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sábado, maio 03, 2008

encontro de violas

O encontro é muito mais do que o cruzamento de dois caminhos, de duas veredas percorridas embora com sentires semelhantes, é muito mais do que a partilha e a cumplicidade, é muito mais do que a parceria em que cada põe em comum o que de melhor tem capacidade de produzir.

O encontro é tudo isso: cruzamento, partilha, cumplicidade, parceria. Mas vai muito para além , pois é contagiante, é envolvente, tem resultados desmedidamente inesperados, mexe com todos os sentidos e sentimentos. Faz o Homem crescer no sentido correcto da Vida: a Solidariedade.

É assim que um grupo de amigos sai das terras da margem sul do Tejo, ruma a sul para onde “se abre uma janela para a planície”, pois é em Castro Verde o local de encontro, encontro de gentes que se quer bem, encontro de culturas, vão ao Encontro de Violas.

A viola campaniça e a viola caipira vão juntar as suas sonoridades tão próximas, nas suas origens e no afecto com que são dedilhadas, tão afastadas pois a toada dengosa do Alentejo profundo, ganhou no Brasil as sonoridades próprias do tropicalismo e da mestiçagem étnico-cultural dos europeus com os índios e com os africanos.

Pedro Mestre toca com virtuosismo a viola campaniça e Chico Lobo é ele próprio melodia quando toca a viola caipira. Juntos proporcionam o encontro de todos nós.

Pedro Mestre e Chico Lobo


Mas todo um caminho faz-se num encontro de gerações, no respeito pelos mestres pelo seu saber de vida, na porta aberta às gerações mais novas

Mestre Manuel Bento


Mestre Nelson Jacó e Ana Jacó


E a festa foi até às tantas...


Viola Campaniça
Descende da viola barroca e é encordoada com cinco cordas duplas. É assim conhecida no sul de Portugal por se encontrar fortemente radicada na zona designa por “Campo Branco” que engloba os concelhos de Aljustrel, Ourique, Castro Verde, Almodôvar e parte do concelho de Odemira. Quase a perder a sua identidade, no início dos anos 80 do século passado foi feita investigação importante pelo professor José Sardinha que se encontrou com dois tocadores de campaniça já de avançada idade: mestre Manuel Bento e mestre Francisco António. Com ambos aprendeu Pedro Mestre que a partir de finais da década de 90 do século passado com entusiasmo se lançou na execução e divulgação da viola campaniça.

violas campaniça de Pedro Mestre



Viola Caipira
A viola caipira brasileira descende das violas de arame portuguesas levadas para o Brasil pelos primeiros jesuítas e colonizadores, já no século XVII, tendo sido aculturada, adoptada e reinventada pelo caboclo brasileiro. É uma viola de cinco pares de cordas, à semelhança da viola campaniça, e tem uma afinação muito especial por forma a que cada par seja tocado como de uma corda única se tratasse. Diversas manifestações da cultura popular são acompanhadas por violeiros que tocam desde os ritmos mais primitivos, como o Cururu e o Cateretê, até aos mais melodiosas como é o caso da Toada.

violas caipira de Chico Lobo

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Comments:
...pois é : este dia 2 de Maio é para nao esquecer; inolvidáveis sons da caipira e da campaniça mais aquilo tudo que os envolveu, a eles e a nós.
Pena que o grand epúblico não chegue a estas coisas.
...ah, estas fotografias, todas, tenho quase , quase todas...mas com menos perfeição.
um abraço.
 
Amigo Victor
Obrigado pela presença e por divulgar nosso Encontro de Violas a todos.
Assim meu amigo você contribui para que o nosso desejo de divulgar as tradições e a possibilidade de partilha entre nações possa chegar a mais pessoas.
Forte abraço
Chico Lobo
 
Amigo Victor
Foi realmente um tempo inolvidável. A repetir, rsrs
Quanto às fotografias, há por aqui paciência e Photoshop.
Um abraço.
 
Amigo Chico Lobo
Nós é que agradecemos estes caminhar e encontro que nos foi proporcionado na planície alentejana.
Um abraço.
 
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