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quarta-feira, dezembro 26, 2007

origem do natal - uma hipótese

Logo após o Equinócio do Outono, em que a duração do dia é igual à duração da noite, está última começa a ganhar terreno rapidamente. Os dias vão sendo cada vez mais curtos e as noites mais longas. Os antigos Povos do norte da Europa, não tendo explicação para o que acontece, temiam que a escuridão vencesse definitivamente a luz do dia, transformando o Mundo num espaço terrível sem luz nem calor.

Recorriam, então, a um ritual mágico para afastarem a ameaça, donde fazia parte decoravam os lares com azevinho, hera, visco, lauréis e outras sempre-vivas, pois estas plantas pareciam ter a capacidade sobrenatural de sobreviver a todas as desgraças. Velas e fogueiras eram acendidas na tentativa de ressuscitar o sol moribundo.

Na Mesopotâmia, onde muitas civilizações posteriores se inspiraram, chamada por essa razão “mãe da civilização”, inspirou-se a cultura de muitos povos, como os gregos, que assumiram muitas das celebrações tias como a luta de Zeus contra o titã Cronos. Mais tarde, através da Grécia, o costume chegou aos romanos, sendo absorvido pelas festividades chamadas Saturnais (em homenagem a Saturno).

Estas festividades de Inverno começavam em 17 de Dezembro e durava até o dia 24 do mesmo mês. Outros afirmam que se prolongavam até a 1 de Janeiro. A vida transformava-se em confusão nessa época, as pessoas deixavam as ocupações sérias, e, quando não estavam festejando na casa uns dos outros, deambulavam pelas ruas dizendo uns aos outros: “Io Saturnalia”, assim como dizemos hoje: “Feliz Natal”.

À época os romanos enviavam presentes aos familiares e amigos, acompanhados de um papel com versos curtos, imaginando dar assim um cunho mais erudito numa época em que se vivia pleno deboche. Aliás, muitos desses versos eram flagrantemente imorais apelando ao erotismo.

Mal terminavam as Saturnais, os romanos celebravam a festividade de Ano Novo, as Festas das Calendas, em autêntica folia geral, havendo um dia reservado para a adoração do Sol, cujo aparente renascimento no Solstício de Inverno fornecera originalmente a desculpa para todas estas desregradas festanças pagãs. O dia de adoração do Sol cai agora, feitas as adaptações dos calendários, no actual Dia de Natal.

O cristianismo recuperou tardiamente este Dia do Nascimento do Sol Invicto como Dia de Natal, dia do nascimento, dia do nascimento de Jesus. O actual Dia de Natal resulta, pois, da fusão das actividades populares quer dos Povos do Norte da Europa, quer da antiga Roma.

A Igreja primitiva travou uma verdadeira batalha contra as Saturnais e as Calendas - estas realizadas quando o ano mudava e durante as quais se trocavam presentes como ritual. Os pais da Igreja, nomeadamente São João Crisóstomo, não apoiavam a transigência com o paganismo. Contudo, na dúvida da data exacta do nascimento de Jesus não hesitaram em utilizar a data dos Saturnais. Assim, a simbologia do renascimento do Sol tornou-se na do nascimento de Jesus Cristo.

Apenas após a cristianização do Império Romano, o 25 de Dezembro passou a ser a celebração do nascimento de Cristo. Conta a Bíblia que um anjo, ao visitar Maria, disse que ela daria a luz ao filho de Deus e que seu nome seria Jesus. Quando Maria estava prestes a ter o bebé, o casal viajou de Nazaré, onde viviam, para Belém a fim de realizar um recenseamento solicitado pelo imperador, chegando na cidade na noite de Natal. Como não encontraram nenhum lugar com vagas para passar a noite, eles tiveram de ficar no estábulo de uma estalagem. E ali mesmo, entre bois e cabras, Jesus nasceu, sendo enrolado com panos e deitado numa manjedoura, usada para alimentar os animais.

Natal é uma adaptação católica de antigas festas pagãs. Estas festas eram promovidas por culturas ancestrais para comemorar o Solstício de Inverno e trazer boa sorte na agricultura.

O Solstício de Inverno é a noite mais longa do hemisfério norte, e acontece no final de Dezembro. Depois do Solstício, o sol vai gradualmente aumentando o seu tempo de exposição no céu. A celebração do Solstício é atribuída a épocas anteriores ao nascimento de Cristo. Na antiguidade, significava uma mudança das trevas para a luz - o renascimento do Sol.

Até aos primeiros três séculos da era cristã, a humanidade não celebrava o Natal como conhecemos hoje. Foi preciso que o Império Romano adoptasse o cristianismo como religião oficial, no século IV. A partir desse momento, a Igreja passou a conferir significados católicos para as tradições e os simbolismos pagãos. Foi a apropriação destes cultos que acabou por criar o Natal, com a data de nascimento de Cristo sendo celebrada no dia 25 de Dezembro.

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