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terça-feira, abril 10, 2007

a escola

sentados à mesa... gostámos
Viajar pela rota dos saberes, feitos de odores e sabores, numa partilha da degustação de comidas e de bebidas em casas de pasto, ao ritmo do coração


Caminhar para Sul é uma tentação. Está sempre presente no meu sentir o chamamento das amplas planícies, onde o olhar se perde para lá da linha do horizonte na busca permanente da moira encantada, cabelo doirado cor de palha a contrariar os traços anatómicos da sua origem para lá do Mediterrâneo.

Uma vez mais, como tantas outras vezes aconteceu, a rota seguida faz-nos aproximar do Sado, rio azul a beijar a cidade de Setúbal, que é atravessado num dos diversos “ferries” que garantem a ligação às terras de Tróia, onde relíquias arqueológicas garantem a passagem e permanência dos romanos em tempos passados.

À Comporta vamos seguir na direcção de Alcácer do Sal, deixando o olhar acompanhar as largas dezenas de cegonhas que na região nidificam e onde, aliás, já se resolveram a permanecer o ano inteiro rejeitando a tradicional migração para terras de África quando a invernia chega com suas temperaturas baixas.

Em Cachopos que já foi herdade e é hoje aldeia de portas abertas, encontramos uma escola primária, arquitectura do centenário, transformada em sítio de comeres. A decoração do interior é sóbria, mantendo a tradição da região alentejana, enquanto o exterior mantém a traça do sítio de estudar as primeiras letras.

Serviço de mesas agradável, de salientar as toalhas e guardanapos de pano, de brancura impecável, depois de termos passado pelo lava-mãos onde as mesmas são enxutas com um atoalhado individual de turco, substituindo com charme os toalhetes de papel ou os inestéticos secadores eléctricos.

A boca começou a ser preparada com tirinhas de pimento assado, temperados com azeite envinagrado, alhos e coentros, e com um magnífico grão com bacalhau desfiado (meia-punheta da região saloia?), com delicioso pão alentejano fatiado.

O repasto foi constituído por iguarias escolhidas do capítulo “cozinha tradicional” donde salientamos:
Espetada de Choco [com gambas], acompanhado de feijão verde, cenoura e batata tudo cozido no vapor. O choco servido muito macio mostrou-se soberbo ao paladar mais exigente;

Batatas de Rebolão – carne de porco no alguidar, bem condimentada de maça de pimentão, servido com batatinhas [de rebolão].
Batatas de Rebolão

O vinho escolhido foi o “da casa”, vinho tinto Alandra da Herdade do Esporão.

O chefe cozinheiro merece o registo do nome, Henrique Galvão, pela forma soberba como confeccionou os manjares que foram servidos aos Reis, comensais Teresa e Victor, que almoçaram por cerca de 50 Euros.

A Escola – restaurante
Chefe de Cozinha: Henrique Galvão
Cachopos – 7580 Alcácer do Sal
Telef. 265 612 816
Encerra às segundas-feiras



Apreciação global da refeição bom/muito bom

Originalidade do prato 4
Sabor e apresentação 4
Carta de vinhos 4
Apresentação e atendimento 4
Higiene da mesa e das loiças 5
Higiene dos serviços 5
Ambiente e decoração 4

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Comments:
Como é gostos viajar,com seus dizeres saboreando as tradições e encantos dos lugares,e sendo coroado com a beleza do servir
Ligia
 
nham, nham...

À mesa é que nos entendemos, Victor!

Registei o nome desse paraíso.

Um grande abraço,
Rui
 
Querida Lígia
Encanta-me este local... Tento lá ir pelo menos uma vez por ano.
Beijinhos.
 
Amigo Rui
Sempre procuro viajar para conhecer algo da nossa terra e, depois, complementar com um agradável repasto.
Um abraço.
 
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