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terça-feira, dezembro 30, 2008

minha terra é meu sentir

Vivo na terra para onde desejei vir viver e não naquela onde nasci. Aliás a terra onde nasci nada tem, hoje em dia, a ver com a aldeia onde vi a luz do dia. Como já tenho escrito na Oficina das Ideias sou saloio, com as origens lá para as longínquas paragens do Egipto donde imigraram os meus antepassados por parte da minha mãe. Do lado do meu pai sobra em mim o sentir nómada dos magiares.

Na minha terra, adoptiva podem muitos dizer, que eu afirmo ser do coração, habituei-me a conhecer os sítios e as gentes. Como os sítios se desenvolveram ao ritmo das civilizações, tantas vezes contrariando aquilo que sentimos ser o desígnio telúrico, mas seguindo o ritmo dos tempos. As gentes, conhecendo as suas origens, os seus anseios, a evolução do pensamento, tantas vezes com falta de genuinidade.

Resulta tudo isto de uma globalização que muito tem de financeira e económica e tão pouco de solidariedade; Duma pressão constante dos “média” que formatam os pensares ao jeito das classes dominantes; Dum permanente apelo à competitividade que destrói, muitas das vezes, os mais profundos laços de amizade e de fraternidade.

Tenho uma paixão pela minha terra somente comparada à que tenho pelas mulheres “tous les femmes sont belles” e pelos meus entes mais queridos. Admito que tal sentir por vezes me tolde a razão e me leve a perdoar alguns defeitos que tem e que eu não encontro.

Mas esta paixão de mais de 30 anos pela minha terra é fruto de a ter sentido crescer, evoluir, ser cada vez mais bela, por dentro e por fora, alegrando o meu olhar a cada pormenor que todos os dias descubro no seu todo.

A minha terra tem o mais belo céu azul de todos o universo, o mar mais cúmplice que do azul água ao mais profundo esverdeado, já lhe encontrei tonalidades de lilás, deixa transparecer todos os seus sentimentos, um rio de sonho que traça esses no seu caminhar até se diluir no mar adoçando-o, tem uma frondosa mata de verde pintada que extasiaram reis e rainhas, príncipes e princesas, e o Povo que nela encontrou o seu sustento.

E a minha terra tem GENTE! Que soube construir um património ímpar, a cultura da solidariedade...



[vivo na Charneca de Caparica, concelho de Almada, à beira do Mar Atlântico, com o Monte da Lua à minha direita e o Barbárico Promontório à minha esquerda]

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