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domingo, junho 17, 2007

viva da costa!

Agora que os dias são longos e apetece o convívio é passar-se junto aos quintais dos autóctones ou dos veraneantes e sentir o odor penetrante da bela sardinha assada e o não menos agradável cheiro dos pimentos assados que irão ter o seu fim numa refrescante salada que fará o contraponto ao “pingo no pão” da sardinha assada ao momento.

A sardinha da Costa, tem tradição e merece a distinção pela sua qualidade e sabor. Prateada quando crua e acabada de sair do mar, toma o fulgor doirado de metal rico quando assada a preceito, com calor certeiro e por pouco tempo por ele afagada.

O poeta Bulhão Pato, sim, esse mesmo da receita célebre e celebrada de preparar as conquilhas e ameijoas, que viveu longo período da sua vida no sítio da Torre, freguesia da Caparica (Monte de Caparica), onde aliás veio a falecer, deixou este autêntico hino à mulher caparicana que também o é a sardinha “Viva da Costa!!!...”, no seu livro de poemas “Livro do Monte”, publicado em 1893:

Com a sardinha, empilhada,
Inda saltando vivaz
Nem da cestinha avergada;
E lá de baixo, da praia,
E sobe a pino o almaraz:
Mas nem por sombra cançada.

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Magrinha – mas que vigor
No seu passo de balança...
E, para apressar os passos,
São duas azas os braços!

A venda deve ser boa
Que há muito que o mar não dá.
Com que alvoroço pregoa:
“Sardinha fresca!... frês-quiá”...”.

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“Sardinha fresca!... da Costa
Viva da Costa!... Frês-quiá”

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