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domingo, dezembro 06, 2009

almanaques há muitos

Com o aproximar do final do ano civil, tal como sempre acontece, é época de realizar o balanço do tempo passado, avaliar “como correu o ano” em termos materiais mas, do mesmo modo, em termos afectivos… como correu a vida.

Mas é, igualmente, tempo de planear o novo ano, como se existisse uma real divisória a situar-se ali pelo dia 31 de Dezembro ou 1 de Janeiro que marcasse mudança sensível no curso dos acontecimentos. É um preconceito talvez melhor dizendo é a “força da tradição”.

É também por esta ocasião que aparecem no mercado da leitura os chamados “almanaques”, repositórios e informações que tiveram importância social no passado, para os mais letrados, que aí encontravam um auxiliar para a observação da Natureza, dando-lhe um carácter um pouco mais “científico”.

Desde Setembro ou Outubro passados que faz parte da documentação da Oficina das Ideias o almanaque “Borda d’Água”, o do “homem da cartolinha”, o “verdadeiro”, o “repositório útil a toda a gente”, para o ano comum de 2010. No dizer do editor “contendo todos os dados astronómicos e religiosos úteis de interesse geral”.

Este ano dispomos, igualmente, pela primeira vez, do Mandrágora, o almanaque pagão para 2010, como escreve o editor “um almanaque é uma janela do Tempo, que se abre e fecha à medida que o ritmo da vida das estações vai e vem”.

A este propósito encontrámos no Magazine Bertrand do Natal de 1930 um curioso anúncio:

Encontra-se à venda o
Almanach
Bertrand

Fundado por FERNANDES COSTA e coordenado por D. MARIA FERNANDES COSTA
Único no seu género
em Portugal
A mais antiga e de maior tiragem de todas as publicações em língua portuguesa - Recreativo, Ameno, Instrutivo – colaborado pelos melhores autores e desenhistas portugueses e estrangeiros – Passatempo e Enciclopédia de conhecimentos úteis, colaboração astronómica e matemática muito interessante por professores de grande autoridade nestes assuntos.
Um grosso volume de 400 páginas, cartonado 10$00
Encadernado luxuosamente 18$00
À venda em todas as livrarias.

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Comments:
Gosto de almanaques e reler os inúmeros da Bertrand que a minha mãe ainda conserva, já que compravam todos os anos, desde mil novencentos e troca o passo:)

Há dias estive a ler o do ano em que nasci e vi coisas bem giras:)
O Borda d'Água só constam até ao dia em que o meu pai morreu!

Beijos e um bom dia
 
Querida Fatyly

Relmente o imediatismo das informações televisivas, que ficam "coladas com cuspo" como é hábito dizer-se, são obstáculo aquela leitura calma absorvente "cozinhada em lume brando" que resultava da consulta aos almanaques e a outras publicações.

Beijinhos.
 
As pessoas estão a perder o interesse pelos almanaques que outrora tão importantes foram. A rapidez da informação dos dias de hoje levam-nos, por vezes, para outros caminhos. No entanto, muita informação não é sinónimo de boa informação.

Os Almanaques deveriam ser mais acarinhados, quando mais não seja pelas história de vida que transportaram e transportam ainda hoje. Bjs
 
Querida Sara

Desde há muitos anos que o Almanaque Borda d'Água me faz companhia todos os dias. De consulta obrigatória muito me tem ajudado nos "trabalhos oficinais".

Beijinhos.
 
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