maravilhosos, representando animais selvagens, fazem parte desse Museu que o visitante não deverá ignorar.


VIII
Percorrendo as sinuosas estradas da serra, deixando o olhar espraiar até às profundezas dos vales onde as aldeias mais parecem miniaturas de brincar, lá vamos descendo de novo em direcção a Santa Cruz, nossa terra de eleição para base de repouso (?). Bordejando o caminho e ladeando os ribeiros tufos imensos de vime aguardam a maturação para virem a servir de matéria-prima aos maravilhosos artefactos tradicionais da região.

Lá para trás, na Camacha, deixámos inolvidáveis recordações. Além da “poncha camacheira” e dos rostos bonitos das camacheiras só comparáveis em beleza com os das maravilhosas moçoilas do Santo da Serra, ficou também “O Relógio”, verdadeiro Museu do Vime.


IX
Continuámos a descer serra abaixo. Vínhamos a percorrer o que, sem forçar a nota, poderíamos chamar “a Rota da Poncha”. Em cada curva da estrada que parece não ter rectas uma tasquinha era uma sugestão de poncha. A seguinte sempre melhor do que a anterior, o que é da tradição ou talvez fosse sugestão.

O Freitas conhece em pormenor estes locais, trata por tu os donos. O viajante é recebido com carinho, como se de um velho amigo se tratasse. E sai mais uma poncha preparada na altura.


X
Um restaurante típico construído em madeira e implantado no meio da serra é paragem obrigatória. O ambiente é agradável, ali se cruzam raças, nacionalidades diversas, num cacharolete de idiomas, de costumes, de formas de estar. Estamos no antigo quartel-general da Flama, hoje restaurante, onde a par com a bandeira inglesa ainda se vê hasteada a bandeira daquele movimento separatista já caído em desuso.

Petiscar na serra é maravilhosamente agradável. Pedaços de queijo e de presunto, azeitona saborosa, poncha fresca preparada na altura, mais dois dedos de conversa e aí está um bocado bem passado na agradável companhia de alguns amigos.

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Comments:
Em 30 anos muita coisa mudou e com o recente flagelo ainda há muita coisa por fazer nas zonas da montanha, onde alguns esperam e desesperam e não sei para onde foi tanto dinheiro "solidário", terá sido apenas para o Funchal?

Um dia irei à Madeira:)

Um belo post!
 
Querida Fatyly

Há muitos anos que não visito a Madeira. Esta é um pouco uma viagem às memórias.

Tenho sempre muitas dúvidas sobre estas operações de solidariedade. Muita gente pelo caminho "mete a mão". Tenho sempre presente a "Operação Pirâmide" dos tempos da "outra senhora".

Beijinhos.
 
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