sábado, agosto 22, 2009
batentes "mão de fátima"
A Oficina das Ideias tem publicado, em ocasiões diversas, imagens de batentes recolhidas fotograficamente em portas que mantêm a tradição, em diferentes regiões do nosso País. Trata-se de um trabalho de pesquisa e recolha do nosso amigo/irmão/gémeo Olho de Lince.
São variadas as fontes de inspiração dos escultores/ferreiros na criação destas interessantes peças do nosso património imaterial: antropomórficas, do reino animal, no reino vegetal e do imaginário místico e fabuloso. Todas elas terão um significado que vai muito para além do que o olhar de um simples passante pode alcançar.
Um dos batentes mais interessante, na nossa modesta opinião, e que temos publicado com alguma frequência é aquele que representa uma mão e que muitos estudiosos do tema usam designar por “Mão de Fátima”, com a curiosidade de muitas vezes apresentarem um anel, nem sempre no dedo anelar. Outras vezes é simplesmente a mão lisa de qualquer adorno.
Muitos leitores da Oficina das Ideias e de outros blogues que dedicam a atenção a estas peças tão vulgares nas aldeias, e em tempos idos quando a electricidade ainda não havia chegado aos lares, em todas as localidades, se interrogam da relação existente entre a designação de “Mãos de Fátima” e o culto tão português a Nossa Senhora de Fátima, em terras da Cova da Iria.
Acontece que a existência e utilização deste tipo de batente é muito anterior à evocada “aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos”, dizem os entendidos, Nossa Senhora do Rosário, depois modificada para “de Fátima” que terá tido lugar no ano de 1917 e ainda hoje fonte de polémica quanto à sua realidade.
A mão é um símbolo fatimida, com génese em Fátima, a quinta filha de Maomé, muitas vezes com o sentido de “pare!”, donde a designação de “Mão de Fátima”, “tendo muito a ver com o “tesouro”, convidando a quem julgue possuir a “senha” para o desenterrar a pensar muito bem se está na hora de o fazer...”.
Assim acontece nas portas das casas, dos lares, o “tesouro”, em que o batente “Mão de Fátima” convida a primeiramente chamar o dono “truz! truz! Está alguém?” e somente depois entrar.
São variadas as fontes de inspiração dos escultores/ferreiros na criação destas interessantes peças do nosso património imaterial: antropomórficas, do reino animal, no reino vegetal e do imaginário místico e fabuloso. Todas elas terão um significado que vai muito para além do que o olhar de um simples passante pode alcançar.
Um dos batentes mais interessante, na nossa modesta opinião, e que temos publicado com alguma frequência é aquele que representa uma mão e que muitos estudiosos do tema usam designar por “Mão de Fátima”, com a curiosidade de muitas vezes apresentarem um anel, nem sempre no dedo anelar. Outras vezes é simplesmente a mão lisa de qualquer adorno.
Muitos leitores da Oficina das Ideias e de outros blogues que dedicam a atenção a estas peças tão vulgares nas aldeias, e em tempos idos quando a electricidade ainda não havia chegado aos lares, em todas as localidades, se interrogam da relação existente entre a designação de “Mãos de Fátima” e o culto tão português a Nossa Senhora de Fátima, em terras da Cova da Iria.
Acontece que a existência e utilização deste tipo de batente é muito anterior à evocada “aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos”, dizem os entendidos, Nossa Senhora do Rosário, depois modificada para “de Fátima” que terá tido lugar no ano de 1917 e ainda hoje fonte de polémica quanto à sua realidade.
A mão é um símbolo fatimida, com génese em Fátima, a quinta filha de Maomé, muitas vezes com o sentido de “pare!”, donde a designação de “Mão de Fátima”, “tendo muito a ver com o “tesouro”, convidando a quem julgue possuir a “senha” para o desenterrar a pensar muito bem se está na hora de o fazer...”.
Assim acontece nas portas das casas, dos lares, o “tesouro”, em que o batente “Mão de Fátima” convida a primeiramente chamar o dono “truz! truz! Está alguém?” e somente depois entrar.
Leitura recomendada:
Sintra Serra Sagrada, de Vítor Manuel Adrião, Livros Dinapress, 2007
Etiquetas: património imaterial, tradição
Comments:
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Vicktor, muito te agradeço a informação tao precisa sobre o relogio do sol, voce um um portugues nato que sabe tudo sobre sua cultura,seu povo.Isto é muito raro e especial,Uma história bonita,diga-se de passagem.Tem assuntos e dizeres que nao fazem parte do meu cotidiano e porisso quando nao sei ,pergunto,ok?
A história de Fátima,conheço bem , e essas portas muito bonitas e significativas.
Um bom domingo,amigo
A história de Fátima,conheço bem , e essas portas muito bonitas e significativas.
Um bom domingo,amigo
Querida Lis
Do pouco que sei deste País e desta vida tenho a obrigação de partilhar com quem lhe interessa saber.
Quanto a perguntares, pergunta sempre... em Portugal até há um dito: "perguntar não ofende...." hahaha.
Quanto à obra citada é muito interessante... diz-me se por aí não encontraes à venda. Procurarei no meu "fornecedor" habitual e terei o máximo prazer en te enviar.
Um beijinho.
Do pouco que sei deste País e desta vida tenho a obrigação de partilhar com quem lhe interessa saber.
Quanto a perguntares, pergunta sempre... em Portugal até há um dito: "perguntar não ofende...." hahaha.
Quanto à obra citada é muito interessante... diz-me se por aí não encontraes à venda. Procurarei no meu "fornecedor" habitual e terei o máximo prazer en te enviar.
Um beijinho.
Mão de Fátima, ou Hamsá é um dos mais fortes talismãs usados no esoterimo. Usado por muçulmanos, que dizem realmente que é a mão de Fátima a filha de Maomé, é também usada pelos Judeus que dizem que é a mão de Miríam irmã de Moisés. O seu culto é muito antigo. Eu tenho dois destes amuletos. Um foi-me oferecido em Moçambique no ano 70, e o outro ganhei de uma amiga brasileira, no Algarve em 1990.
Um abraço e bom Domingo
Um abraço e bom Domingo
Uma explicação muito interessante que em parte eu já conhecia.
Bem-hajas pela partilha dos teus saberes.
Beijinhos
Bem-hajas pela partilha dos teus saberes.
Beijinhos
Querida Elvira
Importante contributo esse para a permanente acção de pesquisa em que o pessoal da Oficina está envolvido.
Vou já de seguida considerar esse saber aqui expresso como nota para esse tema.
Beijinhos.
Importante contributo esse para a permanente acção de pesquisa em que o pessoal da Oficina está envolvido.
Vou já de seguida considerar esse saber aqui expresso como nota para esse tema.
Beijinhos.
Querida Paula
Se atentarmos nas aldeias e cidades deste nosso País ainda encontramos muitas destas peças, e de diversas temáticas.
Beijinho.
Se atentarmos nas aldeias e cidades deste nosso País ainda encontramos muitas destas peças, e de diversas temáticas.
Beijinho.
Querida Fatyly
Vão sendo sempre acrescentados novos pormenores pois é uma história em construção.
beijinhos.
Vão sendo sempre acrescentados novos pormenores pois é uma história em construção.
beijinhos.
Gosto muito destas suas fotos de batentes. Transpiram histórias de vida. Se falassem, quantas histórias teriam por contar e quem lhes tocou, teriam boas ou más notícias para dar?
Querida Sara
É bem verdade... é muito importante continuarmos a "ler" o que os batentes e as aldrabas nos contam...
É a riqueza do nosso património imaterial.
Beijinhos.
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É bem verdade... é muito importante continuarmos a "ler" o que os batentes e as aldrabas nos contam...
É a riqueza do nosso património imaterial.
Beijinhos.
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