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sábado, janeiro 24, 2009

caldeirada caparicana

Decorre desde hoje e até ao próximo dia 22 de Fevereiro o 26º Concurso de Caldeiradas de Costa de Caparica, com a participação de uma vintena de restaurantes, alguns dos quais recentemente inaugurados no âmbito da intervenção do Polis de Costa de Caparica, na zona da Frente Praias. O concurso do ano passado teve como vencedor o restaurante “O Camões”, da Praia da Fonte da Telha, que uma vez mais volta a participar.

Durante o período de um mês, sempre aos fins-de-semana, os restaurantes participantes no concurso servirão, especialmente ao almoço, a tradicional “Caldeirada” caparicana, confeccionadas com os melhores peixes capturados pelas “artes” do Grande Areal.

O poeta Bulhão Pato, que chegou a residir num palacete situado no Largo da Torre, no Monte de Caparica, escreveu num dos poemas que dedicou à Praia do Sol:

Com a sardinha empilhada,
Inda saltando vivaz,
Vem de cestinha avergada;
E lá de baixo, da praia,
E sobe a pino o almaraz;
Mas nem por sombras cansada!


A receita tradicional da caldeirada da Costa de Caparica não é confeccionada com sardinha, embora, pessoalmente muito aprecio uma caldeirada exclusivamente de sardinhas. Na caldeirada tradicional da Praia do Sol, os peixes utilizados são o tamboril, o safio e a tramelga, esta última conhecida pelos pescadores como galinha do mar, atendendo a sua deliciosa maciez.



Para os mais curiosos aqui fica a receita de uma das mais afamadas caldeiradas que podem ser degustadas na Costa de Caparica e homenageia um homem, caparicano de gema, que foi pescador, banheiro e o último dos sobreviventes do naufrágio do "Pensativo", barco meia-lua, dos grandes, de 18 metros, que naufragou quando aproava a terra com nevoeiro cerrado, na crista de um vagalhão, era Dezembro de 1929, tendo feito 11 vítimas. Referimo-nos a Francisco Pinto, também conhecido por "Chico Bóia".


Caldeirada Chico Bóia, para 4 pessoas

Ingredientes
1,2 Kg. de tamboril, safio e tramelga; 8 batatas médias; 4 cebolas grandes; 4 tomates grandes; 1 pimento; i ramo de salsa; 1,5 dl. de azeite; 1 copo de vinho branco; sal e piri-piri.

Preparação
Corte o peixe em pedaços grandes e lave-os. Descasque as cebolas e as batatas. Unte o fundo de um tacho com azeite. Por cima disponha as cebolas em rodelas. Cubra com uma camada de batatas e, a seguir, com uma de tomate, ambas às rodelas. Se necessário forme várias camadas. Disponha o peixe e cubra-o com rodelas de tomate e pimento às tiras. Tempere com sal. Regue com o restante azeite, o vinho branco e junte o piri-piri. Leve a lume forte para levantar fervura. Com o lume brando, deixe cozer, com o tacho tapado. Vá sacudindo o tacho para não pegar. Logo que o pimento esteja macio, junte a salsa picada, retire do lume e sirva.

Receita divulgada, não deixem, contudo, de visitar num destes fins-de-semana a Costa de Caparica, maravilhem-se com o mar e degustem uma deliciosa caldeirada acompanhada com um bom vinho tinto das Terras do Sado, por exemplo, Periquita Clássico, de José Maria da Fonseca.

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Comments:
Que engraçada coincidência. Não sabia que havia este festival e o meu almoço hoje foi uma belíssima caldeirada feita cá em casa. E o meu post de hoje é uma caldeirada. Ligeiramente diferente desta mas que estava tão deliciosa... hummm
Claro que o seu post está delicioso como é costume.
 
Putzzzzzzzzzz.. me deu água na boca! Muita águaaaaaaaaa Isso não se faz.. adoro peixe!!! (e olha, que acabei de almoçar.. ainda bem se eu tivesse com fome teria sofrido ainda mais!)
ahahah
beijinhus
 
Amigo Alves Fernandes
Estamos mesmo em tempo de "caldeirada"... fui lá espreitar ao "PreDatado" e comento que deve ter sido bem agradável.
Um abraço.
 
Doce Lualil
Ainda um dia irás degustar uma "caldeirada caparicana".
Beijinhos.
 
Hum...paparoca!!!
 
Oh Victor...!

Não lhe fazia uma visita há tanto tempo e quando arranjo um tempinho e alguma disposição (como poderá ver nos meus blogues, também a eles os tenho deixado meio abandonados), deparo-me logo com estas caldeiradas!!!

Que mau!

O que vale é que até dia 22 de Fevereiro sempre há a esperança de poder fazer uma "perninha" aí "abaixo" :-)

Um grande abraço,
Rui

P.S. "Diga" ao Olho de Lince que as fotos dos azulejos não ficam nada a dever às de flores...
 
Querida Lilás
Estamos na época desta deliciosa paparoca. Vamos?
Beijinhos.
 
Amigo Rui
Vale mesmo a pena a viagem... Diz qualquer coisa se se concretizar.
Um abraço amigo.
 
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