sábado, dezembro 08, 2007
pagão
Não é frequente a utilização na Oficina das Ideias de textos que não sejam originais. É exclusivamente por razões de “estatuto editorial” e não por falta de respeito por muitos e excelentes escritores, prosadores e poetas, que temos tido oportunidade de ler no decorrer dos anos.
Recentemente tivemos oportunidade de ler um soneto de Augusto Ferreira Gomes intitulado “Pagão” que nos tocou particularmente e por essa razão aqui o transcrevemos com a devida vénia à família do autor e dedicado a uma muito querida Amiga, com quem caminhamos músicas e luares, cores e mares...
Pagão
Rolam pelos pomares os frutos azulados
e o vinho, em taças d’oiro, tem gritos de ametista!...
Há nos cactos em flor um riso de contrista,
e os altos girassóis estão de luar molhados...
Sons duma flauta, ao longe, singulares, magoados,
fendem a planície. Longe, a perder de vista,
não há corpo de ninfa que ao amor resista...
E a noite vai abrindo os cílios perfumados...
O luar vem majestoso acalentar o sono
dos girassóis que dormem. Passam pela clareira
excitantes perfumes mornos de abandono...
A noite traz no rosto a palidez inteira
Tecida de lilás – azul – magia e outono
........................................................................
E a flauta em toda a orgia, cessou p’la vez primeira...
[copiado do Magazine Bertrand, n.º 44 – 2ª série, de Agosto de 1930]
Recentemente tivemos oportunidade de ler um soneto de Augusto Ferreira Gomes intitulado “Pagão” que nos tocou particularmente e por essa razão aqui o transcrevemos com a devida vénia à família do autor e dedicado a uma muito querida Amiga, com quem caminhamos músicas e luares, cores e mares...
Pagão
Rolam pelos pomares os frutos azulados
e o vinho, em taças d’oiro, tem gritos de ametista!...
Há nos cactos em flor um riso de contrista,
e os altos girassóis estão de luar molhados...
Sons duma flauta, ao longe, singulares, magoados,
fendem a planície. Longe, a perder de vista,
não há corpo de ninfa que ao amor resista...
E a noite vai abrindo os cílios perfumados...
O luar vem majestoso acalentar o sono
dos girassóis que dormem. Passam pela clareira
excitantes perfumes mornos de abandono...
A noite traz no rosto a palidez inteira
Tecida de lilás – azul – magia e outono
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E a flauta em toda a orgia, cessou p’la vez primeira...
[copiado do Magazine Bertrand, n.º 44 – 2ª série, de Agosto de 1930]
Etiquetas: poemas alheios, poesia