terça-feira, dezembro 11, 2007
flores da madeira 2
No início da década de 80 do século passado tivemos oportunidade de viajar em diversas ocasiões para a Madeira com atribuições inerentes a tarefas que desenvolvíamos no âmbito das radiocomunicações amadoras e de emergência. Dessas viagens resultou um conjunto de apontamentos que foram publicados na NORTEGAL, revista do Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores da Petrogal, à época dirigida por Jorge Guimarães.
Com as diferenças resultantes de mais de 25 anos passados continuamos a publicar hoje mais alguns desses apontamentos de viagens.
V
A poncha pode ser bebida fria ou morna, é um excelente “calorífero” para compensar o frio que se sente no alto da serra. A melhor de todas é a que é preparada na altura, como se diz “ao momento”, de acordo com uma fórmula e um processo cuja origem se perde na bruma da montanha.
Receita da poncha: Mistura-se uma parte de sumo de limão com outro tanto de mel puro de abelhas. Utiliza-se um utensílio apropriado feito em madeira para conseguir a perfeita ligação dos dois ingredientes. Após o que se junta aguardente de cana em quantidade igual à da mistura antes obtida. Mais um ligeiro toque na mistura e a Poncha está pronta a servir.
VI
Quem vai a Ribeiro Frio, lá bem no alto da serra, não deverá perder a oportunidade de visitar os viveiros de trutas. Com água gelada a correr pelas veredas cobertas de fetos, esfriando mais o ambiente já de si frio pela altitude, as trutas nos diversos pontos do seu desenvolvimento são um espectáculo deveras aliciante.
Naquela altitude, inspirar profundamente o ar ambiente, húmido e rarefeito, pode provocar uma ligeira tontura, mas é sem dúvida revigorante e inesquecível por muitos anos que passem.
VII
Camacha, em plena serra, é ponto obrigatório de turista ir. Contudo, quando a peregrinação é feita na boa companhia de um madeirense, bem conhecedor do local, é bastante mais aliciante. A Camacha é demais conhecida pelo seu rancho folclórico e pelos trabalhos de vime. Menos conhecida, mas não menos saborosa, é a “camacheira” - poncha de preparação especial que só ali se bebe.
“O Relógio” local de venda de artefactos de vime e que tem um cantinho que é um autêntico Museu do Vime é local de visita obrigatória na Camacha. Trabalhos maravilhosos, representando animais selvagens, fazem parte desse Museu que o visitante não deverá ignorar.
VIII
Percorrendo as sinuosas estradas da serra, deixando o olhar espraiar até às profundezas dos vales onde as aldeias mais parecem miniaturas de brincar, lá vamos descendo de novo em direcção a Santa Cruz, nossa terra de eleição para base de repouso (?). Bordejando o caminho e ladeando os ribeiros tufos imensos de vime aguardam a maturação para virem a servir de matéria-prima aos maravilhosos artefactos tradicionais da região.
Lá para trás, na Camacha, deixámos inolvidáveis recordações. Além da “poncha camacheira” e dos rostos bonitos das camacheiras só comparáveis em beleza com os das maravilhosas moçoilas do Santo da Serra, ficou também “O Relógio”, verdadeiro Museu do Vime.
(continua)
Com as diferenças resultantes de mais de 25 anos passados continuamos a publicar hoje mais alguns desses apontamentos de viagens.
V
A poncha pode ser bebida fria ou morna, é um excelente “calorífero” para compensar o frio que se sente no alto da serra. A melhor de todas é a que é preparada na altura, como se diz “ao momento”, de acordo com uma fórmula e um processo cuja origem se perde na bruma da montanha.
Receita da poncha: Mistura-se uma parte de sumo de limão com outro tanto de mel puro de abelhas. Utiliza-se um utensílio apropriado feito em madeira para conseguir a perfeita ligação dos dois ingredientes. Após o que se junta aguardente de cana em quantidade igual à da mistura antes obtida. Mais um ligeiro toque na mistura e a Poncha está pronta a servir.
VI
Quem vai a Ribeiro Frio, lá bem no alto da serra, não deverá perder a oportunidade de visitar os viveiros de trutas. Com água gelada a correr pelas veredas cobertas de fetos, esfriando mais o ambiente já de si frio pela altitude, as trutas nos diversos pontos do seu desenvolvimento são um espectáculo deveras aliciante.
Naquela altitude, inspirar profundamente o ar ambiente, húmido e rarefeito, pode provocar uma ligeira tontura, mas é sem dúvida revigorante e inesquecível por muitos anos que passem.
VII
Camacha, em plena serra, é ponto obrigatório de turista ir. Contudo, quando a peregrinação é feita na boa companhia de um madeirense, bem conhecedor do local, é bastante mais aliciante. A Camacha é demais conhecida pelo seu rancho folclórico e pelos trabalhos de vime. Menos conhecida, mas não menos saborosa, é a “camacheira” - poncha de preparação especial que só ali se bebe.
“O Relógio” local de venda de artefactos de vime e que tem um cantinho que é um autêntico Museu do Vime é local de visita obrigatória na Camacha. Trabalhos maravilhosos, representando animais selvagens, fazem parte desse Museu que o visitante não deverá ignorar.
VIII
Percorrendo as sinuosas estradas da serra, deixando o olhar espraiar até às profundezas dos vales onde as aldeias mais parecem miniaturas de brincar, lá vamos descendo de novo em direcção a Santa Cruz, nossa terra de eleição para base de repouso (?). Bordejando o caminho e ladeando os ribeiros tufos imensos de vime aguardam a maturação para virem a servir de matéria-prima aos maravilhosos artefactos tradicionais da região.
Lá para trás, na Camacha, deixámos inolvidáveis recordações. Além da “poncha camacheira” e dos rostos bonitos das camacheiras só comparáveis em beleza com os das maravilhosas moçoilas do Santo da Serra, ficou também “O Relógio”, verdadeiro Museu do Vime.
(continua)
Etiquetas: caderno de viagens