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sábado, julho 21, 2007

caminhar na areia

sentires da praia do sol
Nas caminhadas ou na simples contemplação na Praia do Sol extravasamos todos os nossos sentires no azul do mar, no doirado das areias, nos odores da maresia



Caminhámos em passadas lentas mas regulares pelo longo caminho de doirada areia marcado e delimitado por uma fina orla de prata resultante do doce espraiar das águas do mar nos grãos de oiro que séculos de marés para cá foram arrastando.

Primeiros tempos de silêncio em que nossas mentes pareciam comunicar activamente, trocando sinais e símbolos que as pessoas com que nos cruzávamos jamais suspeitavam estivesse a acontecer. O único sinal exterior era um sorriso que aflorava aos lábios de ambos.

Uma corrente ligeira de maresia fria e húmida chegou-se mais ao nosso caminho, sentimos súbito arrepio, nossos ombros procuraram apoio entre si como quem procura protecção mútua. Aconchegaram-se mesmo num sublime amplexo.

Foi frio passageiro... deu origem ao aquecer dos corpos que o ligeiro rubor dos rostos indiscretamente deu a conhecer. Aproximámo-nos da beira-mar e a água beijou-nos atrevidamente os pés e fugiu. Logo para voltar pouco depois. E à sétima onda bateu mais forte.

Afastamo-nos um do outro e brincamos com a agua límpida, translúcida, pura. O ar à nossa volta foi, por momentos, pulverizado por miríades de gotícolas. Perante tanto reboliço uma ou outra conquilha que aflorava na superfície da doirada areia, procurou rapidamente dissimular-se na mesma.

De súbito, os pensamentos transformaram-se em falares, em conversa pegada, na troca de confidências, do dizer, no conversar, conversar sempre mais. O cordel tinha-se solto do aperto que fazia no balão para não perder o ar e, agora, de um só fôlego tanto foi dito.

O mar, já antes calmo tranquilo, pareceu ficar de seda, na macieza do seu contentamento de ver tão de perto a felicidade dos seus entes queridos. “_o meu mar!”; “_o meu mar!”; “_o nosso mar!!!”. O mar tem para connosco igual sentido de posse, aquela posse desinteressada e incondicional, que é muito querer.

O contador do tempo passou a funcionar como um simples mecanismo de relojoaria, pois o tempo que passa perdeu completamente o sentido. Passaram-se horas, dias, “tempus” numa caminhada no rumo do sonho...

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