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domingo, outubro 07, 2007

a garrafa trazida pelo mar

sentires da praia do sol
Nas caminhadas ou na simples contemplação na Praia do Sol extravasamos todos os nossos sentires no azul do mar, no doirado das areias, nos odores da maresia




No final da tarde, tarde cálida de Outono, já o Sol se começava a deixar cair na linha do horizonte para mais uma noite de descanso nas profundezas do mar, o velho homem do bar sentou-se na areia em plácida contemplação deste momento único.

A maré-cheia havia depositado na orla prateada do rebentar das ondas milhares de conchas de bivalves mas, igualmente enormes “cachos” de mexilhões ainda vivos recém arrancados a algum rochedo das profundezas,

À sétima onda, aquela que mais forte tem a rebentação, o mar depositou sobre um suave banco de areia, logo ali a vinte metros de distância, um objecto, uma garrafa, uma garrafa com uma mensagem dentro.

Era uma linda tarde de Outono, o mar chão, temperatura amena, cheirinho a maresia. Ao longe bem na linha do horizonte, vislumbrei um vulto que caminhava na minha direcção, com passada larga, rapidamente nos aproximámos...parecia alguém conhecido, apercebi-me que carregava algo, ao aproximar-me verifiquei que o vulto vinha curvado pelo peso de um grande sacão...não tive dúvidas era um "ancião de cabelos brancos " meu conhecido há uns tempos, não me reconheceu preocupado que estava no transporte de tão volumoso saco...preocupada parei e então apercebi-me do que ele transportava...ninfas de várias tonalidades amontoadas no sacão transparente tentavam soltar-se...curiosamente todas elas tinham os pés de fora!!! seguiu o seu caminhar e eu pensei...

O velho “lobo do mar” sentiu correr duas lágrimas nos sulcos do rosto tisnado pelo sol e pelo sal. Sentiu, contudo, que outras oportunidades haveriam de surgir...

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