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quinta-feira, janeiro 14, 2010

subir no ascensor da glória

Em outros tempos do século passado diversos caminhos eu utilizei para chegar a uma das sete colinas da cidade de Lisboa que poderei designar como “Carmo/Bairro Alto/Príncipe Real”, épocas em que frequentei a Escola Comercial Veiga Beirão, depois o Instituto Comercial de Lisboa e anos mais tarde no exercício da minha profissão a Rua do Alecrim. Alguns anos de intervalo para rumar lá para as bandas do Quelhas que de “económicas e bagaceiras” se tratava.

Para chegar ao topo desta colina percorria a íngreme Calçada do Carmo, calçada de paralelepípedos basálticos, mais difícil de descer do que de subir, outras vezes as Escadinhas do Duque, dos alfarrabistas e dos regionais restaurantes e, por vezes ainda, utilizando o Ascensor da Glória que até determinada época chegou a ter trânsito automóvel até meio do seu percurso.




Um dia destes fui visitar a Igreja de São Roque e o Museu do mesmo nome, comemorava-se os 105 anos de existência deste último, e utilizei o Ascensor da Glória para ir da Praça dos Restauradores até à Rua de São Pedro de Alcântara. Não são mais do que 265 metros mas transformam-se numa agradável viagem.

Recentemente, à semelhança do que aconteceu com os seus outros irmãos citadinos, Ascensores da Bica e do Lavra e Elevador de Santa Justa, recebeu uma intervenção artística que o tornou ainda mais apelativo.

No percurso das duas cabines do Ascensor da Gloria, uma sobe e a outra desce, há um preciso momento em que ao cruzarem-se ficam em paralelo… é o momento de contrapeso, de equilíbrio, de força e de tensão. Há neste momento uma troca de forças entre as duas cabines do Ascensor. Foi esse facto aproveitado pela artista Susana Anágua para provocar um “flash” de energia, visível através de um conjunto de lentes em vidro “Fresnel” e marcas de tinta florescente pintadas no chão no local de cruzamento.

Uma viagem e uma imagem a não perder...

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Comments:
Trabalhei nos Restauradores e subi vezes sem conta o Elevador da Glória e para cá vinha a pé e num dia bem chuvoso até fiz sku:)
Não conheço o de Stª. Justa e ninguém me convence a subir naquela geringonça que não me oferece segurança nenhuma:)
 
Nunca andei nestes ascensores em Lisboa, porque nunca me deu para isso, nem ao menos para experimentar. Mas já andei algumas vezes no elevador que vai da Nazaré ao Sítio e vice-versa. Mas foi há tanto tempo, que já nem sei o que senti!
Um beijo.
 
Subi várias vezes o ascensor da glória nos meus passeios por Lisboa e que boas saudades me trazem...

Fez-me lembrar uma canção dos Rádio Macau: O elevador da glória

Daquilo que está por baixo
Até ao que fica no alto
Vão dois carris de metal
Na calçada de basalto

Desde este lugar sem história
Até um lugar na história
Vão apenas dois minutos
No elevador da glória

Duma existência banal
Até ás luzes da ribalta
Há dois carris de metal
Desde a baixa á vida alta

Desde o triste anonimato
Desde a ralé e a escória
Até á fama e ao estrelado
Há o elevador da glória
 
Utilizei diariamente o elevador da Glória durante dez anos, que foram os que trabalhei na Misericórdia de Lisboa.
A minha filha frequentou sucessivamente a Escola de 1º. ciclo da Rua da Rosa, a Escola 2-3 Fernão Lopes (nas instalações da antiga Veiga Beirão, no Largo do Carmo) e a Secundária de Passos Manuel (essa um pouco mais afastada, já perto de S. Bento).
Conheço bem essa zona e todos os elevadores mencionados, ou não fosse eu nada e criada em Lisboa, uma "alfacinha de gema", filha e neta de lisboetas...
Muitas vezes utilizei também o elevador de Santa Justa (perfeitamente seguro, ao contrário do que pensa a Fatyly), do cimo do qual se tem uma interessante perspectiva da minha linda cidade.
Mas, sinceramente, embora tenha sido talvez o que utilizei menos vezes, o meu preferido é mesmo o da Bica, com as suas portinhas...
E não posso deixar de falar também sobre a Igreja de São Roque, esse lindo monumento onde tantas vezes me desloquei após um dia de trabalho, para ouvir os alunos do Conservatório que lá iam tocar órgão. Uma delícia!
 
Querida Fatyly

Subi o Elevador de Sta Justa vezes sem conta... muito antes das grandes obras de manutenção a que foi sujeito...

Eu diria mesmo que "vivi" 4 anos em cima dele... tirei o curso comercial na Veiga Beirão mesmo ali...

Beijinhos.
 
Querida Milu

Também viajei no Ascensor da Nazaré em tempos anteriores a um sério acidente que por lá houve... e depois de reaparado também.

Agora os ascensores de Lisboa é algo a não perder... recomendo como também é dito aqui no comentários o Ascensor da Bica pelo seu tipicismo.

Beijinhos.
 
Querida Sara

Que bom teres trazido aqui aos comentários a letra de uma das canções dos Rádio Macau... que bom enriquecimento ao meu escrito!!

Beijinhos.
 
Querida Greenie

Andei por esses "caminhos" que referes no teu comentário que muito agradeço.

Até mesmo... frequentei durante quatro anos a Escola Comercial Veiga Beirão... e tantas estórias que tenho desses tempos bonitos (1956/60)

Beijinhos.
 
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