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domingo, novembro 09, 2008

viver a tradição na aldeia

Arrefeceu bastante no fim de tarde, mas aqueles que no assador mantinham vivo o brasido de tal se não queixavam, antes mostravam o rosto afogueado enquanto colocavam a preceito as febras na grelha e somente as grelhavam até “ao ponto”. Bem grelhadas mas macias no degustar era objectivo primeiro.

Enquanto na cozinha se aprontava uma saborosa salada de alface e de tomate e da adega chegava o tinto vinho que ousava chegar aos catorze graus, febras já assadas e resguardadas para não perder a quentura adequada, as castanhas “bailavam” num assador de ferro que em tempos descera até ao sul vindo de terras de Trás-os-Montes.

As castanhas assim assadas, sem sequer terem sido golpeadas na casca, iriam ficar saborosas e macias, dentro da própria casca que as estufaria e entufaria, delícia das delícias para os mais exigentes paladares.

À comezaina não faltaram os “vivas!” e as “saúde!” mas sem ter sido necessário acender as lareiras pois o calor humano, feito da amizade e do bem querer, aquecia o ambiente como o São Martinho sempre desejou, mesmo quando muito frio passou, e era razão de se emborcar mais um copinho, que este tinto é matreiro.

Às tantas com a noite a caminhar os aldeões que são poetas quiseram ligar a tradição do São Martinho das castanhas e da água-pé, das nozes e das passas de uva, ao que de mais genuíno tem o ser humano: o Amor. E logo ali em passo de magia, com um poema, ditos populares e evocações da tradição entraram em função noivos que presentes se faziam e aconteceu a magia: pedido público de noivado... felicidade desejada!!!

A festa agora é o cantar e o bailar e para isso, nesta terra de cultura, fez-se presente o Grupo de Danças e Cantares dos Professores de Almada... e bailou-se até às tantas.


[sentires durante o Magusto realizado pela Cooperativa Aldeia Lar, ali para as bandas da Sobreda, no Concelho de Almada]

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Comments:
Querido amigo Víctor
Fez-me lembrar os meus tempos de menina, em que se organizavam aqueles magustos enormes, com as castanhas a saltar (as que, propositadamnte não se retalhavam).
Era tão bonito!
Felizmente que ainda há pessoas que não deixam morrer essa linda tradição.
Beijinhos
Mariazita
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
a mensagem não foi removida : estava cheia de erros.
e rezava assim: mais uma lição de jornalismo ao vivo e de defesa dos nossos valores colectivos.
Obrigado
 
Querida Mariazita
Tens toda a razão e eu tenho a felicidade de conhecer gente amante de festejar a tradição. Obrigado pelo teu comentário que é um poema.
Um beijinho.
 
Amigo Victor
Os aldeões é que estão de parabens por darem tanta vida à tradição.
Um abraço.
 
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