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domingo, junho 10, 2007

bailar em charneca de caparica

minha terra é meu sentir
Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho




Lemos faz tempo no livro Trajes, Danças e Cantares da Caparica, da autoria de António Correia, editado em Costa de Caparica no ano de 1972, acerca das danças praticadas em Charneca de Caparica:

“Vimos há tempos um rancho folclórico de determinada região dançar o nosso “Tacão e Bico” que, decerto, alguns, embora poucos, velhos ainda se recordam, de o ter dançado ou dele ter ouvido falar. Essa dança é deveras engraçada. Os cavalheiros e as damas, ao compasso da música, batem ao mesmo tempo, no chão, com o salto e depois com a biqueira do sapato ou bota. Essa dança, tão difícil de dançar e tão trivial na nossa terra, deu um salto ao Ribatejo, e hoje é desconhecida na Caparica. O mesmo sucede com a “Polca” e, em especial, a que se dançava na Charneca de Caparica: “Polca Janota”. Para a dançarem, era preciso saber e muito treino, pois esta polca pelo esforço que era necessário fazer, requeria boa constituição física.”

Quando vim nos primeiros tempos para Charneca de Caparica, a férias ou para passar o fim-de-semana, já se não dançava em Charneca de Caparica, terra que no passado fora terra de dançar.

Na verdade, o seu Povo dividia a actividade entre a faina do mar, dirigindo-se para isso para a Fonte da Telha, em cujas companhas se integravam, ou nas tarefas do campo e da mata, especialmente, como lenhadores e carvoeiros. As actividades de trabalho que praticavam eram propícias à dança.

Em 1975, a Dona Emília, minhota radicada na Morgadinha, no termo de Charneca de Caparica criou um grupo de “danças e cantares” que recuperou para a Charneca de Caparica a tradição de dançar.

Na região de Charneca de Caparica dançava-se o “Tacão e Bico” em tempos passados, hoje somente recordado por escritos, pois os mais velhos já se não lembram de o dançar e, tão pouco, de dele terem ouvido falar.

Era uma dança muito engraçada, viva e ousada, em que os cavalheiros e as damas, ao compasso da música, batem ao mesmo tempo no chão, ora o salto ora a biqueira do sapato ou da bota.

Originária da zona interior da Caparica, foi levada para terras do Ribatejo, onde hoje é dançada, enquanto por aqui está quase esquecida.

O mesmo sucede com a “Polca”, especialmente, a “Polca Janota” outrora dançada pelos bailadores e bailadeiras de Charneca de Caparica.

Para a dançarem, os bailadores deveriam possuir destreza e preparação física bem desenvolvidas pois era uma dança muito exigente, pela sua vivacidade e expressão corporal.

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