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segunda-feira, junho 02, 2008

a fome que os homens querem manter no mundo

A lógica do sistema capitalista assenta, exclusivamente, na acumulação desenfreada do capital, recompensando um único dos factores de produção: o capital. Ignora na sua voracidade o factor determinante que é a mão-de-obra. Os próprios equipamento são, muitas das vezes, esquecidos ao ponto de não respeitarem as condições mínimas de segurança pondo em risco quem com eles ou neles desenvolve a sua actividade laboral.

Lutas de décadas, em Portugal também, levaram a que o Estado fosse obrigado a atender à componente social do desenvolvimento económico, no sentido de compensar minimamente, não satisfatoriamente, a lógica capitalista no sentido de que as populações em geral pudessem auferir de um mínimo de dignidade na sua vivência.

Mas o grande capital sempre reage às mínimas vitórias dos trabalhadores, dos que vivem exclusivamente do seu trabalho, e surge com novas terminologias, formas modernas de chamar outros nomes à exploração de sempre. Liberalismo, livre concorrência, dinâmica do mercado...

Todos nós nos recordamos da forma enfática “sempre em benefício das populações” com que foi anunciada a liberalização do preço dos combustíveis. A porta foi aberta para as maiores arbitrariedades por parte das gasolineiras (com lucros fabulosos) que não se formam em cartéis mas que nada podem fazer quanto à convergência dos aumentos de preços!!!

Também a propósito do aumento dos preços dos cereais (trigo mole, trigo duro, cevada, arroz), preços impostos internacionalmente lá veio a habitual conversa dos economistas afectos ao liberalismo, governantes inclusive, de que tais aumentos resultavam das regras do mercado “maior procura, menor oferta”, logo aumento de preços. Aumento desenfreado de preços.

Chegou agora a época das colheitas e os cereais que se encontravam nos grandes armazenamentos especulativos internacionais vão passar a centrar-se nos armazéns dos produtores. E é ver... os preços em queda acentuada e livre pondo em causa a rentabilidade das explorações cerealíferas numa especulação financeira pura. São as bolsas internacionais de mercadorias a actuarem na lógica capitalista e a FOME a espalhar-se entre populações cada vez mais numerosas.

Sente-se que o liberalismo, o capitalismo mais terrorista, se encontra num estertor de morte e sem futuro. As crises energéticas, a degradação ambiental, o desnorte dos mercados financeiros, a ânsia de poder e de apropriação individual são disso prova... Ainda está na mão de uma grande maioria da população mundial evitar ser arrastada neste caudal de lama. A esperança ainda existe desde que por ela lutemos.

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