sexta-feira, fevereiro 08, 2008
venham ver as acácias em flor na caparica
A partir dos princípios de Fevereiro, quando as condições climatéricas são precocemente primaveris, ou no decorrer do mês de Março, quando estas são mais adversas e teimam em prolongar a invernia, toda a zona compreendida entre as designadas "terras da Costa" e o Mar Atlântico cobre-se profusamente de um manto amarelo dourado, com o florescer do acacial.
Esta zona de vegetação, ímpar no nosso País, além da função primordial de fixação do longo areal que vai da Trafaria à Fonte da Telha, protege as fecundas "terras da Costa" da brisa do mar e serve de tampão aos fogos florestais, tendo em conta a sua fraca capacidade combustível.
Designada "Mata das Dunas da Trafaria e da Costa de Caparica", integrada na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, foi instalada entre os finais do século passado e os anos 60, com a finalidade de fixar as areias de dunas móveis, estendendo-se pela zona fronteira à arriba, sendo constituída essencialmente por várias espécies de acácias (Acácia sp.), predominando a Acácia cianophyla.
Se a instalação cuidada e sistemática do acacial data de anos recentes, com existência entre os trinta e os cem anos, a sua florescência espontânea perde-se na bruma dos tempos imemoriais, encontrando-se referências lendárias dispersas, sem marco nem era determinados.
Na época da floração do acacial, quem percorre a Descida das Vacas, vindo da Charneca de Caparica na direcção da entrada para a Praia do Rei, ao virar na curva sobranceira ao mar, é agradavelmente surpreendido por uma paisagem sem igual, onde um vasto manto verde se apresenta profusamente salpicado de vários cambiantes de amarelo, dependendo do estado de maturação das suas flores.
O amarelo, contrastando com o azul do mar e do céu, com o verde da vegetação, reflectindo a luminosidade ímpar do Sol da Caparica, emana fulgores dourados que estão, por certo, ligados ao imaginário popular do ouro amoedado que enriquecia a capa da velha, uma "Capa-Rica", segundo a lenda, na origem do topónimo de Caparica.´
Não é difícil de crer que a velha mulher que a lenda refere, descesse do interior onde vivia num pobre casebre até à borda d’água, até ao acacial onde colhia muitas flores douradas que transportava no interior da sua capa. Os vizinhos e outras pessoas com que se cruzava vislumbravam laivos dourados consoante a misteriosa mulher se deslocava, imaginando que transportava consigo ouro amoedado de não menos misteriosa origem. Daí à lenda foi um passo, não muito longo, por certo.
O Gabinete da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica tem instalado nesta zona, à beira da Praia da Rainha, um Centro de Informações que proporciona aos visitantes passeios guiados por esta maravilhosa zona, percorrendo trilhos e caminhos onde a observação do acacial é mais interessante.
Esta zona de vegetação, ímpar no nosso País, além da função primordial de fixação do longo areal que vai da Trafaria à Fonte da Telha, protege as fecundas "terras da Costa" da brisa do mar e serve de tampão aos fogos florestais, tendo em conta a sua fraca capacidade combustível.
Designada "Mata das Dunas da Trafaria e da Costa de Caparica", integrada na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, foi instalada entre os finais do século passado e os anos 60, com a finalidade de fixar as areias de dunas móveis, estendendo-se pela zona fronteira à arriba, sendo constituída essencialmente por várias espécies de acácias (Acácia sp.), predominando a Acácia cianophyla.
Se a instalação cuidada e sistemática do acacial data de anos recentes, com existência entre os trinta e os cem anos, a sua florescência espontânea perde-se na bruma dos tempos imemoriais, encontrando-se referências lendárias dispersas, sem marco nem era determinados.
Na época da floração do acacial, quem percorre a Descida das Vacas, vindo da Charneca de Caparica na direcção da entrada para a Praia do Rei, ao virar na curva sobranceira ao mar, é agradavelmente surpreendido por uma paisagem sem igual, onde um vasto manto verde se apresenta profusamente salpicado de vários cambiantes de amarelo, dependendo do estado de maturação das suas flores.
O amarelo, contrastando com o azul do mar e do céu, com o verde da vegetação, reflectindo a luminosidade ímpar do Sol da Caparica, emana fulgores dourados que estão, por certo, ligados ao imaginário popular do ouro amoedado que enriquecia a capa da velha, uma "Capa-Rica", segundo a lenda, na origem do topónimo de Caparica.´
Não é difícil de crer que a velha mulher que a lenda refere, descesse do interior onde vivia num pobre casebre até à borda d’água, até ao acacial onde colhia muitas flores douradas que transportava no interior da sua capa. Os vizinhos e outras pessoas com que se cruzava vislumbravam laivos dourados consoante a misteriosa mulher se deslocava, imaginando que transportava consigo ouro amoedado de não menos misteriosa origem. Daí à lenda foi um passo, não muito longo, por certo.
O Gabinete da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica tem instalado nesta zona, à beira da Praia da Rainha, um Centro de Informações que proporciona aos visitantes passeios guiados por esta maravilhosa zona, percorrendo trilhos e caminhos onde a observação do acacial é mais interessante.
Etiquetas: acacial, costa de caparica
Comments:
<< Home
Meu caro victor.
Na Costa de Caparica as acácias podem ser muito benéficas mas, não esqueçámos que é uma praga do eco-sistema. Elas proliferam por tudo quanto é sítio e lugar onde se instalarem nada as detém. Proliferam como os jacintos de água. Pese embora sejam muito bonitas quando estão floridas. Outro inconveniente,é o seu poder alérgico de seu pólen. Muitas pessoassofrem desse mal. Bom fim de semana. Abraços do João
Na Costa de Caparica as acácias podem ser muito benéficas mas, não esqueçámos que é uma praga do eco-sistema. Elas proliferam por tudo quanto é sítio e lugar onde se instalarem nada as detém. Proliferam como os jacintos de água. Pese embora sejam muito bonitas quando estão floridas. Outro inconveniente,é o seu poder alérgico de seu pólen. Muitas pessoassofrem desse mal. Bom fim de semana. Abraços do João
Adoro vê-las carregadas, borludas naquela amarelo fulminante.
Simplesmente encantam-me!
Beijo de carinho Querido Victor
Simplesmente encantam-me!
Beijo de carinho Querido Victor
Amigo João
Tem toda a razão na observação que faz. Os cientistas, os técnicos, os especialistas do ICN deverão agir em conformidade.
Eu pela minha parte limito-me modestamente a observá-las, na sua cor, na sua poesia, no seu encanto e no seu fundamento histórico.
Um abraço.
Tem toda a razão na observação que faz. Os cientistas, os técnicos, os especialistas do ICN deverão agir em conformidade.
Eu pela minha parte limito-me modestamente a observá-las, na sua cor, na sua poesia, no seu encanto e no seu fundamento histórico.
Um abraço.
Querida Gasolina.
Ano após ano o "meu amigo" Olho de Lince regista-as fotograficamente. Depois levo um ano a recordá-las. E sempro as "vejo" dentro da capa (a capa-rica") da velhinha que anualmente do monte vinha até à beira-mar para as recolher.
Beijinhos.
Ano após ano o "meu amigo" Olho de Lince regista-as fotograficamente. Depois levo um ano a recordá-las. E sempro as "vejo" dentro da capa (a capa-rica") da velhinha que anualmente do monte vinha até à beira-mar para as recolher.
Beijinhos.
Olá, Victor!
Mais uma vez, parabéns! Um texto absolutamente rico de amor e saber.
Para quem é um apaixonado por árvores (já deves saber que desenvolvo um tema no coleccionismo de pacotes de açúcar nesta área - infelizmente, ainda não tenho nenhum exemplar de hotelaria e restauração com o nome e imagem de uma acácia :-), é sempre gratificante ler um texto bem escrito e que vai para além de aspectos científicos.
Infelizmente, o meu tempo para a blogosfera tem sido muito pouco, mas continuarei a pasar por cá sempre que possa.
Quem sabe, poderei dar um saltinho pelas tuas terras em breve... Quicá...
Um forte abraço,
Rui
Mais uma vez, parabéns! Um texto absolutamente rico de amor e saber.
Para quem é um apaixonado por árvores (já deves saber que desenvolvo um tema no coleccionismo de pacotes de açúcar nesta área - infelizmente, ainda não tenho nenhum exemplar de hotelaria e restauração com o nome e imagem de uma acácia :-), é sempre gratificante ler um texto bem escrito e que vai para além de aspectos científicos.
Infelizmente, o meu tempo para a blogosfera tem sido muito pouco, mas continuarei a pasar por cá sempre que possa.
Quem sabe, poderei dar um saltinho pelas tuas terras em breve... Quicá...
Um forte abraço,
Rui
Amigo Rui
As tuas palavras incentivam-me a continuar. Por isso, o meu obrigado.
Quanto aos pacotinhos com acácias, se algum encontrar será para ti.
A vinda até estas terras será um praze. Terás que avisar, pois não perdoo irmos por aí a uma comezina à maneira.
Um abraço.
Enviar um comentário
As tuas palavras incentivam-me a continuar. Por isso, o meu obrigado.
Quanto aos pacotinhos com acácias, se algum encontrar será para ti.
A vinda até estas terras será um praze. Terás que avisar, pois não perdoo irmos por aí a uma comezina à maneira.
Um abraço.
<< Home