quarta-feira, fevereiro 10, 2010
o pescador e o "papagaio"
Figura vertical, sóbria, em contraste cromático com azul do céu, sábio de alva cabeleira perscruta os insondáveis segredos do firmamento e das correntes dos ventos predominantes. Lança um papagaio” por si construído de forma hexagonal e testa a segurança do comprimento da cauda do mesmo.

Dá “guita” e o “papagaio” sobe cada vez mais. Subirá sempre até que o homem idoso que o lança o queira. Sem limites pois o seu saber é imenso.
Aproximo-me, com curiosidade. O velho pescador aproxima-se de mim fazendo o caminho ao contrário. Cada passo que eu dou ele dá outro também. O tempo de aproximação entre nós reduz-se, assim, a metade.
“Boa tarde!”
“Boa tarde. Se eu lhe disser o que estou a fazer, você não acredita” – antecipou adivinhando a minha curiosidade.
“Então… o que está a fazer?”
“Estou a preparar um “papagaio” para ir com ele pescar”
Sorri. Incrédulo, na incerteza se o velho homem estava ou não a brincar comigo.
“Verdade?”
“Claro que é verdade. Mas eu já havia dito que você não iria acreditar”
“Acredito, pois. Então como vai pescar com esse “papagaio”?”
“Estive a aumentar o tamanho da cauda para aguentar melhor o vento que hoje está… Mais logo, pela noite, se o mar o permitir vou com ele à pesca”.
E lá me explicou tratar-se de uma “arte” proibida mas que as condições actuais da pesca, o muito mar desta época, e a “crise” assim o obrigavam. O “papagaio” é levado pelo vento e nele suspenso segue um aparelho de anzóis que depois mergulham na água devidamente engodados. Quando o peixe “picar” é só puxar.
“Ainda há quinze dias pesquei 40 quilos de robalo com este aparelho!” – concluiu a jeito de justificação e com orgulho pelo sistema que aperfeiçoou e utiliza".
Aproximo-me, com curiosidade. O velho pescador aproxima-se de mim fazendo o caminho ao contrário. Cada passo que eu dou ele dá outro também. O tempo de aproximação entre nós reduz-se, assim, a metade.
“Boa tarde!”
“Boa tarde. Se eu lhe disser o que estou a fazer, você não acredita” – antecipou adivinhando a minha curiosidade.
“Então… o que está a fazer?”
“Estou a preparar um “papagaio” para ir com ele pescar”
Sorri. Incrédulo, na incerteza se o velho homem estava ou não a brincar comigo.
“Verdade?”
“Claro que é verdade. Mas eu já havia dito que você não iria acreditar”
“Acredito, pois. Então como vai pescar com esse “papagaio”?”
“Estive a aumentar o tamanho da cauda para aguentar melhor o vento que hoje está… Mais logo, pela noite, se o mar o permitir vou com ele à pesca”.
E lá me explicou tratar-se de uma “arte” proibida mas que as condições actuais da pesca, o muito mar desta época, e a “crise” assim o obrigavam. O “papagaio” é levado pelo vento e nele suspenso segue um aparelho de anzóis que depois mergulham na água devidamente engodados. Quando o peixe “picar” é só puxar.
“Ainda há quinze dias pesquei 40 quilos de robalo com este aparelho!” – concluiu a jeito de justificação e com orgulho pelo sistema que aperfeiçoou e utiliza".
Etiquetas: artes, pescadores, praia do sol, tradição
Comments:
<< Home
E o pescador dava guita e o papagaio subia...subia...esvoaça ao vento...encantava.
Bela imagem olho de lince!
Bjs
Bela imagem olho de lince!
Bjs
Desconhecia totalmente esta forma de pesca e que é proibida??? a luta pela sobrevivência tornam as pessoas imaginativas e por vezes passam de geração para geração.
Querida Lilá(s)
O papagaio foi tão bem construído que se mais guita desse mais ele subiria.
Beijinhos.
O papagaio foi tão bem construído que se mais guita desse mais ele subiria.
Beijinhos.
Querida Fatyly
Estas heranças culturais são magníficas e eu tive a felicidade de poder esta registar.
Beijinhos.
Estas heranças culturais são magníficas e eu tive a felicidade de poder esta registar.
Beijinhos.
Querida Sara
É interrogação que a mim coloco... porque descubro eu estas situações? Pela mão do Olho de Lince eu sigo.
Beijinhos.
Enviar um comentário
É interrogação que a mim coloco... porque descubro eu estas situações? Pela mão do Olho de Lince eu sigo.
Beijinhos.
<< Home