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sábado, fevereiro 02, 2008

almodôvar, a arte do pão

Almodôvar é terra de sapateiros e de padeiras no Alentejo profundo à beira da Serra de Mu, onde se iniciam as míticas curvas e contracurvas no caminho de quem do Norte se dirige ao Algarve, atravessando a zona central do País. Era à época, diria no século passado, o “adamastor” das estradas portuguesas, o obstáculo difícil de vencer, as curvas do Caldeirão e Mu.

Hoje em dia, uma moderna auto-estrada que esventrou a serra algarvia, rasgando rectas onde outrora se curvava ao sabor do relevo e lançou pontes que reduziram as distâncias, tornam mais rápidas e fáceis as viagens, mas retiram do mapa do viajante importantes urbes que são a cultura de um Povo.

Em Almodôvar sapateiros já são poucos, que a industrialização do fabrico do calçado e a importação de calçado de muito má qualidade mas a preços reduzidos vai destruindo esta “arte” que de mestres para aprendizes representava importante legado cultural. A forma, a bigorna, a faca e a sovela são ferramentas de que já é difícil encontrar exemplares em uso. Sobra para memória uma escultura de um sapateiro, feita com sucata da industrialização e que está implantada numa rotunda junto à Biblioteca Municipal.



As padarias, dão ainda hoje importante contribuição para o emprego local, a par com os serviços camarários e a área de serviços da auto-estrada, e representam destacado meio de divulgação regional. Além do celebrado “pão alentejano” tomou já a sua individualidade o designado “pão de Almodôvar”, confeccionado de acordo com a tradição.

O pão “é a voz da vontade de comer”. Amassados a farinha, a água, o sal e o fermento são as massas abafadas quantas vezes pelos desgostos da vida para, depois, no calor dos fornos a lenha renascerem em saborosos pães que melhor sabem quando partidos à mão. “O pão que é a linguagem do trigo”.

E por falarmos em linguagem ocorre-nos a ideia da escrita, a Escrita do Sudoeste Peninsular ou Tartéssica que em Almodôvar encontra forte expressão e de que falaremos muito em breve tal como aqui na Oficina das Ideias já antes foi prometido.

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Comments:
E como a beleza ficou aqui instalada!!!!
Brigados, amigo Victor!!!
 
Querida AvelaneiraFlorida
O Portugal profundo, a terra e as gentes, sempre me encantam.
Beijinhos.
 
Ò meu caro amigo! Francamente o pãozinho? Os sapateirinhos? Então e o Salazar será que ainda faz falta em Almodovar? E o fado? E a lamúria?
Olhe sabe uma coisa? Vão ao Museu !Severo,Severo,Severo! Era o Portela! Esse sim! era Severo! E claro, um Portela!
 
Caro Amigo
O seu discursi que parece querer ser progressista é mesmo salazarento. Não devemos esquecer a tradição de que o Povo, o Povo, de Almodôvar ainda hoje se orgulha.
Quanto ao Museu Severo Portela claro que visitámos. Tem obra importante, mas como deve saber era um homem do regime salazarista. Não lhe tira a arte, mas seria para ele fácil ser Severo e muito mais ser Portela.
Um abraço.
 
Caro Victor,

Já sei...o Povo o Povo.
Mas ò Victor! Um Portela, é sempre um Portela!
Agora diga-me lá uma coisa meu caro amigo.
Acha que um Portela faz mal ao Povo? Uma coisa lhe digo eu! Viva o Severo Portela! Viva! Vivam os Portelas! Viva!
Caro Victor, tente entender eu sou um desses Portela.


Portela ( Odemira)
 
Amigo Portela
Do seu familiar, o artista Severo Portela, tenho a modesta opinião de que foi um pintor de grande mérito, pelo que me foi dado conhecer na visita ao Museu que tem o seu nome, em Almodôvar.
Quanto à sua dimensão humana, melhor do que eu a conhece e como tal, respeito inteiramente o que afirma.
Já agora gostaria de lhe referir que reconheço e respeito sempre a obra literária e artistica realizada pelas gentes do nosso País.
Um abraço.
 
Eu gostei é de ver no Pinhal Novo é uma grande e magnifica escultura do Artista Plástico KIM PRISU, podem apreciar no seu blog, ou vão ver em real lá ...
bom dia abraço Manuel Carvalho de Andrade
 
Caro manuel Andrade
Não deixarei de ir a Oinhal Novo apreciar a escultura que refere.
Obrigado. Um abraço.
 
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