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quarta-feira, janeiro 09, 2008

cantar as janeiras das escolas

As Janeiras são cantadas, de porta a porta, especialmente para os ricos e os senhores do poder a quem são dirigidos, em tom festivo, críticas e pedidos que procuram encontrar bom eco e respostas adequadas, entre o Ano Novo e o Dia de Reis, que se comemora a 6 de Janeiro de cada ano. Em muitas localidades, contudo, estes cantares prolongam-se até finais do mês de Janeiro. Numa quadra festiva marcada principalmente por eventos religiosos, Cantar as Janeiras dá um cunho pagão e de intervenção social onde o Povo tem a palavra.

Supõe-se que as Janeiras estejam relacionadas com os cultos pagãos, desenrolando-se no mês do deus romano Jano, de Janua que significa porta, entrada. Esta figura da mitologia romana, representada com duas caras, encontra-se fortemente ligada à ideia de entrada mas, muito em especial, à noção de transição, de conhecimento do passado e do futuro.




A tradição de Cantar as Janeiras manter-se-á se for feito um esforço de diversas entidades no sentido de a vitalizarem. E nada melhor do que criar o hábito dessa cantoria popular logo na tenra idade. Em boa hora a aula de educação musical da EBI de Vale Rosal tomou essa iniciativa, pelo menos desde o ano de 2005.

Este ano um grupo de meninos e meninas do ensino básico acompanhados pelas respectivas professoras, com a participação musical da acordeonista Paula Marques estiveram na Junta de Freguesia a Cantar as Janeiras e a afirmar bem alto que querem dar continuidade à tradição.






Depois de cantarem o maravilhoso poema que Zeca Afonso dedicou ao tradicional Cantar das Janeiras, como saudação inicial “janeiraram” assim:

Somos de Uma escola
Onde gostamos de estar
Vimos dar as Janeiras
E também cumprimentar

Os alunos aqui estão
Professores também
A cantar as janeiras
A quem nos quer bem

Viva lá sr. ....
Casaquinho de cambraia
Quando sai cá fora à rua
Ilumina toda a praia

Viva lá sra. ....
Onde tem o seu chapéu?
Tem-no no canto da caixa
Parece um anjo do céu

Viva lá sr. ...
Sapatinho de cortiça
Bote a mão ao fumeiro
Dê para cá uma chouriça

Viva lá sra. ...
Cabelinho aos anéis
Venha-nos esperar à porta
Com a travessa dos pastéis

Quem diremos nós que viva
Na folhinha da giesta?
Já lhes cantámos os Reis
Acabou a nossa festa

Vou dar a despedida
Aqui me confesso
Vivam todos em geral
Que eu por nome não conheço.




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Comments:
Queria muito ter visto isso de perto...
Um novo ano cheio de felicidades pra ti meru querido e inesquecível amigo!
beijosssss
 
Continuo a gostar destas tradições...beijão e bom fim-de-semana...
 
Doce Lualil
Sei bem o valor que dás a todo este trabalho com a criançada. Um bom ano também para ti.
Beijinhos.
 
Querida Amigona
Com a criançada o encanto é ainda maior.
Beijinho.
 
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