sexta-feira, agosto 07, 2009
na rota da loiça tradicional do redondo
Viajar para Redondo, já no profundo Alto Alentejo, é hoje coisa de somenos. A auto-estrada até Évora encurtou em muito o caminho que se realiza com o máximo de comodidade. Redondo é conhecido como a Vila das Olarias Populares atendendo à grande tradição oleira e às suas reconhecidas características artesanais.
De terra em terra, de monte em monte, os almocreves, no caso concreto os louceiros, anunciavam e vendiam o produto do trabalho dos oleiros, tachos, panelas e alguidares. À característica utilitária da sua loiça juntaram padrões decorativos únicos. As flores de cromatismo muito original e os elementos decorativos caracteristicamente alentejanos são os mais utilizados.
Bonitas casas em loiça, em que as portas e janelas são utilizadas para a circulação do ar, são excelentes contentores para os alhos e as folhas de louro, uma vez mais juntando o elemento decorativo ao facto utilitário, como é da tradição na loiça de Redondo.
Até que o barro chegue à roda do oleiro muito trabalho, algum de certa dureza, há que realizar. Desde a recolha do barro em bruto até que se obtenha uma pasta moldável pela arte e saber das mãos dos oleiros.
Depois de escavada a terra nos chamados “barreiros” e transportada para a olaria em tractores, outrora em carroças puxadas pela força animal, burros ou machos, iniciam-se as tarefas de preparação do barro.
1. Retirar as areias, realizar o “falheiro” (lavagem) e coar o barro;
2. Amassar ou sovar o barro
Só a partir dessa altura será possível iniciar as tarefas do “torneamento” das peças já realizadas na “roda de oleiro”.
As peças que saem da Olaria Maquinista, desta vila alentejana, aproximam-se mais do estilo produzido em S. Pedro do Corval do que o que o é localmente. Apresentam, contudo, muita inovação e bom gosto, resultante da aplicação da filha da família Maquinista, moça nova e cheia de ideias.
Claro que tudo tem os seus segredos, além da imaginação e arte. Aqui ficam os passos da produção na olaria, que os segredos me não quiseram confessar:
1. Moldar na roda do oleiro;
2. Secar ao sol forte do Alentejo;
3. Limpar com uma esponja húmida;
4. Tintar com caulino para poder marcar;
5. Secar a pintura do caulino;
6. Riscar o desenho pela artista da casa;
7. Pintar o desenho, as ajudantes fazem o cheio;
8. Limpar os excessos de tinta;
9. Enformar para cozer;
10. Primeira cozedura a 960 graus;
11. Dar o vidrado;
12. Limpar os fundos;
13. Cozer no forno o vidrado a 1060 graus;
14. Desenformar.
Depois de uma visita à Olaria Maquinista fica-nos a garganta seca e o estômago a “dar horas”. O almoço, com base na deliciosa gastronomia alentejana, fica para outras estórias. Mas de certeza não vamos sair do Redondo sem um farto repasto de excepcional confecção.
De terra em terra, de monte em monte, os almocreves, no caso concreto os louceiros, anunciavam e vendiam o produto do trabalho dos oleiros, tachos, panelas e alguidares. À característica utilitária da sua loiça juntaram padrões decorativos únicos. As flores de cromatismo muito original e os elementos decorativos caracteristicamente alentejanos são os mais utilizados.
Bonitas casas em loiça, em que as portas e janelas são utilizadas para a circulação do ar, são excelentes contentores para os alhos e as folhas de louro, uma vez mais juntando o elemento decorativo ao facto utilitário, como é da tradição na loiça de Redondo.
Até que o barro chegue à roda do oleiro muito trabalho, algum de certa dureza, há que realizar. Desde a recolha do barro em bruto até que se obtenha uma pasta moldável pela arte e saber das mãos dos oleiros.
Depois de escavada a terra nos chamados “barreiros” e transportada para a olaria em tractores, outrora em carroças puxadas pela força animal, burros ou machos, iniciam-se as tarefas de preparação do barro.
1. Retirar as areias, realizar o “falheiro” (lavagem) e coar o barro;
2. Amassar ou sovar o barro
Só a partir dessa altura será possível iniciar as tarefas do “torneamento” das peças já realizadas na “roda de oleiro”.
As peças que saem da Olaria Maquinista, desta vila alentejana, aproximam-se mais do estilo produzido em S. Pedro do Corval do que o que o é localmente. Apresentam, contudo, muita inovação e bom gosto, resultante da aplicação da filha da família Maquinista, moça nova e cheia de ideias.
Claro que tudo tem os seus segredos, além da imaginação e arte. Aqui ficam os passos da produção na olaria, que os segredos me não quiseram confessar:
1. Moldar na roda do oleiro;
2. Secar ao sol forte do Alentejo;
3. Limpar com uma esponja húmida;
4. Tintar com caulino para poder marcar;
5. Secar a pintura do caulino;
6. Riscar o desenho pela artista da casa;
7. Pintar o desenho, as ajudantes fazem o cheio;
8. Limpar os excessos de tinta;
9. Enformar para cozer;
10. Primeira cozedura a 960 graus;
11. Dar o vidrado;
12. Limpar os fundos;
13. Cozer no forno o vidrado a 1060 graus;
14. Desenformar.
Depois de uma visita à Olaria Maquinista fica-nos a garganta seca e o estômago a “dar horas”. O almoço, com base na deliciosa gastronomia alentejana, fica para outras estórias. Mas de certeza não vamos sair do Redondo sem um farto repasto de excepcional confecção.
Etiquetas: olaria, redondo, tradição
Comments:
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No Alentejo come-se bem, bebe-se bem e somos bem recebidos. Gentes laboriosas, honestas, afáveis e alegres apesar do trabalho intenso.
A loiça é lindíssima,cheia de cor e de utilidade. Vale a pena adquirir algumas peças.
Beijinhos
Bem-hajas!
A loiça é lindíssima,cheia de cor e de utilidade. Vale a pena adquirir algumas peças.
Beijinhos
Bem-hajas!
Querida Isabel
Tenho algumas peças de loiça do Redondo, especialmente dos oleiros "Maqunista" (da Judite Carochas) e do Mestre Xico Tarefa...
Aliás conheço bem a Olaria Maquenista onde aprendi ao vivo o "ciclo do barro", de que aqui falo.
Beijinho.
Tenho algumas peças de loiça do Redondo, especialmente dos oleiros "Maqunista" (da Judite Carochas) e do Mestre Xico Tarefa...
Aliás conheço bem a Olaria Maquenista onde aprendi ao vivo o "ciclo do barro", de que aqui falo.
Beijinho.
Querida Paula
A cozinha alentejana, tão simples, imaginativa das carências de então, mas tão bela... daí o gozo que é degustar comida tradiconal alentejana...
Beijinho.
A cozinha alentejana, tão simples, imaginativa das carências de então, mas tão bela... daí o gozo que é degustar comida tradiconal alentejana...
Beijinho.
Querida Elvira
A minha preferência vai para a loiça de S. Pedro do Corval, embora a pintura da loiça da Olaria Maquenista, do Redondo também seja muito boa...
Beijinho.
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A minha preferência vai para a loiça de S. Pedro do Corval, embora a pintura da loiça da Olaria Maquenista, do Redondo também seja muito boa...
Beijinho.
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