domingo, julho 27, 2008
mar cúmplice e confidente
Mal chegou à borda-d’água deixou-se cair sobre si próprio a sentir o calor que o sol forte do dia tinha deixado no areal e quedou-se estático a olhar o mar que suavemente se espraiava nas doiradas pérolas em namoro que vem dos tempos imemoriais.
Esse mar tão seu conhecido, cúmplice até em muitas ocasiões, sabia-lhe os remoinhos e os agueiros, contava-lhe as ondas e adivinhava a seguinte, sabia-lhe o humor pelas tonalidade que apresentava, ora azul esverdeado, mesmo verde até, outras vezes da cor do céu quando mesmo em tons de lilás. E doirado, quente quando o Sol “se deixava comer pelos caranguejos”, mais arredio quando era doirado de alvorada, aí quase de argênteo vestido.
No entanto, sempre o surpreendia e por isso se deixava ficar em contemplação profunda durante largos tempos na busca de novos ensinamentos que as marés sempre lhe traziam. E foi o que nesse dia aconteceu quando, sem pressa, se deixou ficar a olhar o mar. O tempo passou sem que de tal desse conta.
Pegou, então, numa varinha que consigo trazia e num espaço de areia alisada colocou-a em perfeita perpendicular ao mesmo. Determinou o Norte real baseado no conhecimento que tinha do sentido em que o sol se deslocava desde o amanhecer até ao magnífico pôr-do-sol e determinou a hora real a partir da sombra que a varinha projectava na areia.
Muito tempo se havia realmente passado, nesse caminhar contínuo que não há contador de tempo que consiga sentir como o ser humano o faz, limita-se a registar sem ter em conta o sentimento do tempo que passa, mas sabia não estar só.
Nestas coisas de viver o mar existe sempre outrem que tal como o efeito de borboleta pode a milhares de quilómetros de distância partilhar os mesmos sentires, quiçá muito amplificados. Tudo é possível quando o que nos une é o mar, ele próprio alheio às classificações que o Homem lhe atribui, constituindo-se como uno, total.
Ah mar, mar cúmplice e confidente.
Esse mar tão seu conhecido, cúmplice até em muitas ocasiões, sabia-lhe os remoinhos e os agueiros, contava-lhe as ondas e adivinhava a seguinte, sabia-lhe o humor pelas tonalidade que apresentava, ora azul esverdeado, mesmo verde até, outras vezes da cor do céu quando mesmo em tons de lilás. E doirado, quente quando o Sol “se deixava comer pelos caranguejos”, mais arredio quando era doirado de alvorada, aí quase de argênteo vestido.
No entanto, sempre o surpreendia e por isso se deixava ficar em contemplação profunda durante largos tempos na busca de novos ensinamentos que as marés sempre lhe traziam. E foi o que nesse dia aconteceu quando, sem pressa, se deixou ficar a olhar o mar. O tempo passou sem que de tal desse conta.
Pegou, então, numa varinha que consigo trazia e num espaço de areia alisada colocou-a em perfeita perpendicular ao mesmo. Determinou o Norte real baseado no conhecimento que tinha do sentido em que o sol se deslocava desde o amanhecer até ao magnífico pôr-do-sol e determinou a hora real a partir da sombra que a varinha projectava na areia.
Muito tempo se havia realmente passado, nesse caminhar contínuo que não há contador de tempo que consiga sentir como o ser humano o faz, limita-se a registar sem ter em conta o sentimento do tempo que passa, mas sabia não estar só.
Nestas coisas de viver o mar existe sempre outrem que tal como o efeito de borboleta pode a milhares de quilómetros de distância partilhar os mesmos sentires, quiçá muito amplificados. Tudo é possível quando o que nos une é o mar, ele próprio alheio às classificações que o Homem lhe atribui, constituindo-se como uno, total.
Ah mar, mar cúmplice e confidente.
Etiquetas: contos da praia