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domingo, dezembro 28, 2008

a sabedoria do tempo

Muito tenho meditado, por vezes aprisionado numa folha de papel, uma vez ou outra partilhando neste espaço com todos vós, sobre o fenómeno do “tempo que passa”, na sua existência concreta e na forma como o ser humano o sente fluir.

Júlio Pomar, um magnífico artista plástico português, disse um dia que “nunca vi o tempo”, nem tão pouco “tenho dele uma imagem real”. Acontece o mesmo comigo, somente os meus sentidos, que não a vista, vão dando conta da sua passagem.

Durante muitos anos não usei relógio, voltei a tomar essa atitude de há alguns meses para cá, outros tempos houve que usava um em cada pulso, vivia ao ritmo da actividade que desenvolvia. Já usei e ainda hoje o faço, um relógio que divide o decurso de um dia em mil partes iguais. Olho muitas vezes para um relógio que contraria a frase feita “no sentido dos ponteiros do relógio”.

Muitas vezes o passar do tempo é lento, como acontece neste momento com o arrastar dos últimos momentos do ano de 2008, na procura de abandonar um ano que foi bissexto e que parece querer demonstrar à evidência pensares de antigas tradições: “ano bissexto, tempo aziago”.

Foi um turbilhão de tempo que em grande parte das gentes, não somente em Portugal como no Mundo, deixa um sabor amargo e um sentimento de frustração, pois todos poderíamos ter feito melhor. Pelo menos, não ter cruzado os braços a deixar o tempo passar.

Claro que os arautos do poder universal, aquele que vive do tráfico de armas e de drogas e das permanentes agressões ao património natural, continuam a amachucar as gentes na pressão de uma crise para a qual o Povo não contribuiu mas que com ela é quem mais sofre.

Amachucar, oprimir, denegrir para reinar. Já não basta dividir, é necessário calcar forte, trazendo-me à recordação aqueles cartazes antifascistas do tempo da II Grande Guerra em que o Povo era espezinhado pelas botas do poder.

Sonho sentir o Povo que se “alevanta” e uma vez por todas diz NÃO! Porque a esperança não morre, a opressão definha.

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