terça-feira, março 23, 2010
os alvores da nova arcádia
elmano sadino
Apontamentos dos quereres e sentires do poeta de Setúbal, Manuel Maria de Barbosa du Bocage, na procura de uma verdade impossível de encontrar, o rumo da sua vida. Transcrição de sonetos e de poesias eróticas, burlescas e satíricas
A Nova Arcádia teve a protecção do Intendente da polícia que assim julgava poder melhor controlar os desmandos revolucionários e ímpios que sempre podiam surgir das reuniões de jovens boémios e artistas.
A Academia, a Nova Arcádia que de início se reunia na casa deste e daquele, sempre de gente de nome e de haveres, como eram o Conde de Vimioso e o Conde de Pombeiro, passou a encontrar-se em lugar próprio no desmantelado e abandonado Castelo de S. Jorge, cedido oficialmente pelo Intendente.
A Nova Arcádia teve a protecção do Intendente da polícia que assim julgava poder melhor controlar os desmandos revolucionários e ímpios que sempre podiam surgir das reuniões de jovens boémios e artistas.
A Academia, a Nova Arcádia que de início se reunia na casa deste e daquele, sempre de gente de nome e de haveres, como eram o Conde de Vimioso e o Conde de Pombeiro, passou a encontrar-se em lugar próprio no desmantelado e abandonado Castelo de S. Jorge, cedido oficialmente pelo Intendente.

crayon de Joe R. (1940)
Viu, assim, a Nova Arcádia formalizada a sua existência oficial ao ponto de serem chamados a abrilhantar as cerimónias do nascimento da Princesa Dona Maria Teresa no Palácio da Ajuda. Nesse evento, o sempre irreverente Bocage improvisou versos que desfizeram o severo protocolo.
Bocage não resistiu muito tempo ao elogio mútuo e ao bem dizer e bem parecer dos árcades. Atira-se satiricamente aos seus companheiros, ao Padre Caldas, ao Conde, às reuniões de quartas-feiras com tal argúcia e má-língua que se celebrizou, a partir daí, dividindo os intelectuais em apoiantes e completamente contra.
Bocage não resistiu muito tempo ao elogio mútuo e ao bem dizer e bem parecer dos árcades. Atira-se satiricamente aos seus companheiros, ao Padre Caldas, ao Conde, às reuniões de quartas-feiras com tal argúcia e má-língua que se celebrizou, a partir daí, dividindo os intelectuais em apoiantes e completamente contra.
Improviso
À meia noite
Saiu de um cano
Cheio de merda
Crispiniano.
Eis que da ronda
Tropel insano
Divisa ao longe
Crispiniano
Capuz o cobre
És franciscano?
- Sou (lhe responde)
Crispiniano.
Chega o alcaide,
Dá-lhe um abano,
Sai da gravata
Crispiniano.
À meia noite
Saiu de um cano
Cheio de merda
Crispiniano.
Eis que da ronda
Tropel insano
Divisa ao longe
Crispiniano
Capuz o cobre
És franciscano?
- Sou (lhe responde)
Crispiniano.
Chega o alcaide,
Dá-lhe um abano,
Sai da gravata
Crispiniano.
Etiquetas: biografias, bocage, elmano sadino, poesia
Comments:
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Ai Crispiano, Crispiano que te dou com o abano...e sabes que tive um colega de escola com esse nome? Nunca mais soube nada dele...
Mais um momento da nossa literatura e gosto de Barbosa duuuu Bocage :)
Um abraço
Mais um momento da nossa literatura e gosto de Barbosa duuuu Bocage :)
Um abraço
Querida Fatyly
A obra de Bocage é um mundo... na minha modesta opinião, um mundo sublime.
Inspiração a rodos.
Beijinho.
A obra de Bocage é um mundo... na minha modesta opinião, um mundo sublime.
Inspiração a rodos.
Beijinho.
Querida Sara
Um tentativa prometida de "percorrer" a vida, vivência rica, de Bocage através da sua poesia...
Conseguirei?
Beijinhos.
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Um tentativa prometida de "percorrer" a vida, vivência rica, de Bocage através da sua poesia...
Conseguirei?
Beijinhos.
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