sábado, maio 31, 2008
voo do abutre

profundo silêncio dos tempos
santuário da mãe natureza
em magnífico equilíbrio dos sentires
Etiquetas: natureza, pn monfragüe
que vivam os poetas almadenses
Trazem a poesia para o sentir das gentes, incitando a que a escrevam e a digam, que partilhem vozes e olhares numa cumplicidade de gente que se quer bem, no sentido do desenvolvimento inteiro, na globalização da solidariedade.
Hoje é o
Dia dos Poetas Almadenses
Passado um ano, neste tempo que passa sem se sentir a decisão “oficial” não foi tomada mas foi essa a vontade nunca negada
Dia 31 de Maio – Dia dos Poetas Almadenses
Etiquetas: poetas almadenses
sexta-feira, maio 30, 2008
sonho voado

sonho voado, voar sonhando
por mares e por montanhas
flutuar na suavidade das isobáricas
Etiquetas: gaivotas
recordar a adraga dos anos 60
Estrada abaixo, vindos de Cascais pelo caminho que ladeia o mar tão azul e tão belo, cujo declive se acentua depois de passarmos o Pé da Serra (Serra de Sintra, claro) foi um desenrolar de recordações. Aqui à direita, no Penedo, contactei seres vindos de outros mundos, aqui à esquerda tinha o Carlos Viseu o seu atelier de ceramista, aqui era o restaurante do Zézinho e acolá o quartel dos bombeiros voluntários.
Recordações de quase quarenta anos passados, tempos de despreocupação dos tenros vinte e poucos anos, da companhia sempre presente da avó Esménia, daquele grupo que especialmente no Verão, mas muitos de nós durante todo o ano aqui construíamos amizade, melhor, Amizade. Os nomes tardavam em chegar ao consciente por tantas vidas andadas e sentidas.
O apelo foi fortíssimo. Tão forte que a muita hesitação, o temor das surpresas de modificações produzidas pelo rolar de tantos anos, foram vencidos pela vontade inquebrável de procurar os nomes e as pessoas que esses nomes incorporam. E procurar nos rostos linhas que recordem imagens há muito adormecidas.
A revista VISÃO refere também sobre o restaurante DA ADRAGA: “...recebe muitas pessoas ao longo de todo o ano e mantém a tradição dos petiscos, igualmente bem confeccionados pela neta da fundadora, Suzete Torres...”. Suzete era um nome que faz parte do meu imaginário de frequentador assíduo da Praia da Adraga, com casa posta na então aldeia de Almoçageme.
Sentados numa mesa bem junto à ampla vidraça que dá para a praia ia recordando: Ali quase que me afoguei juntamente com o meu amigo Julião antiquário, não fora a intervenção empenhada do banheiro; deste lado, com a maré baixa, dava para passar para o outro lado, para a Praia do Cavalo, donde deveríamos regressar antes da maré ficar cheia; E por aquelas escadas subíamos até ao topo da falésia para depois caminharmos até à direcção da Praia da Ursa.
O repasto foi do melhor: Amêijoas à Dona Suzete (com camarão), Chocos grelhados (muito frescos) e como sobremesa Leite Creme (queimado ao momento) e um delicioso Bolo de Chocolate. Quando perguntei ao empregado (vim depois a saber ser bisneto da Dona Libânia) se o restaurante ainda era da família do Senhor Lourenço, filho da Dona Libânia, logo me disse que SIM, que o Senhor Lourenço ainda era vivo com oitenta e muitos anos e que me não fosse embora sem falar com a sua mãe, a Suzete.
As linhas do rosto, mesmo quase quarenta anos depois, começaram a suavizar-se deixando ver a imagem do antigamente...
_Estou a reconhecer-te, pela expressão, pelos olhos, pelo sorriso...
Etiquetas: baú de memórias
quinta-feira, maio 29, 2008
uma flor para... a lualil

neste dia muito especial
te desejo as maiores venturas
e muita felicidade de teu merecimento
Etiquetas: parabéns
as margens do rio tejo para sul
Almada beija com ternura o Tejo com quem desde há milhões de anos mantém uma doce cumplicidade, Aqui o contacto é mais íntimo, Almada permite que as águas se espraiem nas suas entranhas, Ali Almada torna-se altaneira mira o Tejo de cima mas vai-lhe piscando o olho em conversas que somente aos dois diz respeito, Que somente os dois entendem, A aproximação a Almada vindos de Lisboa num cacilheiro que acaricia as águas do Tejo é um momento inolvidável, Calma tranquilidade transparência apetece respirar fundo encher o peito de um ar puro que Almada oferece a quem a visita, Cacilhas Ginjal Boca do Vento O Passeio Ribeirinho Elevador Panorâmico e muito em especial gente afável e hospitaleira que de forma incomparável souberam acolher reis e princesas nos momentos em que Lisboa lhes foi agreste.
O Pátio do Prior, Do Crato teria que ser, Sobranceiro ao rio a olhar o Cristo-Rei de construção mais recente está a Casa da Cerca senhorial de João de Portugal, E caminhando para o interior depois do Pragal e do Monte onde viveu Bulhão Pato, Lembram-se dos Contos do Monte?, Vem a charneca imensa das quintas da realeza e doutros nobres menos reais que aí encontraram espaço de tranquilo estar, Caçarias e cavalhadas caminhos abertos no mato para mais tarde ser serventia de recoveiros e carreiros em montadas de muares, Por aqui também ficaram por longas temporadas os monges e os noviços em espaço de meditação, Mais perto dos seu deus que os vinha inspirar, Missionários viveram estudaram aprenderam saberes de evangelização para no Brasil irem pregar, Daqui saíram os que seriam “40 Mártires” que deu nome a quinta que era um vale rosal, E depois o mar esse eterno companheiro de quem o sabe amar.
Etiquetas: almada, minha terra, rio tejo
quarta-feira, maio 28, 2008
parecem avezitas

salpicam de cores vivas o azul-mar
dezenas um amigo meu os contou
deslizam ao sabor das isobáricas curvas
Etiquetas: grande areal, kite surf
de bico amarelo em valle do rosal
“Tchac, tchac, tchac”
Este não é o seu cantar mavioso que nos irá encantar durante todo o dia. Este é o som de despertar, a comunicação a toda a sua comunidade de que o dia tem o seu início. É a vitalidade da Natureza em toda a sua pujança.
“Tchac, tchac, tchac”
Este som vai ser ouvido ali perto no pinheiral que o cimento armado ainda não conseguiu destruir, mas também a muitos quilómetros de distância, em toda a planura que se prolonga até às faldas da Serra da Arrábida.
O dia de hoje, tal como tem acontecido nas últimas jornadas, vai ser tempo de forte azáfama. A construção dos ninhos está no seu auge. A forma dissimulada como se aproximam dos locais de nidificação é arte de iludir os predadores, mas o trabalho não pára durante todo o dia.
Vai encantar-nos com a sua vocalização que vai desde o encantamento dos gorjeios aflautados, em tempo de alegria e de construção, até ai áspero chilro de alarme quando dos ninhos se aproxima algum predador.
Foi o primeiro a despertar em Valle do Rosal, sei bem que irá ser o último a recolher ao silêncio no final do dia.
Etiquetas: minha terra
terça-feira, maio 27, 2008
baía da "adiça"

foi buscar seu nome à mina de oiro
que fez os romanos traçarem caminhos
nas águas azuis do grande areal
Etiquetas: grande areal
trava-língua
_A Maria disse-me que você lhe tinha dito que eu lhe disse a você que não lhe dissesse!...
_Como?... Mas eu disse-lhe a ela que não lhe dissesse a você o que eu lhe tinha dito...
_Bem!... Eu também lhe disse a ela que não lhe dizia nada a você. De forma que você não lhe diga que eu lho disse...
A curiosidade maior é que este diálogo foi publicado em Janeiro de 1930, na rubrica Bom Humor, do Magazine Bertrand.
Etiquetas: curiosidades
segunda-feira, maio 26, 2008
segredos guardados

quantos segredos, quantas confidências
foram trocados no recolhimento destes claustros
a luz coada vinda dos jardins
Etiquetas: contador mor, janelas
fazer a diferença

Obrigado!
domingo, maio 25, 2008
pureza em verde berço

no verde pousaste tua pureza
em pérola desenhadas tuas pétalas
afecto, ternura, singeleza
Etiquetas: flores de jardim
sonhar...
A minha querida amiga Cathy, de tantos bailados e cumplicidades partilhados, escreveu esta maravilhosa poesia que intitulou “Constatação”.
Sentei na calçada, olhei para a rua e vi você.
Vi porque é da minha natureza imaginar.
E você é todo sonho.
Mas de todo sono é preciso acordar;
E quando isso acontece é que vejo
Verdadeiramente o que é sonhar.
Porque em mundo construído
Há uma sina a contemplar
No silêncio pleno de ruído.
E você continua sonho.
Porque se na vida é preciso utopia
A melhor forma de o fazer
É estar em doce companhia.
Não resisti a responder-lhe, modesto versejar o meu:
Passei na rua, calçada acima, senti você,
Pois é de minha natureza a emoção.
E você é esplendor.
Se de seu sonhar fizer parte o meu ser
Num simples lampejo que o seja
Já valeu a pena meu viver.
Sua imaginação é o Mundo
De ternura, de afecto
Olhar profundo.
O esplendor é o sonho.
Na doçura de seu sorriso me perdi
Encontrei todo meu sentir
E o sonho eu entendi.
sábado, maio 24, 2008
vela ao vento

com a cumplicidade do vento
vela vermelha desenha
no azul mar audácia
Etiquetas: desporto radical, grande areal, kite surf
disseram na oficina
A grande maioria das visitas são de amigos de longa data destas andanças da blogoesfera, outras trazidas por mãos amigas e em resultado de pesquisas temáticas. Muitas das imagens originais da autoria de Olho de Lince publicadas na Oficina são encontradas dispersas por muitos blogues de diversos países do Mundo.
Ainda um dia destes fomos encontrar uma fotografia do “Pôr-do-Sol na Mata dos Medos” a ilustrar uma postagem de promoção a uma obra literária intitulada precisamente “Contos da Mata dos Medos”. Sentimos sempre orgulho por estas transcrições.
De muitas das visitas à Oficina das Ideias resultam comentários, sempre enriquecedores do nosso trabalho, dos quais hoje queremos fazer três destaques, pela sua curiosidade e diferente motivação.
O nosso amigo Mário, do BZZZZZ, veio com certeza na pesquisa da temática “colmeias, mel, apicultura” e deixou-nos dois breves comentário a um texto “O Mel da Arriba Fóssil” escrevendo “...acredito que seja um néctar delicioso, o de rosmaninho então hummm...” e a uma imagem “Doçura da Lousã” dizendo “...que sítio mais tentador para desfrutar e saborear a natureza, ouvir o zumbido e sentir a mística apícola...”.
A querida amiga Manuela, portuguesa, engenheira portuária a trabalhar no porto de Paranaguá, estado do Paraná, no Brasil, a propósito de um escrito nosso escreve: “...gostei da sua alusão aos "chulos deste país" (Portugal). Que bom que ainda há compatriotas que têm a lucidez de reconhecer quais são os nossos verdadeiros males! E, no entanto, amo tanto a minha Pátria! Talvez porque os gigolôs que nela têm raí¬zes me forçaram a ter de emigrar...”.
Sobre uma fotografia publicada sobre a Praia da Assenta escreve-nos a querida amiga Ana, da Bélgica: “Esta fotografia fez-me recordar os dias de férias quando ainda vivia em Portugal. Já se passaram quase 36 anos sem que tenha voltado ao meu país, mas as recordações desse tempo de felicidade na minha querida praia da Assenta, guardo-as para sempre no meu coração.”
Estes comentários e tantos outros que são deixados na Oficina das Ideias dão-nos sempre força para continuarmos este prazer que abraçámos quase há cinco anos.
Etiquetas: oficina
sexta-feira, maio 23, 2008
escultura figurativa

faz parte do grupo escultórico
vindo do pombal da quinta
figurativo perfeito
Etiquetas: esculturas, pombos
entardecer tranquilo
Com o entardecer, o sol a pôr-se lá para os lados da costa Atlântica, para lá da Arriba Fóssil, o ar tornou-se cálido, de uma calmaria excepcional, mesmo um outonal entardecer em plena primavera, com o céu a tomar uma coloração vermelho forte, depois tonalidades de doirado.
Fim de dia mágico, pensei enquanto inspirava fundo toda a força telúrica que emanava do solo e que enriquecia todos os seres vivos que se animaram com esta incomparável força da Natureza.
De cada sebe de jardim, dos pinheiros mansos baixos e de copas redondas, dos bravos da mesma família que se elevam nas alturas, do topo dos telhados e das chaminés iniciou-se uma autêntica sinfonia, onde a melodia não seria a melhor mas a força do som era espantosa.
Dezenas, centenas até, de melros de bico amarelo encetaram estridentes cânticos do entardecer. É a ordem de recolher transmitida por vezes para dezenas de quilómetros de distância. É uma verdadeira euforia de vida impossível de reproduzir por palavras.
Valle do Rosal foi tocado pela magia do entardecer. Pouco depois, o silêncio. O cântico do entardecer terminara. Mas em fundo, a sonoridade única do enrolar do mar, lá para os lados do poente.
Etiquetas: tempo que passa, valle rosal
quinta-feira, maio 22, 2008
candura e pureza

na sua candura e pureza
está presente a tranquilidade do local
de encantamento e romance
Etiquetas: flores de jardim
bandeira azul – 2008
No que diz respeito às Praias, a Bandeira Azul traduz o respeito pelos critérios da Qualidade da Água, Informação e Educação Ambiental, Gestão Ambiental e Equipamentos e Segurança.
A ABAE é formalmente constituída em 1990, embora tenha iniciado em 1986 um empenhado trabalho em todo o território nacional, pautando-se pela isenção e rigor da informação, tornando-se uma verdadeira referência de qualidade, de voluntarismo e de cidadania, ou seja a verdadeira expressão da sociedade civil. Este seu galardão - Bandeira Azul - assume uma incontornável importância para os portugueses que identificam este símbolo como garantia de qualidade e bem-estar.

Mata
Rainha
Cabana do Pescador
Rei
Sereia (Waikiki)
No corrente ano o Programa Bandeira Azul pretende alertar para as causas e consequências relacionadas com o aumento da temperatura média do planeta Terra e para as influências que tal terá sobre os seres vivos.
Serão divulgadas informações sobre soluções que contrariem os efeitos directos, como a expansão térmica das águas dos oceanos, a diminuição das calotes polares e dos glaciares que no litoral se traduzirão pelo aumento da erosão costeira, aumento das ondas de calor, maior risco de cheias no Inverno e seca no Verão.
Etiquetas: bandeira azul, grande areal, praia do sol
quarta-feira, maio 21, 2008
majestoso

imponente, majestoso, belo
adjectivos que não exagero aplicar
acima de tudo, fábrica de sonhos
Etiquetas: bugio, independence of the seas, navegar
doces sabores da costa
Na Costa de Caparica, o doce que a memória popular apresenta como genuíno produto da vila dá pelo nome de "Claudino" e era tradicionalmente fabricado pelo extinto Costa Nova, café e pastelaria que fez época na Costa de Caparica e cujo nome homenageava a origem de muitos ílhavos, logo, região de Aveiro. Daí que se não estranhe que um dos principais ingredientes dos "Claudinos" seja o doce de ovos.
Passado quase meio século os "Claudinos" passaram a ser fabricados pela quase totalidade das pastelarias da Costa e, hoje em dia, por quase todo o País. Curiosamente, quando fabricados fora da Costa de Caparica tomam muitas vezes o nome de "Caparicanos".
"Claudinos" e "Garibaldis", outra especialidade muito apreciada na Costa, fazem par no capítulo da doçaria com os gelados que de muito boa qualidade são igualmente produzidos na Praia do Sol.
Etiquetas: costa de caparica, doçaria tradicional
terça-feira, maio 20, 2008
luar de maio

a lua de maio desejou ser vista
na noite de sua plenitude
afastou decidida a cortina de núvens
Etiquetas: luar
pôr-do-sol na arriba
Quando o Sol, no seu diário movimento, mergulha com doçura no Oceano, lá bem longe na linha do horizonte, vai criando uma mudança ímpar na paleta das cores da Natureza. Do azul, como só existe no céu da Caparica, passando por vermelhos que são tonalidades diversas do fogo, escurecendo até quase ao negro para depois, numa reviravolta na paleta das cores, fulgir em doirados únicos e maravilhosos.
Os pescadores usam dizer que “os caranguejos puxam o Sol para o mar”.
Sugiro uma ida até à arriba sobranceira à Fonte da Telha, ali para os lados onde se diz terem existido minas do áureo metal, para admirarem a mais bela imagem do pôr-do-sol esplendoroso com os pinheiros mansos em contraluz.
Etiquetas: arriba fóssil, caparica
segunda-feira, maio 19, 2008
suavidade

nasce entre agrestes caules
verdes de espinhos cobertos
resistente à seca dos tempos
Etiquetas: flores de cactos
noites de almada
A noite dos jovens e dos menos jovens é vivida nas imediações da Capitão Leitão, antiga Rua Direita, de grandes tradições na vivência almadense, a cair para os lados do Tejo, nas zonas do Miradouro e do Castelo.
Os pequenos bares acolhem, a cada noite que passa, centenas de visitantes que na justificação de "um copo" conversam como somente os almadenses sabem conversar, sobre os temas do momento e as preocupações do dia-a-dia. Os forasteiros integram-se facilmente na grande convivialidade das gentes de Almada, ganhando o estatuto de cidadania se mais do que uma vez aparecerem.
Almada está habituada, desde tempos imemoriais, a acolher no seu seio gentes de terras distantes e diversificadas, de cores e credos diversos, propiciando a sua perfeita integração. Grupos alegres, por vezes muito "alegres", percorrem incessantemente as ruas e calçadas da cidade que já albergou nas suas muralhas D. Nuno Álvares Pereira e o Prior do Crato, quando Lisboa lhes foi agreste.
Mas não só na cidade de Almada a noite é assim vivida. Também no seu termo, um pouco por toda a parte, os beberes e comeres da região apelam à nossa presença e Cacilhas, Piedade, Feijó, Laranjeiro, Sobreda, Pragal, Charneca, Caparica, Costa e Trafaria encerram em si segredos que urge descobrir.
Etiquetas: almada
domingo, maio 18, 2008
gigante tão pequeno

gigante, o maior do mundo
em toda a sua pequenez
perante a dimensão do universo
Etiquetas: independence of the seas, navegar
fome
Uma sociedade baseada na mais desenfreada especulação financeira, em que a distância entre os “muito ricos” e os “mais pobres” se acentua cada vez mais, é uma sociedade sem futuro. Está na mão e no querer de cada um de nós e de todos colectivamente fazer inflectir este cego caminhar para o abismo social.
Portugal está a atingir em pleno século XXI, o século do saber partilhado e do grande desenvolvimento tecnológico, os índices mais elevados de carência alimentar dos últimos 30 anos, enquanto empresas, muitas delas ligadas a grandes grupos económicos multinacionais, continuam num escandaloso acumular de lucros a distribuir por um número restrito de pessoas.
São esses mesmos grupos que manipulam e controlam a situação geopolítica internacional por forma a apoderarem-se das principais fontes energéticas mundiais, especialmente, no âmbito dos hidrocarbonetos.
E neste entretanto, uma faixa cada vez maior da população portuguesa, para já não falar de Europa e do Mundo, vive em permanente carência alimentar, chamemo-lhe FOME sem receio da dureza da palavra, agravada por condições sub-humanas de habitação e impedimento real de acesso ao ensino.
Josué de Castro que foi presidente do Conselho da F.A.O. (Organização da Alimentação e da Agricultura das Nações Unidas) entre 1951 e 1955 dá conta das dificuldades à época para lutar contra a situação calamitosa que conduzia a que 2/3 da população mundial vivesse em estado de subalimentação real: “...E durante esses quatro anos pudemos comprovar como é difícil vencer as resistências impostas pelos interesses particularistas dos países e dos grupos económicos...”.
Mais de cinquenta anos volvidos a situação e os entraves mantém-se, se é que se não agravaram. Como escreveu Manuel Jacinto Nunes “Não é preciso afirmar, como Josué de Castro, que “a fome é um flagelo criado pelo homem”, basta afirmar que “a fome é um flagelo consentido pelo homem” para que se tenha que considerar como um dos objectivos fundamentais da humanidade a extinção desse flagelo”.
Recomendação de leitura: “Humanidade, FOME e Subsistências”, Associação de Estudantes de Ciências Económicas e Financeiras, 1965
Etiquetas: actualidade
sábado, maio 17, 2008
ilumina a vereda

ilumina a vereda ao passar do caminhante
recolhe do sol a energia
que partilha a cada dia que passa
Etiquetas: flores da mata
caminhar nos medos
Inserida na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, a Mata dos Medos consiste num vasto aglomerado arbóreo que foi mandado semear pelo rei D. João V, com o objectivo de fixar as areias das dunas sujeitas ao efeito de erosão dos ventos e que invadiam os terrenos agrícolas do interior.
A Mata dos Medos está constituída desde 1971 como Reserva Botânica protegida por lei e abrange 338 hectares de floresta, onde predomina o pinheiro-manso, embora se possam observar diversas espécies arbóreas de importante valor.
A Mata dos Medos pode ser percorrida pedonalmente por dois caminhos diferentes que passam junto às principais espécies arbóreas e também de arbustos com passagem obrigatória por um dos miradouros sobranceiros às praia e de onde se desfruta magnífica panorâmica, desde a Serra de Sintra a Norte, até ao Cabo Espichel e Serra da Arrábida a Sul e a Nascente.
O Poente fica reservado para um deslumbrante pôr-do-sol quando o astro-rei mergulha aparentemente nas azuis e amplas águas do Oceano Atlântico.
Neste percurso por tão delicada região todos os nossos sentidos são estimulados de forma única. Debaixo da sombra protectora dos pinheiros-mansos, vários arbustos podem ser identificados nas suas cores e odores ímpares. A sabina das praias, com suas bagas vermelhas, o medronheiro, cujas baga de amarelo a vermelho, consoante a maturação, são comestíveis e possuem um ligeiro teor alcoólico.
Os odores do rosmaninho, do alecrim, do tomilho e da salva inebriam-nos os sentidos e acompanham toda a nossa viagem. Lá mais no alto, pairando no azul do céu, podem ser observadas as águias reais, o peneireiro, o mocho galego ou a coruja do mato. A não perder é a oportunidade de observar a vivência dos corvídeos da Mata dos Medos em agregado familiar de um macho e de duas fêmeas.
Etiquetas: mata dos medos
sexta-feira, maio 16, 2008
três andares e anexo

neste paraíso viver
significa aumentar a família
Ninhos de andorinhas, Castro Verde - Portugal
Etiquetas: andorinhas
mais uma vez...
Para o meu amigo fotógrafo e companheiro de longas caminhadas.
Arrumava-se agitadamente. Sentia-se ansiosa afinal era aquele seu primeiro desfile. Muitas vezes viu de olhos brilhantes toda aquela gente colorida e alegre passar.. muitas vezes sonhou ser uma delas. Sentia o batuque estremecer seu coração. Sua cultura a fazia se sentir viva, alegre e sonhadora. Agora só lhe faltava o cocar que ajeitou carinhosamente na cabeça deixando alguns cabelos soltos na frente e levou nas mãos o cocar que iria entregar a alguém. Certamente não parecia uma índia muito verdadeira mas, havia algo em sua alma que a fazia a índia mais feliz naquele momento.
Vamos vamos! Gritava o mestre.
Desfilaram pelas ruas do Recife antigo sentindo o calor de toda aquela gente da terra e muitos olhos encantados que vinham de todos os lugares do mundo.
Ela sempre que possível procurava um clique de uma determinada máquina fotográfica. Já havia atravessado quase toda a rua e não havia conseguido encontrar o fotógrafo que com ela subia e descia as calçadas da cidade a viver a sentir os movimentos daquela gente. Mas ela sabia que ele estava por lá. Ela sentia.
Sentiu uma ligeira tontura e precisou buscar pelo apoio de alguém que estivesse próximo. Segurou no braço de alguém até sentir que estava bem outra vez. Quando se recuperou, viu os olhos do fotógrafo a olhar nos seus. Sorriu, beijaram-se e ainda mais feliz seguiu até ao final do desfile.
Texto da minha querida amiga Lualil, do blogue Traduzir-se...
Etiquetas: parcerias
quinta-feira, maio 15, 2008
simples candeeiro

embora trabalhado com arte
e de grande utilidade na nos tempos presentes
Candeeiro de Rua, Castro Verde - Portugal
Etiquetas: candeeiros
tapete de flores de jacarandá
Em Junho já avançado as flores dos jacarandás formam um tapete de cor e de luz sobre a calçada que lentamente vão cobrindo num convite, até mesmo numa declaração de afecto, a que a ninfa que vem do Tejo por ele caminhe, deslize como uma bailarina que em pontas percorre o espaço e o tempo sem no solo tocar.
Sinais da suave Primavera a convidar ao romance que os dias de cálidas temperaturas se aproximam, a despertarem paixões, pois são estas no seu renovar que fazem avançar o mundo no sentir dos amantes.
O florescer dos jacarandás é como um passe de magia que em instantes transforma as cinzentas cidades em coloridos quadros, vibrantes e sensuais, um apelo à participação, ao envolvimento, ao inspirar profundamente odores que nos transportam a mares de tranquilidade infinita.
Quando passarem sob a frondosa copa de um jacarandá ele sempre deixará cair uma pequena flor, oferta pessoal, galanteio à forma suave de pisar o tapete lilás por ele estendido na calçada.
Etiquetas: pequenas estórias
quarta-feira, maio 14, 2008
para ti, minha amiga...

cada frase que deixam é um inspirado poema
como retribuir? com a mais bela rosa do meu jardim
A mais bela rosa do meu jardim, Charneca de Caparica, Almada - Portugal
NOTA: iniciamos hoje a utilização de uma nova moldura para enquadrar as fotografias do nosso amigo Olho de Lince. A ideia à sua dona - obrigado querida Lila
Etiquetas: rosas
barco do amor
Um barco ou outro navegava timidamente rio acima, ora um cargueiro rumo ao porto, ora um barco de recreio que se deixava deslizar sem rumo certo, navegando muitas vezes à bolina, na espera da concretização de um desejo que nascera dias antes com a anunciada vinda a Lisboa do “gigante” Independence of the Seas na sua inaugural viagem desde Southampton até ao Mediterrâneo e regresso ao mesmo porto do sul de Inglaterra.
Às 17 horas exactas ao som festivo dos sinalizadores sonoros de bordo, que troaram de Vila Franca até à Barra, encetou o maior barco do mundo (em tonelagem flutuante) a sua viagem de saída de Lisboa, deixando para trás a Ponte Sobre o Tejo iluminada por alguns raios de sol que teimavam em coar através do céu de cinzento chumbo.
Poucos minutos volvidos passeava toda a sua grandiosidade frente a Porto Brandão na cala norte do rio, rumo à barra e a contornar o Bugio. A altura dos seus 18 decks impressionante quando comparada à altura do Padrão dos Descobrimentos e da Torre de Belém. Da suavidade com que deslizava nas águas do Rio Tejo só encontro comparação na relação que com este rio tem a Ninfa de Duas Margens, aquela que Camões não teve oportunidade de conhecer senão a teria cantado nos seus poemas mais inspirados.
Fui até ao Bico da Areia ver o Independence of the Seas afastar-se rumo a poente, depois inflectir para sul, embora o rumo a seguir o iria levar para norte, até ao porto de Vigo. Mas isso seriam manobras para o mar alto, em pleno Oceano Atlântico. Acompanhei-o visualmente até começar a desaparecer mar adentro.
Na linha do horizonte o céu estava negro de breu, chovia copiosamente, o maravilhoso navio que minutos antes saíra do Rio Tejo mais parecia um “navio fantasma”, da fantasia do nosso imaginário.
Etiquetas: pequenas estórias
terça-feira, maio 13, 2008
secular memória

é uma memória de vida passada
saber secular
Árvore secular fronteira à Basílica Real, Castro Verde - Portugal
Etiquetas: texturas
lesa património
A capela local é circundada por um espaço ajardinado, bastante cuidado, que percorri vagarosamente na procura de um painel de azulejos alusivo a Nª Sª do Cabo que me falaram aí existir e de que já havia visto uma fotografia. Agora procurava o painel real e o primeiro local a visitar foi a referida capela com resultados negativos. Nem viva alma a quem perguntar.
Na fiada de casas baixinhas, com certeza da origem da localidade pois era esse o uso da construção em épocas idas, que dá para as traseiras da capela uma porta aberta indicava que andaria gente por perto. Para entrar tive que baixar bastante a cabeça, desci dois ou três degraus e entrei num compartimento de reduzidas dimensões somente com uma mesa e seis homens idosos sentados ao seu redor.
Quatro deles carteavam e dois assistiam interessados. Senti algum acanhamento em interromper, mas sempre fui dizendo: “Conhecem a existência por aqui de um painel de azulejos que representa a Nª Sª do Cabo?” Olharam-me por instantes com alguma estranheza, até que um dos convivas acabou por responder: “Olhe, corta aí no beco à esquerda, logo a seguir àquele prédio que tem dois barris... é logo ao fundo desse beco”.
Não foi difícil chegar ao local indicado. Por cima do portão de uma garagem, meio encoberto por uma barra de ferro carcomida da ferrugem e amputado nos seus laterais pelas mais recentes obras na parede da garagem aí está o painel de azulejos que eu tanto procurara.

Etiquetas: pequenas estórias
segunda-feira, maio 12, 2008
janela de balcão

que decora a janela de galão amarelo
embeleza e dá segurança
Janela de balcão, Castro Verde - Portugal
Etiquetas: janelas
mar eterno
Festejas em espuma branca e leve o vigor da Natureza
Inspirada bailação ao ritmo do sentir e do querer
Crias obras de arte, desenhos, esculturas, qual artista genial
Inventas novas formas, cores e traços que aplicas com firmeza
Na tela da vida, no devir, que do sonho se faz viver.
A transparência da água é como a alma do músico ou do poeta
De mansinho vem beijar as areias que o Sol aquece e ilumina
Amando cada momento do tempo que passa veloz sem parar
Só medido pelo fluxo de areia fugidia da velha ampulheta.
Inebriantes melodias enchem o ar com sons de ocarina
Dando companhia a palavras certas da arte de versejar
E o mar, sábio pela vivência e pelo muito observar
Indica a rota a percorrer para o sonho atingir
Amizade, que amor mais forte não há , na certeza do pensar
Solidariedade o sublime sentimento de quem melhor sabe sentir.
Etiquetas: poesia
domingo, maio 11, 2008
rendilhado em lilás

tão belo rendilhado desenhar
e em tons de lilás colorir
Flor da "Centaurea scabiosa", Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal
Etiquetas: flores da mata, mata dos medos
A menina dos telefones
Aliás, a disponibilização dessa faculdade de dar a conhecer quem connosco pretende contactar é obra dos sistemas digitais, pois com os analógicos tal não era possível. A informação disponibilizada avança no sentido e na proporção inversos ao desenvolvimento do contacto humano que regride a olhos vistos com o tempo que passa.
Veio-lhe à memória os tempos em que de férias numa aldeia do oeste do país, que ao tempo lhe parecia distante e isolada e que hoje está a escassos minutos de uma das amplas vias que cruzam e rasgam o território nacional, o fazer uma chamada telefónica era um verdadeiro ritual.
A magia de ouvir a voz de um ente querido que se encontrava a muitos quilómetros de distância envolvia muito mistério e fantasia e a preocupação enorme de cumprir uma sequência de passos que previamente haviam sido estabelecidos. Não era rara a situação em que ao ouvir-se através desse “misterioso” equipamento, o telefone, uma voz amiga do outro lado da linha uma lágrima furtiva teimasse em rolar pelo rosto.
Quando se pretendia estabelecer um contacto telefónico e após levantar o auscultador e dar voltas insistentes a uma pequena manivela ouvia-se do outro lado uma voz feminina responder: “Troncas…”- Era a menina dos telefones.
Todos na aldeia sabiam o nome da “menina dos telefones” que cumprimentavam em nome próprio ao que ela da mesma forma retribuía. Era então pedido de viva voz o número pretendido, número de poucos dígitos pois os telefones existentes eram poucos, e após algum tempo destinado a colocar cavilhas e fios nos alvéolos correspondentes aos dígitos era estabelecida a comunicação.
De um modo geral os telefonemas eram feitos com hora marcada para permitir que ambos os intervenientes se deslocassem aos locais onde existiam os aparelhos de telefone, pois eram raras as casas particulares, somente os mais abastadas, que os possuíam.
Quando a conversa terminava ainda havia tempo para a despedida da telefonista que muitas vezes quando o tema lhe parecia interessante tinha funcionado como precursora das actuais e tão faladas “escutas telefónicas” para o que se limitava a encostar a cavilha dos seus auscultadores à linha em comunicação...
Etiquetas: pequenas estórias
sábado, maio 10, 2008
senhorial

nas cores do alentejo profundo
na tranquilidade da grande planície
Janela de casa senhorial, Castro Verde - Portugal
Etiquetas: janelas
o paralelepípedo
Paralelepípedo é pedra de calçada
Que apoia a caminhada do romeiro
É marco, é sinal da rota desejada
Na senda do sonho, querer primeiro.
Pedra talhada de calcário ou de basalto
O paralelepípedo tem a forma do caminhar
Eleva o sentir ao seu ponto mais alto
Traça uma rota do partir ao chegar.
O descanso do romeiro é uma pausa
No caminhar rumo à luz, ao infinito
O paralelepípedo é o símbolo de uma causa
E assim está dito e assim está escrito.
Escrever um poema, responder ao desafio
Lançado por alguém que é muito sábio
É atrever-se a bailar palavras, acender o pavio
Ler o paralelepípedo, qual astrolábio.
Etiquetas: poesia
sexta-feira, maio 09, 2008
toc toc ó da casa!

entre!
quem vem lá?
batente duplo com figura humana, casa antiga em Castro Verde - Portugal
Etiquetas: aldrabas e batentes
tempo de festejar
Tempos de fertilidade, a Natureza parece estar em festa, que os seres humanos sem dúvida que o estão. Comemoram santos populares, artimanha encontrada nos primórdios do Cristianismo, para se apoderar de festividades pagãs na sua génese. É sempre assim, o Povo celebra os sentires as instituições apoderam-se dos quereres.
Mas o Povo continua a festejar...
As aves mais novas, muitas delas não viram antes esta época do ano, ensaiam voos mais altos e mais amplos na procura dos insectos que se elevam no impulso das isobáricas ascendente. Apresentam sinais de alguma desorientação, mas muito em breve se adaptarão às novas condições climatéricas e voltarão a dominar o espaço como antes.
Os dias já são mais longos. O Sol perdeu a sua preguiça invernosa e agora levanta-se cedo, faz com que o “raiar da Aurora” seja temporã. Os melros do pinhal não alteram o seu relógio biológico. Os seus piares estridentes, comunicando com os seus semelhantes a hora da alvorada. Lá para o fim do dia virá o sinal de recolher, ouvido pelos seus semelhantes a dezenas de quilómetros de distância.
As manhãs são sempre barulhentas. Gorjeios de pássaros e de cigarras começam muito cedo e, do outro lado da rua, um papagaio imita todos os sons que ouve. Enfim uma verdadeira alvorada festiva celebrando a vida, o renascimento, o Sol se levanta mais cedo para participar da alegria e sente uma dificuldade enorme de ir-se embora.
O por do sol é uma explosão de cores colhidas durante o dia.
O fotógrafo desejaria ter “engenho e arte” para eternizar estes momentos, por isso segue cada minuto com a câmera fotográfica pendurada ao ombro.
Mas aquele olhar perdido, no desassossego dos sentires, procura sempre a próxima estação do ano...
Etiquetas: pequenas estórias
quinta-feira, maio 08, 2008
simplesmente flor

que todas as belezas desenha e dá cor,
Flor do Jardim 25 de Abril, Aljustrel - Portugal
Etiquetas: flores de jardim
um sorriso
quarta-feira, maio 07, 2008
moinho de castro

ampla e vasta como as terras do alentejo
o moinho de ancestral e belo
Moinho de Vento na Feira de Castro, Castro Verde - Portugal
Etiquetas: moinhos de vento
uma lágrima
...e melhor ainda quando há alguem que a ampara, (mesmo que seja em pensamento).
Etiquetas: pensamentos
terça-feira, maio 06, 2008
voar com a bruxa

mas que as há, lá isso há
voam baixinho nos telhados do alentejo
Catavento numa casa de Castro Verde - Portugal
Etiquetas: cataventos e anemómetros
o afecto pelo mestre
É considerado e reconhecido pela forma denodada como defende a musicalidade da viola na cultura tradicional do Brasil, no país profundo dos ranchos e das montanhas, dos rios e das folias, com o sentir popular em plano primeiro.
Sente orgulho na arte a que dedica toda a sua inspiração e no reconhecimento que o público sempre lhe dedica. É o “rei” do espectáculo...
Contudo...
Chama o seu mestre ao palco. Gente caipira, simples, até mesmo um pouco acanhado perante uma sala cheia. É emocionante observar o afecto, o carinho, a consideração com que o artista que tem o público a seus pés trata o seu mestre, ele também artista maior.
É na modéstia que se vê a grandeza de um artista!!!!
[O violeiro Chico Lobo apresenta no seu espectáculo no Cine-Teatro de Castro Verde o seu mestre Nelson Jacó]
Etiquetas: pequenas estórias
segunda-feira, maio 05, 2008
exotismo em flor

deu a cor e o exótico cheirinho
esse olhar animou a alma do fotógrafo
Flor de arbusto do Jardim 25 de Abril, Aljustrel - Portugal
Etiquetas: flores de jardim
58 meses na blogoesfera
No último mês, o número de comentários foi de 59, a partir de 29 comentadores, valores que continuam a dar-nos bastante satisfação, embora um pouco mais baixos que os do mês anterior. É de grande importância para o enriquecimento da Oficina das Ideias esta contribuição dedicada que nos têm trazido importantes ensinamentos.
Quanto a visitas atingimos a cifra de 513.977, a uma média de 470/dia, com origem em 151 países diferentes, valores facultados pelo SiteMeter e pelo NeoWORX. Do Brasil 225.204 visitas, de Portugal 203.430 e de Espanha 9.570 encontram-se no topo dos visitantes. Salientamos o facto de a cada mês que passa novos países nos visitam, assim como.
Total de postagens – 3.577, onde cerca de metade são fotografias da autoria do nosso amigo Olho de Lince.
Um agradecimento especial a Blogger.com e a Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.
Quadro de Honra
Observador, do Reflexos (Portugal)
Odele Souza, do Oficina das Palavras (Brasil)
Lígia (Brasil)
João S, do Espaço do João (Portugal)
Amigona Avó e...., do Instantes daVida (Portugal)
Lila (Portugal)
Menina do Rio, do Momentos de Vida (Brasil)
João Paulo (Portugal)
Claudia P, do Cor de Dentro (Brasil)
Gwendolyn, do A Cantora (Brasil)
James Emanuel, do Reflexões (Brasil)
Rui Coelho (Portugal)
Zeca (Brasil)
Rui Simeão (Portugal)
Rui Manhente, do Viandante (Portugal)
Gasolina, do Árvore das Palavras (Portugal)
Maria Papoila, do Maçã de Junho (Portugal)
Luís M. (Portugal)
Júlio Fonseca (Brasil)
Avelaneiraflorida, do Cantares de Amigo (Portugal)
Raquel F. (Brasil)
São, do EspectacológicaS (Portugal)
Sophiamar, do A Ver o Mar (Portugal)
Piloto, do Olhómetro (Portugal)
Viciado (Portugal)
James Stwart, do Szerinting (Hungria)
Giulia P, do Menina de Cristal (Brasil)
Victor, do Des-encantos (Portugal)
Chico Lobo, do Blog do Violeiro (Brasil)
A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO!
Etiquetas: oficina
domingo, maio 04, 2008
mãos expressivas

que ganham nova vida, agilidade
ao dedilhar as cordas da viola caipira
Mãos do violeiro Mestre Nelson Jacó, "Encontro de Violas, Cine-Teatro Municipal, Castro Verde - Portugal
minha mãe, minha amada
Entreguei-lhas no quarto do hospital onde tinha dado entrada alguns dias antes. Nunca tivera doenças graves mas uma ingrata infecção respiratória a isso a obrigara.
Aquele bouquet de flores acompanhou-a no quarto do hospital por pouco mais de trinta dias.
Depois disso trouxe-o comigo...
Ainda dá alegria ao meu quarto de dormir.
Etiquetas: dia da mãe
sábado, maio 03, 2008
as cores do alentejo

lilás no olhar do poeta
que verseja cheirinhos na ampla planície
Campos do Alentejo, próximo de Canhestros, Ferreira do Alentejo - Portugal
Etiquetas: alentejo, flores silvestres
encontro de violas
O encontro é tudo isso: cruzamento, partilha, cumplicidade, parceria. Mas vai muito para além , pois é contagiante, é envolvente, tem resultados desmedidamente inesperados, mexe com todos os sentidos e sentimentos. Faz o Homem crescer no sentido correcto da Vida: a Solidariedade.
É assim que um grupo de amigos sai das terras da margem sul do Tejo, ruma a sul para onde “se abre uma janela para a planície”, pois é em Castro Verde o local de encontro, encontro de gentes que se quer bem, encontro de culturas, vão ao Encontro de Violas.
A viola campaniça e a viola caipira vão juntar as suas sonoridades tão próximas, nas suas origens e no afecto com que são dedilhadas, tão afastadas pois a toada dengosa do Alentejo profundo, ganhou no Brasil as sonoridades próprias do tropicalismo e da mestiçagem étnico-cultural dos europeus com os índios e com os africanos.
Pedro Mestre toca com virtuosismo a viola campaniça e Chico Lobo é ele próprio melodia quando toca a viola caipira. Juntos proporcionam o encontro de todos nós.

Mas todo um caminho faz-se num encontro de gerações, no respeito pelos mestres pelo seu saber de vida, na porta aberta às gerações mais novas


E a festa foi até às tantas...
Viola Campaniça
Descende da viola barroca e é encordoada com cinco cordas duplas. É assim conhecida no sul de Portugal por se encontrar fortemente radicada na zona designa por “Campo Branco” que engloba os concelhos de Aljustrel, Ourique, Castro Verde, Almodôvar e parte do concelho de Odemira. Quase a perder a sua identidade, no início dos anos 80 do século passado foi feita investigação importante pelo professor José Sardinha que se encontrou com dois tocadores de campaniça já de avançada idade: mestre Manuel Bento e mestre Francisco António. Com ambos aprendeu Pedro Mestre que a partir de finais da década de 90 do século passado com entusiasmo se lançou na execução e divulgação da viola campaniça.

Viola Caipira
A viola caipira brasileira descende das violas de arame portuguesas levadas para o Brasil pelos primeiros jesuítas e colonizadores, já no século XVII, tendo sido aculturada, adoptada e reinventada pelo caboclo brasileiro. É uma viola de cinco pares de cordas, à semelhança da viola campaniça, e tem uma afinação muito especial por forma a que cada par seja tocado como de uma corda única se tratasse. Diversas manifestações da cultura popular são acompanhadas por violeiros que tocam desde os ritmos mais primitivos, como o Cururu e o Cateretê, até aos mais melodiosas como é o caso da Toada.

sexta-feira, maio 02, 2008
rendilhado

sentir cada pormenor, cada cor
cada cheiro que nos transporta ao sonho
Flor da mata, Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal
Etiquetas: flores da mata
em abril de 2008 a oficina publicou:
Dia 1 – De mentira em mentira [tradição]
Dia 2 – Em Março de 2008 a Oficina das Ideias publicou [oficina]
Dia 3 – Mais uma surpresa [oficina]
Dia 4 – Na procura [poesia]
Dia 5 – 57 meses na blogoesfera [oficina]
Dia 6 – A Austrália presente na Oficina [oficina]
Dia 7 – Indigne-se... pela sua saúde [poesia]
Dia 8 – Meio Milhão [oficina]
Dia 9 – O Carro Vermelho [pequenas estórias]
Dia 10 – Novos indicadores de leitura [oficina]
Dia 11 – Doçura [poesia]
Dia 12 – Viajar para saber mais [pequenas estórias]
Dia 13 – Ano Novo [pequenas estórias]
Dia 14 – Rezas e Benzeduras [cultura popular]
Dia 15 – Marinheiro Insubmisso [minha terra]
Dia 16 – A Charneca de Caparica é um poema [eventos]
Dia 17 – A chuva voltou a cair [pequenas estórias]
Dia 18 – Uma burra como dote [minha terra]
Dia 19 – Insubmisso Marinheiro [poesia]
Dia 20 – O homem da bicicleta [pequenas estórias]
Dia 21 – O Elefante [pequenas estórias]
Dia 22 – O ar que respiramos [pequenas estórias]
Dia 23 – Sant Jordi dos Namorados [datas]
Dia 24 – Quis [poesia]
Dia 25 – 25 de Abril, Sempre [25 de abril]
Dia 26 – Olhares Perdidos [pequenas estórias]
Dia 27 – O último lance de Vida [pequenas estórias]
Dia 28 – O vendedor de Alfaias [pequenas estórias]
Dia 29 – Rosa do Meu Jardim [poesia]
Dia 30 – As andorinhas [pequenas estórias]
Imagens
Dia 1 – Beleza Ímpar
Dia 2 – Mar Azul com Flores Douradas
Dia 3 – Bom Observador
Dia 4 – O repouso das Andorinhas
Dia 5 – Alegria Primaveril
Dia 6 – Estrela de Mil Pontas
Dia 7 – Ao correr das Ondas
Dia 8 – Alegria, Alegria
Dia 9 – Branco e Amarelo
Dia 10 – Flor do Amor
Dia 11 – De doirado me vesti
Dia 12 – Diamante
Dia 13 – De Vermelho
Dia 14 - Beleza Ímpar
Dia 15 – Segredo Meu
Dia 16 – Candura e Singeleza
Dia 17 – A força da Natureza
Dia 19 – Flores de Cor Dobrada
Dia 20 – Luar de Abril
Dia 21 – Lilás e Azul
Dia 23 – A Rosa e o Livro
Dia 24 – Raminho de Rosas
Dia 25 – Cravo de Abril
Dia 26 – Luz da Madrugada
Dia 27 – Suave Sensualidade
Dia 28 – Mensageiros do Sonho
Dia 29 – Aveludado Sentir
Dia 30 – Mulher Lutadora
Uma flor para...
Dia 18 - ...a Montse
Dia 22 - ...o Ricardo
Etiquetas: oficina
quinta-feira, maio 01, 2008
o afecto de uma rosa

pela defesa das conquistas de abril
"a dura luta não impede o afecto" (che)
Rosa dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal
Etiquetas: rosas
hoje
Dia Mundial do Trabalhador
“A história do Primeiro de Maio mostra, portanto, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, mais também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.” – Perseu Abramo
O Dia Mundial do Trabalho foi instituído em 1989 como homenagem à Greve Geral realizada em 1 de Maio de 1886, em Chicago, em que milhares de trabalhadores vieram para a rua em protesto contra as condições de trabalho desumanas a que eram sujeitos e exigindo a redução da jornada de trabalho de 12 para 8 horas.
Não foi, contudo, uma manifestação tranquila, pois a repressão ao movimento foi dura tendo resultado prisões, feridos e mesmo mortos nos confrontos entre a polícia e os operários.
Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade decorreram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos o dia 1º de Maio foi declarado Dia Mundial do Trabalho.
Festas das Maias
No “último de Abril” o Povo prepara bonitos ramalhetes de giestas, conhecidas no Douro, Minho, Beira Alta e outras regiões por Maias, essas flores amarelas (quase doiradas) que bordejam os caminhos anunciando a Primavera, para colocarem nas portas e janelas como manda a tradição. Ao “virar do dia” logo nos primeiros segundos do dia 1º de Maio já as casas se encontram engalanadas de flores amarelas.
Leite de Vasconcelos chama a este acontecimento o “enramalhamento” das portas.
Com isso, assim diz a tradição, se pede que “haja fartura na casa e na família”, “o mau olhado seja afastado”, “as bruxas não incomodem”...
Na tradição, vinda das brumas dos tempos, muitas são as lendas ligadas a este acontecimento, algumas ligadas a rituais da fertilidade de tempos remotos e que, como em tantas outras situações o Cristianismo adoptou.
“Não consegues lutar contra tradições pagãs, adopta-as como tradições religiosas”
Muito ligado a esta tradição das “Maias” está o designado Maio-Moço, também ele ligado à força renovadora da juventude, a fertilidade e às coisas novas: grupos de jovens acompanham em grande correria um moço coberto de giestas floridas (o Maio-Moço) e enquanto canta a “Canção de Maio” o moço grita “Viva! Viva! Viva!”, conforme nos descreve o P. Rebelo Bonito.
[se gostam de musica tradicional portuguesa não percam MAIO-MOÇO]
Dia da Espiga
Quarenta dias depois da Páscoa comemora-se, no calendário cristão a Ascensão de Cristo, quinta-feira da Ascensão, no dizer popular Quinta-feira da Espiga. Na tradição, é tempo de ir aos campos colher uma ramo, em que a espiga de trigo é o elemento principal e que mais simbolismo contém.
Os ramos constituídos pelas espigas de trigo e por diversas flores silvestres e, em certas regiões, por um raminho de oliveira, simbolizam a fecundidade da terra e por ampliação do simbolismo, a abundância, a beleza, a paz, entre as pessoas e nos lares. O raminho do ano perdura dentro de casa até ser substituído pela “espiga” do ano seguinte.
Há quem atribua a sua origem a rituais do cristianismo antigo relacionados com a benção dos primeiros frutos do ano, mas como acontece em tantas situações semelhantes o mais provável é tratar-se da apropriação cristã de antigas tradições pagãs associadas às festas em honra da deusa Flora que ocorriam nesta época do ano.
Esta época do ano representou, desde os tempos mais remotos, um momento mágico da vivência das gentes, pelo que tem de desabrochar da vida, da revitalização vegetativa. Na ansiedade da concretização de boas colheitas do frutos resultado do eclodir primaveril.
Em tempos passados as populações dependiam totalmente das condições atmosféricas, para as quais poucas defesas possuíam, pelo que era com ansiedade que aguardavam os resultados das novas colheitas. Quando eram boas havia lugar a uma autêntica explosão de sentires.
Este é tempo de transição que teve o seu início no Equinócio da Primavera, e como todos os tempos de transição é tempo sagrado, pelo que é cheio de cerimoniais, de rituais, de festividades com as quais pretendiam os nossos antepassados remotos expulsar “definitivamente” o Inverno.
Durante séculos em todo o mundo mediterrâneo realizaram-se grandiosos festivais florais em que os jovens em idade casadoira se espalhavam pelos campos e, em alegre convívio cantavam e dançavam, e se enfeitavam com verduras e flores, num ritual ancestral de que o Dia da Espiga constitui, por certo, o seu herdeiro directo.
Poder-se-á dizer, então, que fazendo parte deste ciclo festivo da Primavera, a Quinta Feira da Ascensão, ou Quinta-feira da Espiga, corresponde à cristianização de uma sequência de festividades pagãs ligadas à celebração e consagração da natureza.
Em muitas regiões do País, especialmente no Sul, é festejado com tradição o “Dia da Espiga” com especial destaque para a Freguesia de Salir, no Concelho de Loulé, onde a festividade ganha foros de feriado local.
Simbologia do ramo da “espiga”:
Espiga de trigo – pão
Malmequer – oiro e prata
Papoila – Amor e vida
Oliveira – Azeite e Paz
Videira – Vinho e alegria
Alecrim – Saúde e força
Festa de Beltane
Esta festa tem origem no antigo Festival Druida do Fogo, onde se celebra o retorno do sol (do Deus Sol) e baseado na Floralia dos romanos, dedicada às flores. O 1º de Maio era o dia em que os antigos romanos penduravam grinaldas de flores (seriam maias?) diante dos seus altares em honra dos espíritos que protegiam as famílias e as casas.
No dia de Beltane o sol está, astrologicamente, no signo de Touro e marca a “morte” do Inverno, o “nascimento” da Primavera e o Verão já aqui tão perto. Depois do pousio, vem o plantio... o Verão amadurece as sementeiras e as pessoas.
Dança-se de maneira alegre, usam-se vestimentas brilhantes como a Primavera. Há mesmo quem prefira não usar roupa. Os corpos ficam cada vez mais juntos, entrelaçam-se fitas coloridas simbolizando a união do feminino e do masculino. A sensualidade emerge e o poder fertilizador da Primavera atinge o seu auge e objectivo.
Os alimentos pagãos tradicionais desta época são os frutos vermelhos (cerejas, morangos, amoras), saladas de ervas, ponche de vinho rosado ou tinto, e bolos redondos de cevada.