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terça-feira, janeiro 22, 2008

visitar redondo, apreciar cerâmica

Faz parte do ritual das visitas ao Redondo, no coração do Alentejo português, subir até ao Largo do Pelourinho e aí procurar caminho para o restaurante O Barro, para um almoço reconfortante. O local do repasto distribuído por dois pisos é agradável na decoração e acolhedor por parte das pessoas que lá trabalham.

Desta vez, a minha opção para o prato principal foi para uns Pézinhos de Coentrada, de longe a minha preferência na cozinha alentejana, confeccionados com arte e saber, a preceito como soe dizer-se, em que além dos coentros se sentia um ligeiro sabor a poejos. Uma delícia.

Nas entradas os mimos da região, queijos e enchidos, e na sobremesa a sericá com a ameixa a completar. Acompanhei a refeição com vinho da Adega Cooperativa do Redondo. O serviço é agradável e com o café vem a oferta da casa, nozes para partir ao momento ou bolinhos caseiros e o incomparável licor de poejo que tão bom é como digestivo como servido como aperitivo para fazer “boca” à deliciosa comida alentejana.

Estômago confortado, calçada abaixo na direcção da Olaria Maquinista, o próximo destino.

As peças de olaria que são produzidas pela família Maquinista aproximam-se mais do estilo da loiça de São Pedro do Corval do que da produzida localmente. Apresentam, contudo, muita inovação e bom gosto ao que não é estranha a presença e laboração de muitas jovens sentadas a roda do oleiro e na mesa de pintura.

Claro, que estas peças, moldadas com afecto e com arte, comportam muitos segredos que passam de geração em geração, no seio familiar. O pouco que conseguimos saber, os 14 passos da sua manufactura, aqui ficam partilhados.

1. Moldar na roda do oleiro
2. Seca ao sol forte do Alentejo
3. Limpar com uma esponja húmida
4. Tintar com caulino para marcar
5. Secar a pintura do caulino
6. Riscar o desenho pelo artista da casa
7. Pintar o desenho; as ajudantes pintam os cheios
8. Limpar os excessos de tinta
9. Enformar para cozer
10. Primeira cozedura a 960 graus
11. Dar o vidrado
12. Limpar os fundos
13. Cozer no forno o vidrado a 1060 graus
14. Desenformar


As belas peças da tradicional loiça do Redondo, com a variante de São Pedro do Corval, ficam prontas a serem apreciadas pelos amantes de tão bela cerâmica.

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Comments:
Convida-me para ir contigo um dia, pelo menos acompanho-te nesse tipo de almoço. A cerâmica é logo a seguir.
Um abraço Vitor
 
Amigo Victor,
que estas tradições não morram na memória das gentes!!!!
E o almoço também faz parte, clarO!!!!

Bjkas!!!
 
AMIGO VICTOR

CONHEÇO BASTANTE BEM O REDONDO DEVIDO A MUITAS FÉRIAS PASSADAS NA INFANCIA E JUVENTUDE NA ALDEIA DE SANTA SUSANA ONDE MINHA TIA FOI PROFESSORA.
TB TENHO UM PRATO DE BARRO PINTADO PROVAVELMENTE FEITO PELA FAMILIA MAQUINISTA, AÍ HÁ 35 ANOS ATRÁS... CREIO QUE NA ALTURA NO REDONDO APENAS HAVIA UM OLEIRO E ERA ESSE.

CONTINUE COM BONS PASSEIOS COMO ESSE, POIS O NOSSO PAÍS TEM MUITO PARA SER VISTO!

ABRAÇO
 
E não há fotografias Victor?
Beijo...
 
Caro António
Porque não irmos por lá beber uns copos e tirar umas fotografias?
Um abração.
 
Querida AvelaneiraFlorida
Preservar tradições está no espírito desta Oficina. Cuidar de um excelente repasto em boa companhia dos nossos amigos... claro que também.
Beijinhos.
 
Querida Aspásia
Temos realmente um país maravilhoso. Adoro o Alentejo e Redondo em particular. E por lá tenho feito bons amigos.
Beijinhos.
 
Querida Amigona
Em breve haverá imagens actuais desta região que partilharei na Oficina com o prazer de sempre.
Beijinhos.
 
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