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segunda-feira, junho 09, 2008

devemos estar atentos

Escrevi há pouco tempo um texto aqui publicado na Oficina das Ideias em que referia um conjunto de sintomas que me levavam a pensar, com os meus modestos conhecimentos de política internacional e de economia política, estar o sistema capitalista a atravessar uma profunda crise fruto da impossibilidade de prolongar no tempo a lógica económica que o justifica e sustenta: a acumulação de capital.

É bastante claro, embora os órgãos de informação fiéis e cegos servidores do grande capital tentem “tapar o sol com a peneira”, que um sistema que vive fundamentado na especulação financeira mais cruel, sacrificando com a isso a produção e a consequente e a adequada retribuição da força de trabalho, é um sistema económico (e político) sem futuro.

É clara a brutal manipulação das vontades e, muito em especial, das leis do mercado quando hoje é anunciada uma profunda crise económica e social, envolvendo a energia e os alimentos, nos Estados Unidos e passados quinze dias as notícias são de desanuviamento, “o pior já passou” como anunciou o “guru” das finanças estadunidenses ainda hoje. Entretanto, as notícias de há quinze dias atrás provocaram verdadeiros colapsos nos mercados internacionais.

O Povo, as gentes trabalhadores, aqueles que são elementos fundamentais da produção sofrem carências cada vez maiores, muitos já colocados aquém dos mínimos de subsistência, passando fome, FOME, enquanto que os especuladores retêm em armazenagens de multinacionais enormes reservas de petróleo e de alimentos, especialmente cereais, na expectativa de vultosos lucros.

Simplesmente, a ganância de lucrar é tamanha que já não vai chegando para todos. Muitos que especulavam violentamente contra a população em geral, como é o caso dos intermediários que ganham a “fatia de leão”, onde o produtor recebe pouco e o consumidor final paga muito, começam também eles a terem dificuldades.

Na lógica do capitalismo selvagem sentem então direito a lutar por manterem os lucros especulativos que conseguiam até agora e, pasme-se... incitam ao boicote por exemplo dos transportes que não configura a greve mas sim de “lock-out”, acto constitucionalmente ilegal e criminoso por prepotente, numa luta de “patrões contra patrões”, no desprezo pelo direito legal ao trabalho por parte dos trabalhadores.

O capitalismo atravessa crise profunda. O estertor da morte conduz a actos de descontrole total com perigos de dimensão insuspeitável, que pode vir a pôr em causa a própria Democracia. Atentemos ao passado no Chile perpetuado pelo sanguinário Pinochet.

Deveremos estar alerta e exigir do Governo medidas exemplares para solução da situação em defesa das populações mais sacrificadas e não do capitalismo especulativo, o da fome e da guerra.

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