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domingo, setembro 02, 2007

jantar no pombeiro

sentados à mesa... gostámos
Viajar pela rota dos saberes, feitos de odores e sabores, numa partilha da degustação de comidas e de bebidas em casas de pasto, ao ritmo do coração



Noite chegada a convidar á tertúlia e às comezainas, como é próprio de quem chega a terra alheia, logo aparece uma voz amiga com a sugestão de um bom espaço de comeres e de beberes lá para os lados de Paranhos à beira da Constituição. Falava quem sabe pelo que a sugestão foi de imediato aceite e ala que tarde se faz.

O espaço que nos recebe é simples e agradável à vista. Numa parede se faz a mostra de uma gama rica de vinhos disponíveis seguida de um balcão corrido brilhante e decorado a preceito. Num recanto da sala, junto à mesa onde nos sentamos, um painel de bengalas de Gestaçó, marca da origem duriense da esposa do seu proprietário, Manuel Pereira, a quem a clientela certa sempre trata por Senhor Manuel.

Confortavelmente instalados, cinco “figuras gradas” (do bem comer e de melhor beber, claro) e suas consortes vamos à escolha do repasto numa lista bem recheada de pratos de peixe e de carne, já sem falar nas entradas. Opção sábia foi tomada...

“Oh Senhor Manuel! Para esta gente esfomeada escolha o amigo o que lhe aprouver, um pouquinho de cada uma das vitualhas, talvez...”
“É pra já, não se irão arrepender!!!”

Começámos o repasto, regado com um excelente vinho verde tinto do termo da Lousada bebido como manda a tradição em malgas de loiça, com umas deliciosas petingas fritas acompanhadas de arroz de hortos, com o travo ligeiro dado pelos mimos da horta.


“Sentados à mesma mesa
Nobres, o clero, a plebe
Petiguinhas devoradas
E arroz d’hortos saudadas
E mais uma malga se bebe
Verde tinto para a realeza”


A “conversa” com o peixe terminou degustando um magnífico Polvo à Lagareiro, acompanhado de batatinhas a murro e as malgas de vinho verde a um ritmo aceitável.

Depois, porque de peixes estávamos conversados, e bem conversados, veio à távola para prazer dos comensais uma Alheira de Caça com maçã, broa esfarelada e feijão frade ligeiramente estrugido. Vitela Assada “de casamento” e umas Tripas à Moda do Porto que o Senhor Manuel prometeu ao edil do Porto servir diariamente completaram este lauto repasto.


Juntaram-se para o repasto
A nobreza e a fidalguia
Chamaram um capitão
Um abade e um capelão
E como a noite prometia
Um físico de saber vasto


O Senhor Manuel recebeu-nos com a afabilidade das gentes do Norte e com o saber de quem anda no mundo dos comeres e dos beberes com amor; A Dona Fátima esmerou-se, como sempre o faz, em confeccionar os comeres como se para sua própria casa se tratasse.


Aos vivas de malga na mão
Todos quiseram ser primeiro
Dona Fátima, Senhor Manuel
Brindou o crente e o infiel
Voltaremos ao Pombeiro
Para jantar e p’ró serão



Restaurante POMBEIRO
Rua Capitão Pombeiro, n.º 218
4250-371 PORTO, ali à beira da Constituição
Telefone: 225 097 446 – Encerra aos domingos

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Comments:
Amei simplesmente!

(E não o nego, salivei um pouco...)

Estas coisas de comeres são outra das minhas paixões.

Um beijo.
 
Querida Gasolina
É uma paixão que contigo comungo. E quando conduzidos por mão amiga e sabedora o que se pode esperar? Primeiro... salivar e depois... degustar.
Beijinhos.
 
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