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segunda-feira, julho 05, 2010

um até sempre de amizade

A Oficina das Ideias celebra hoje o seu 7º Aniversário de presença continuada na blogosfera.

5.164 publicações, cerca de metade fotografias do “Olho de Lince”
Quase 1 milhão de visitantes, mais de 50% do Brasil
Visitantes de 163 países de todos os continentes

Estamos muito reconhecidos a:

José Saramago, pela inspiração inicial especialmente dos seus Cadernos de Lanzarote. Infelizmente já não se encontra entre nós, mas teve deste facto conhecimento em vida e muito nos incentivou

Lula da Silva, o “Cavaleiro da Esperança”, patrono da Oficina das Ideias desde o primeiro momento

Pedro Gomes, João Tunes e Carvalho Fernandes pelo forte incentivo dado à criação deste blogue

Liliana Miranda e Catherine, pelas parcerias magníficas nos primeiros tempos da Oficina que a projectaram no País Irmão

Jussara Fabris Leite que no Foto.pt sempre incentivou o “Olho de Lince” a ir mais longe

A todas as Amigas e Amigos que visitaram a Oficina das Ideias e que a enriqueceram com os seus comentários durante estes 7 anos

Google que com o espaço e as funcionalidades disponibilizados no “Blogspot” nos facilitaram sempre a vida com excelentes soluções técnica


Um projecto sempre VIVO

A publicação durante 7 anos da Oficina das Ideias integra-se num projecto mais vasto, diríamos “projecto de vida” que envolve componentes profissionais, pessoais e de lazer.

Até 1967 – formação académica e técnica no campo da Economia e das Tecnologias da Informação e da Comunicação
De 1967 a 2001 – actividade profissional no campo das Tecnologias da Informação e da Comunicação
De 1982 a 1997 – Ocupação de lazer nas radiocomunicações da Banda do Cidadão
De 1997 a 2004 – Criação e manutenção de sítios na Internet, entre os quais “A Magia do Arco-Íris”
Desde 2003 – Criação e manutenção do blogue “Oficina das Ideias”

Muito as Tecnologias da Informação e da Comunicação evoluíram em todos estes anos. E felizmente, continuam a evoluir... Novos desafios tecnológicos se nos apresentam diariamente. Vamos continuar a dar-lhes resposta empenhadamente com sempre temos feito.

Fomos “Fotógrafo”, caminhando calçada recifense acima na companhia da Escritora
Fomos “Marinheiro” que partiu ouvindo dizer “sei que te foste, partiste, mas a vida de marinheiro é assim, não é?”
Fomos “levantino Poeta” que se perdeu a olhar a Lua e nela viu a Sherazade

Continuamos a ser “nómada caminhante das terras do “sem fim” que pelo sol se orienta nos trilhos dos afectos”

Muito Grato a todos


NOTA: Termina hoje a publicação na blogosfera da “Oficina das Ideias”, depois de estar garantido “emprego” para o “Vicktor” e para o “Olho de Lince”


Vicktor
Facebook
MSN em vic_y_te@msn.com
Correio electrónico em vreis.caparica@gmail.com


Olho de Lince
Picasa
Olhares
Correio electrónico em vreis.caparica@gmail.com

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domingo, julho 04, 2010

uma flor para... a cynthia



bela rosa perfumada
pelo aroma da amizade
com um sopro é levada
pelos mares numa jangada
para terras da felicidade


A Cynthia é uma querida Amiga carioca
que transformou a sua vivência numa corrente forte
do entendimento luso-brasileiro
e que hoje está de parabéns.
Mil felicidades.



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sábado, julho 03, 2010

marcas do passado



são marcas do passado
que importa saber ler
o presente futurado
com tranquilidade e cuidado
nos faz sempre enriquecer


Monsaraz


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sexta-feira, julho 02, 2010

prece das sementeiras



casas postas em ladeira
como mãos na fé erguidas
em prece na prenhe leira
de cereais sementeira
nas planuras perdidas


Monsaraz


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quinta-feira, julho 01, 2010

luminária



quando o sol se põe no horizonte
travessa de recantos e de medos
que tochas de fogo são a fonte
até que a luz do gás desponte
e com o sol voltem os folguedos


Monsaraz


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quarta-feira, junho 30, 2010

assunto encerrado



tranca fechadura cadeado
quando se pretende
assunto encerrado
mas sempre recomeçado
quando o coração nos entende


Monsaraz - tranca, cadeado e fechadura numa porta


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terça-feira, junho 29, 2010

imensa planura



ampla e imensa planura
lago que espelha o celeste azul
imagem que na memória perdura
de suave ternura
das doces gentes do sul


Alqueva - Grande Lago


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favorita do vizir

Meu caminhar de nómada do sentir
Pelos extensos e doirados areais
Uma miragem persiste em me seguir
Nos sonhos tão desejados mas irreais

Princesa do deserto favorita do vizir
Que doirados arabescos são teus ais
De prazer, sete que da Lua desejais
Sempre ilumine tua vida e teu devir

Intangível no resguardo de teu harém
Utopia esta minha de que me olhais
Quando na verdade eu sinto bem

Que teus pensamentos ora firmais
Deste caminhante muito para além
Terras em que o crescente brilha mais

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segunda-feira, junho 28, 2010

coisas de amor



espinhos protegem o fruto
de tão delicioso sabor
dá à vida um tributo
que em coisas de amor
os picos provocam dor


flor dos "Figos da Índia"


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domingo, junho 27, 2010

tronco de porcelana



a teus pés o gaudiana
em homenagem tão sentida
tua folhagem de filigrana
teu tronco de porcelana
preciosidade de vida


Grande Lago - Alqueva


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sábado, junho 26, 2010

lua de solstício



bela lua de solstício
és contraponto do astro-rei
das sementeiras bom auspício
da fertilidade natalício
força telúrica da grei


Lua Cheia, plena às 11:30 horas


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lua de verão

Lua mágica que o sentir te maravilha
Quando nela espraias teu doce olhar
Cúmplice e confidente do caminhar
Na procura da vereda que o amor trilha

Nela se reflecte de azul o nosso mar
Que sempre está presente nesta partilha
Na espuma da sétima onda que fervilha
Na doirada areia seu destino e desejar

Na Lua olhamos o infinito e mais além
Onde um rosto nos sorri com a ternura
De quem está enamorado e nos quer bem

E na alegria vivida de tamanha ventura
No encontro perfeito e sem porém
A Lua brilhante é de estio e de doçura.

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sexta-feira, junho 25, 2010

pétalas de encanto



a magia da natureza
coloriu tuas pétalas de encanto
sublime é tua beleza
digna duma sonhada princesa
levantina em seu espanto


rosa matizada dos jardins do Pinheirinho


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belarmino

Belarmino foi enganado muitas vezes.
Outras tantas se enganou a si próprio.

Belarmino, Belarmino Fragoso, foi boxeur criado nos ginásios do Clube Recreativo da Mouraria, perto do qual ele vivia. Poderia ter sido um dos “grandes” do boxe em Portugal mas toda a sua vida desportiva foi joguete de interesses pouco claros que giram à volta deste desporto. Foi, a maior parte das vezes, colocado na posição de ser um “saco de levar porrada”.

Fernando Lopes aproveitou a sua vida atribulada, para realizar um filme-documentário sobre a sua vida, Belarmino, contrastando a vida dos ringues com a sua modesta vivência de cidadão, com muitas dificuldades financeiras. Belarmino Fragoso sempre pensou que com isso se havia transformado num artista de cinema.

Curiosamente na WikipediA existe uma entrada para Belarmino - filme e nenhuma entrada para Belarmino - homem.

Belarmino foi enganado muitas vezes. Transformaram um potencial campeão num “saco de levar porrada”. Outras tantas, se enganou a si próprio. Por aproveitarem a sua imagem dorida para um filme, viu-se actor de cinema.

Decorria o ano de 1965, no cemitério da Amadora, realizavam-se filmagens de um filme de cujo nome perdi o rasto com alguns actores portugueses e com Melina Mercuri, no auge da sua carreira.

A um canto, à sombra de um cipreste, encontrava-se um homem com ar acabado cuja presença todos pareciam ignorar. O Fotógrafo ia colhendo algumas imagens quando esse homem a ele se dirigiu:

“_O senhor importa-se de me tirar uma fotografia junto da Melina Mercuri?”

Era o Belarmino, o Belarmino Fragoso!

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quinta-feira, junho 24, 2010

imagem do caminhante



espelhada porta de aldraba
reflectes imagem do caminhante
aqui se inicia e acaba
tempos que adiante
são fulgentes como um brilhante


porta com batente, Monsaraz


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continuidade do saber universal

Recordo-me de estar a ver esse momento único da civilização humana em directo pela televisão e quando Neil comentou: “_O que é isto? Estou a ver...” a emissão ter sido abruptamente interrompida.

Este insólito facto e situação nunca foram claramente explicados pela NASA, entidade responsável pelo programa espacial dos Estados Unidos e que, igualmente, garantia a transmissão em directo deste histórico momento.

Nunca mais houve transmissões destes acontecimentos em directo e os Estados Unidos criaram e mantém em funcionamento uma área secreta de investigações espaciais, designada “Zone 51”, situada nos vastos desertos do Nevada. Zona de acesso extremamente restrito e que tem dado origem a muitas especulações no campo do fenómeno OVNI [Objectos Voadores Não Identificados].

Estas recordações, agora avivadas por factos recentes levaram-me a meditar sobre acontecimentos e datas.

1967 – a minha relação sexual cósmica na povoação do Penedo, Serra de Sintra
1980 – avistamento e registo de um fenómeno estranho na zona da Fonte da Telha
1996 – fenómeno luminoso avistado na Caparica sem explicação plausível
2004 – visita de extraterrestres a Portugal que a comunidade científica tende a aceitar
2008 – somente alguns “eleitos” puderam realizar contactos

As diferenças de anos a partir de 1967 foram de 13, 29, 37 e 41. Sempre números primos.
O ano “adequado” que seguirá esta sequência será 2011, no mês de Junho por certo..


No início de Junho de 2004, Portugal estaria ameaçado por fenómenos devastadores, de origem indeterminada. Seriam fenómenos naturais? Seriam resultantes da acção do próprio homem? Tal como já aconteceu noutras circunstância a presença de seres extraterrestres tem sido muitas vezes atribuída à necessidade de uma intervenção para evitar cataclismos que provoquem o desequilíbrio cósmico.

As informações começaram a fervilhar nas redacções dos órgãos de informação, ocupados quanto basta com diversos acontecimentos de “primeira página” que decorreriam ou vão se iriam realizar em Portugal. O Porto ganhou a Taça da Europa, mas o Mourinho partiu para a Inglaterra. O Rock in Rio recebe grandes estrelas mundiais da música rock mas não esgota as lotações como seria de esperar. A campanha eleitoral para a eleição de deputados europeus está na rua mas os candidatos nada esclarecem sobre os seus objectivos. O Europeu 2004 já está em contagem decrescente para o seu início e vão sobrar lugares nos estádios.


Finalmente...

”Eles estão aí... de novo”, tal como acontece ciclicamente, e os órgãos de informação são bombardeados não com meteoritos, mas com afirmações vindas de diversas entidades oficiais, no mínimo surpreendentes.

A Força Aérea confirma ter registado um “alvo” durante dois ou três minutos que “não era um avião” e várias torres de controlo detectaram o objecto.


O investigador José Fernando Monteiro, do departamento de geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa põe fora de questão poder tratar-se de um fenómeno astronómico ou da queda de fragmentos de um satélite.

O Instituto de Meteorologia não tem “qualquer explicação meteorológica” para o sucedido.

Estes acontecimentos sempre preocuparam os governos, levando os mais poderosos a efectuarem estudos e investigações de âmbito secreto e a mobilizarem meios para incutir no espírito das pessoas o ridículo de valorizarem a existência de fenómenos de difícil explicação.

Assim, a revista Sábado titulou que Ovni é apenas reflexo de um satélite baseado em declarações do astrónomo José Matos.

Mas o Jornal 24 Horas publicava pouco tempo depois: Reflexo de satélite é um perfeito disparate, palavras de um especialista da Faculdade de Ciências de Lisboa, o já citado José Fernando Monteiro.


É matéria fortemente controversa mas será interessante recuar até ao verão de 1967 e deixarmo-nos levar pela imaginação (ou realidade?)...

Numa noite cálida daquele verão já meado do ano de 1967 quando, como tantas noites acontecera, observávamos o amplo firmamento que envolvia a zona do Penedo, em plena Serra de Sintra fomos surpreendidos por uma luminosidade única, diferente de tudo o que víramos antes.

Não era importante o nível de sonho, mesmo de alucinação do momento, pois aos olhos do terráqueo apresentava-se a imagem de um belo corpo de mulher completamente despido, sedutor e desejoso de partilha. E esta teve lugar.

Sobrou a certeza, depois de um indiscritível prazer sentido, de que o objectivo da continuidade do saber universal seria atingido. Ficou a certeza irrefutável até hoje de que havia sido constituído naquele magnífico local da Serra de Sintra, o Monte da Lua, à beira do Oceano Atlântico, um casal de sentir cósmico.

Passado um número primo de anos, trinta e sete, eles voltaram ao planeta Terra no ano de 2004...

Interrogo-me porque em pleno mês de Junho de 2010, quando faltam doze meses para uma nova data adequada estas memórias afloraram ao meu pensar? E o desejo grande de as partilhar...




[hoje é o Dia Mundia dos OVNIS]

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quarta-feira, junho 23, 2010

palavras fazedor



desassossego de poeta fazedor
de versos libertinos que me apraz
espontaneidade dos tons de lilás
rimei luz difusa e muita cor
artista de palavras com sabor


dedicado à minha querida amiga Lilá(s)
do blogue Perfume de Jacarandá



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lavar a roupa na praia

Às segundas-feiras, em cima do burrito ou com a trouxa da roupa à cabeça caminhavam pela Descida das Vacas, para lá da rocha, até à praia, Praia do Rei seria, onde iam lavar a roupa. No longo areal que antecedia a orla marítima escavavam até aparecer água, que era água doce.

Era nesse improvisado “poço” onde colocavam uma pedra plana que lavavam a roupa da semana que depois era posta a corar no cimo de um medo que sempre tinha alguma cobertura arbustiva.



pedra para lavar roupa na praia



In "Charneca de Caparica - Estórias da sua História

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terça-feira, junho 22, 2010

amar um relógio de sol



vivaz como um girassol
de amarelo se vestiu
amar um relógio de sol
no sonho que então sentiu
o seu destino seguiu


relógio de sol do Edifício do Turismo, Tomar


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dia do quadrante solar

Coincidindo com o Solestício de Verão comemora-se o Dia do Relógio de Sol, tal como vem referenciado em O Verdadeiro Almanaque BORDA D’ÁGUA para o ano comum.

Os fundamentos do funcionamento dos relógios de sol baseiam-se no movimento aparente do Sol pela abóbada celeste e na correspondente deslocação da sombra produzida pelo efeito da sua incidência numa haste ou numa estrutura saliente designada por gnómon.

A projecção da sombra quando efectuada sobre um plano devidamente graduado, o mostrador, permite efectuar a leitura e determinação da hora do dia. Tem a designação de dia solar verdadeiro o tempo que medeia entre duas passagens sucessivas do sol pelo meridiano do local considerado, raramente coincidindo com as horas medidas pelos contadores de tempo.

São três os factores que determinam as diferenças verificadas entre as horas indicadas pelos relógios de sol e as que são medidas pelos contadores mecânicos de tempo:

a) A alteração fictícia que introduzimos ao considerar hora de Verão e hora de Inverno. Quando estivermos na hora de Verão deveremos adicionar uma hora à indicada pelo relógio de sol;
b) A hora indicada pelo relógio de sol deve ser corrigida de acordo com o meridiano de referência do fuso horário em que nos encontramos;
c) O dia solar verdadeiro difere do dia solar médio com pequenas oscilações ao longo do ano, devido à obliquidade da eclíptica e da variação do movimento aparente do Sol pela abóbada celeste, decorrente da elipticidade do movimento de translação da Terra.

A marcação horária determina que cada hora corresponde a 15 graus, logo 4 minutos é o equivalente a 1 grau. Como a cidade de Lisboa tem a longitude de 9 graus Oeste, teremos que adicionar 36 minutos à hora dada pelo relógio de Sol.

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segunda-feira, junho 21, 2010

celebrar a vida



celebro em ti o erotismo dos olhares
da música quentes as sonoridades
os frutos maduros dos pomares
as chamas de ouro dos lumiares
celebro nossas cumplicidades


flor da hortência


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ergam-se os druidas

Quando os contadores de tempo marcam em Portugal...

11 horas e 28 minutos

Ergam-se e avancem os druidas de todo o Universo. Congreguem as forças do bem porque as gentes estão ansiosas de um mundo melhor. Ergam o ambiente esotérico de Stonehenge e entoem cânticos de festa de alegria de optimismo de felicidade. Enviem os corvídeos com as boas novas para todos os recantos onde exista um ser humano. Nos amplos campos da Bretanha apelem ao querer e ao saber. Um mundo novo é eminentemente necessário. Chegou a hora de avançar!
[apelo formulado no “santuário druida” de Stonehenge, primeiro Solstício de Verão do Terceiro Milénio]

Agora que um novo Verão começa, tempo quente, prenhe de energia cósmica o apelo é ainda mais necessário.

A civilização caminha para o caos levada pela determinação das forças da globalização financeira, da globalização da guerra, das forças mais retrógradas do capitalismo terrorista, numa ânsia tremenda de devorar quem defende o social, quem pugna por um mundo sem opressores nem oprimidos, por um mundo sem fome onde as impressionantes fortunas humilham milhões de seres humanos que vivem abaixo do limiar da subsistência.

Hoje é o dia da partilha no seu mais elevado expoente.

A partilha que é o mais elevado sentir do ser humano, caracterizada pelo dar e receber dos afectos e do saber, tem hoje no hemisfério Norte o reconhecimento astral, quando o sol parece deter sua marcha de um hemisfério ao outro. É o dia em que o Sol maior energia transmite aos seres humanos com mais horas visível no nosso hemisfério.

Vamos entrar numa época de grande vitalidade, passado que foi o tempo da germinação, altura de cuidar dos frutos aromáticos e dulcíssimos que vão trazer importantes fontes de vitaminas, especialmente necessárias às crianças e aos nossos companheiros mais idosos nesta viagem.

É tempo de afastar os obstáculos, ser positivo, cuidar do futuro. É tempo de dar refúgio aos refugiados e de dar abrigo aos sem-abrigo. Mais do que refúgio e abrigo materiais é tempo de partilhar afectos e quereres.

É assim a forma de viver o Solstício de Verão!

Está em causa o equilíbrio universal. Em consequência não estamos sós. Um Mundo de afectos é o caminho da Esperança.

O fogo esteve, desde tempos imemoriais, ligado às celebrações do Solstício de Verão pois as gentes acreditavam que o Sol não voltaria ao seu esplendor total depois desta data, a partir da qual os dias eram cada vez mais curtos. Por esta razão eram acesas grandes fogueiras e praticavam-se ritos de fogo, muitos deles de cariz extremamente erótico, para o ajudar a renovar energias.

Em tempos posteriores acendiam-se fogueiras no topo das montanhas, no percurso dos ribeiros, em metade da largura das estradas e caminhos, defronte das casas. Organizavam-se procissões com tochas e usavam-se “rodas de fogo”, descendo colinas e através dos campos. Ainda hoje se mantém essa tradição na noite de São João Baptista, de 23 para 24 de Junho de cada ano.

Um velho ritual pagão que festejava o Sol no mês de Junho foi apropriado pelo culto romano da deusa Vesta, patrona do Fogo e, posteriormente, pelo Cristianismo, que o atribuiu poderes a João Baptista, no Solstício de Verão, a 24 de Junho. Junho, deriva do latim Junius-Junior, que significa o mais novo, ou o que renova. Para o Cristianismo, João Baptista é o testemunho da Luz, do verbo incarnado, o que introduz o rito do baptismo, ou seja, da renovação. Vinte e três Papas adoptaram o seu nome e duas ordens renderam-lhe homenagem.

Nesta época do físico e do carnal, festeja-se o erotismo nos gestos e nos olhares, com sonoridades quentes de música ora dolente ora prenhe de vivacidade ao mesmo tempo que se queimam no caldeirão da fortuna flores vermelhas como as rosas “Príncipe Negro” e ervas solares, como a camomila, a lavanda e a verbena. Comem-se frutos frescos, as cerejas, as ameixas de S. João, os alperces de Palmela, e bebe-se vinho doce com sabores de moscatel.

Almada tem em São João Baptista o seu padroeiro do Povo. Do lado certo da vida Almada é terra de solstício.

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domingo, junho 20, 2010

perigo certeiro



roda a roda sem parar
fonte de perigo certeiro
o sem-fim não pode esperar
a fábrica esta a laborar
o homem é o seu esteiro


gerador de energia da fábrica da pólvora
de Vale de Milhaços
hoje núcleo museológico



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circuito da pólvora negra

Exploração e interpretação do “Circuito da Pólvora Negra” da antiga Sociedade Africana de Pólvora, em Vale Milhaços, concelho do Seixal, incluindo o edifício das caldeiras e da máquina a vapor, cujos equipamentos são conservados em estado de funcionamento por antigos operários.


uma das oficinas da antiga Fábrica da Pólvora


São dois irmãos que moravam em Charneca de Caparica no tempo em que a fábrica da pólvora ainda laborava e que diariamente se deslocavam para o trabalho, grande parte das vezes a pé ou de bicicleta.

António Moura – fogueiro das caldeiras
Francisco Moura – maquinista do gerador de energia

A fábrica da, então, Companhia Africana de Pólvora, depois Sociedade Africana de Pólvora, iniciou a sua laboração no ano de 1898.



Contactos e Informações:
Ecomuseu do Seixal
www.cm-seixal.pt/ecomuseu

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sábado, junho 19, 2010

sempre procurou deus



no caminho processional
do cruzeiro da devoção
ecoam ladainhas no pinhal
são cânticos de fé divinal
na procura de deus do coração


José Saramago sempre procurou Deus...


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saramago, viva mais!

Há muitos anos atrás conheci um homem alto, esquelético, de cenho fechado. Ninguém dele gostava, era repelente logo ao primeiro contacto. Assistente no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras ninguém o “aceitava” de bom grado como professor. Não deixou boas memórias aos seus alunos.

Anos mais tarde conheci um homem alto, esquelético, de cenho fechado. Arrogante pelo poder que possuía, não tinha amigos mas sabujos que tentavam “comer” as migalhas que lhe caiam da boca. Negava o povo de onde tinha vindo, povo que evocava numa falsa e balofa modéstia. Era gente de mau íntimo, complexada e mal formada.

O tempo passa veloz. Conheci um homem alto, esquelético, de cenho fechado. Matreiro, traiçoeiro, vingativo e com muito poder. A sua arrogância era tão grande quanto a sua falta de cultura. Minava na podridão qual larva. Manipulava. “Gémeo” era de um larvar tão grande quanto ele. Complexado mas poderoso. Sempre a precisar de tratamento psíquico, mas incurável. Porque acima de tudo é um homem mau.



Sousa Lara continua a vomitar amarelo. Cavaco Silva “cospe” na bandeira nacional.

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sexta-feira, junho 18, 2010

saramago, viva!



és símbolo da liberdade
nas palavras na vida no saber
inspiração na verdade
global solidariedade
és o povo a escrever


um novo livro de José Saramago


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a ponte da solidariedade

Modesto texto escrito na Oficina das Ideias em Maio de 2005 em resposta a um desafio de José Saramago



Chegado à Terra contactei os homens bons que ainda por cá existem e que continuam a lutar por um Mundo melhor, sem oprimidos, sem humilhados, sem discriminados, sem refugiados. Um deles abriu-me o coração e ofereceu-me um pote tapado, recomendando-me que na próxima alvorada numa planície doirada de espigas de trigo lhe retirasse a tampa e deixasse o tempo fluir.

Quando realizei esta tarefa que um homem bom me havia recomendado logo se desprendeu um Arco-Íris que fluiu na direcção do espaço, na direcção de Marte sem dúvida, donde das suas sete cores se destacava uma lista azul luminosa. Do lado de cá do Arco-Íris estava na realidade um pote, não cheio de moedas de oiro, como é da tradição, mas cheio de muito querer por um Mundo melhor.

E na ponta de lá? Aquela que chegou a Marte? Uma porta, melhor, um portão maravilhosamente trabalhado e um convite à comunhão do melhor que cada uma das civilizações continha. A partir desse momento, por uma ponte onde somente a Solidariedade podia passar uma permuta constante de bem-estar veio engrandecer o Universo.

Tempos mais tarde os resultados estavam bem visíveis. Marte continuava a ser o que sempre fora mas com todas as cores que a Natureza lhe proporcionou. Na Terra os senhores do Mundo, os senhores do poder e da guerra não resistiram a tanta solidariedade e as pessoas voltaram a sorrir e cada terráqueo passou a ser responsável por todos os terráqueos.

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obrigado saramago

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quinta-feira, junho 17, 2010

fornalha do mundo



és do mundo uma fornalha
de sentir incandescente
devoras lenha carvalha
não dás tréguas à escumalha
és fogueira exigente


A Oficina das Ideias recomenda:
Visita ao "Circuito da Pólvora Negra"
antiga Sociedade Africana de Pólvora
Vale de Milhaços - Seixal



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quarta-feira, junho 16, 2010

crescente levantino



enquanto não é a alvorada
a princesa sherazade
“mil e uma noites” encantada
esta “nour” tão desejada
significa a liberdade


Lua em Crescente, primeira falcada


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cromeleque

Na semana da celebração do Solstício de Verão...


O Cromeleque dos Almendres é um monumento megalítico que está situado numa encosta voltada a nascente na Herdade dos Almendres, freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe - Évora









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terça-feira, junho 15, 2010

seda poetada



de suaves tonalidades
em papel de seda poetada
brincos de princesa são saudades
de tempos idos, liberdades
no teu sentir, minha amada


brinco-de-princesa, branco e rosa
dos jardins de Vale de Rosal



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stonehenge , a jóia do passado britânico

Na semana da celebração do Solstício de Verão...



Stonehenge é o mais importante monumento pré-histórico de toda a Britânia. É único e como ele nada existe de semelhante em todo o mundo. Desde sempre fez parte do imaginário de quem alguma vez pensou viajar nesta região. O monumento que hoje podemos visitar constitui a fase final de ruína de Stonehenge, um templo pré-histórico que foi utilizado há mais de 3.500 anos. A religião, a astronomia, os druidas, a origem e a destruição de Stonehenge são mistérios que se respiram no local. O ambiente envolvente é, definitivamente, esotérico, sublinhado pelas centenas de corvídeos que aí vivem.

Este monumento extraordinário foi buscar a designação ao facto de ser constituído por enormes blocos de pedra (“stone”) e ter sido erigido num enorme terreno resultante duma terraplanagem em forma circular definida por taludes de terra e fossos concêntricos (“henge”) situada na planície de Sulisbury.




A mais antiga referência ao monumento, supõe-se, é a que faz o grego Hecateu de Abdera na sua "História dos Hiperbóreos", datada de 350 a.C. : "ergue-se um templo notável, de forma circular, dedicado a Apolo, Deus do Sol..."

Até hoje Stonehenge não abriu mão dos seus enigmas essenciais: Por que motivo as "pedras azuis" foram trazidas das montanhas de Gales, implicando um deslocamento de 400 Km, incluindo uma travessia marítima, quando não faltavam pedreiras na vizinhança? Que métodos usaram as pessoas da Idade do Bronze para transportar e erguer os colossais blocos, que chegam a pesar 50 toneladas? E, sobretudo, a que uso se destinava Stonehenge? Era um templo do Sol, no qual, uma vez por ano, se realizava um ritual cósmico da fertilização? Ou tratava-se, igualmente, de um gigantesco observatório celeste como sugerem uma série de alinhamentos astronómicos precisos? Há ainda quem veja nele um gerador de energias ocultas e mesmo uma base de emergência para “Ovnis” perdidos. Quanto à sua utilidade só não existe dúvida de uma coisa: Stonehenge serve para nos deixar estupefactos perante a sua grandiosidade e a força e engenho dos seus construtores.

Obra dos primitivos povos britânicos, Stonehenge é um exemplo clássico das civilizações megalíticas. Cientistas defendem a sua evolução no decorrer de cinco fases, enquanto outros afirmam que Stonehenge foi construído entre os anos 2800 e 1100AC, em três fases separadas:

1ª Fase – Construção do Morro Circular que conhecemos como o círculo externo de Stonehenge e dos três círculos de buracos, cinquenta e seis ao todo, que cercam o monumento. As quatro "pedras de estação" que se supõe terem sido utilizadas como um Observatório Astronómico, cujo objectivo aparente seria observar o nascer e o pôr-do-sol e da Lua, visando elaborar um calendário de estações do ano.

2ª Fase – Iniciou-se cerca de 2100AC com a construção do duplo círculo de pedras, em posição vertical no centro do monumento, bem como da larga avenida que liga Stonehenge ao rio Avon e da margem externa das planícies cobertas de relva que o rodeiam.

3ª e última fase – O duplo círculo de pedras foi separado e reconstruído, sendo erguidos muitos dos trilitos.




Ao meditar sobre os mistérios de Stonehenge, vale a pena lembrar que, naquela época, diferentes tribos e autoridades contribuíram para a construção de Stonehenge. Cada um pode ter tido objectivos diferentes para construir o monumento. Os Arqueólogos, no entanto, ainda consideram a hipótese de se tratar de uma construção religiosa...

Acredita-se que Stonehenge e outros sítios megalíticos hajam sido construídos pelos antepassados dos Druidas da actualidade, por acreditarem que fossem lugares de grande força para concretizarem seus rituais... em vez de templos fechados eles reuniam-se nos círculos de pedra, como se vêem nas ruínas de Stonehenge, Avebury, Silbury Hill e outros.

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segunda-feira, junho 14, 2010

celebrar o solstício



celebrar o solstício
neste junho tão mimado
do universo benefício
de felicidade bom auspício
em floral tão rimado


a 21 de Junho será o Solstício de Verão
Iniciamos hoje a sua celebração



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uma lágrima de jasmim

Intenso aroma
Dos dias de Primavera
Envolvia os sentidos
Naqueles tempos perdidos
Do que fora uma quimera
No voo de uma paloma.

Como o tempo sensual
Que dura uma carícia
Penetrou no coração
Acendeu tal paixão
Em momento de impudícia
Foi a chama ritual.

Mas voltou ao seu jardim
Recolhida e modesta
De quem tem muito valor
Símbolo do muito amor
Aquilo que no fim resta
Uma lágrima de jasmim.

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domingo, junho 13, 2010

tão bela flor



nas suaves tonalidades
desta tão bela flor
inspiremos nossas amizades
vivências felicidades
nosso sentido amor


crisâmetos dos jardins de Vale de Rosal


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santo antónio é de lisboa

Santo António que é no imaginário popular um santo piroleiro, atrevido e amante de partir as bilhas com que as cachopas iam buscar água nos chafarizes de Lisboa, foi doutor da Igreja conceituado em todo o Mundo religiosos e que muitos países pretenderam tê-lo como seu.

Santo António nasceu em Lisboa, no ano de 1195, recebeu o nome de Fernando e os apelidos de Bulhões y Taveira de Azevedo. Reside os primeiros tempos da sua vida numa casa situada no largo fronteiro à Catedral de Lisboa, hoje Largo da Sé.

Não se pense, contudo, que a tradição de festejar o Santo António com a realização de Marchas Populares venha de tempos passados, seja tradição de fundamentos populares e genuínos. Tal como acontece com muitas outras manifestações ditas populares também as marchas nasceram duma acção de propaganda do Estado Novo onde pela batuta de António Ferro (responsável pela política cultural do Estado Novo) Leitão de Barros, à época director do Notícias Ilustrado, encenava as acções de “folclorização do Estado Novo”, conforme sábias palavras do investigador Daniel Melo.

Decorria o ano de 1932 e apresentavam-se a concurso na sala do Teatro Capitólio, no Parque Mayer, as marchas de três colectividades em representação dos bairros de Alto do Pina, Campo de Ourique e Bairro Alto.

Mas a história de vida de Fernando de Bulhões é outra bem diferente. Com 24 anos é ordenado sacerdote depois de ter frequentado a escola da Sé de Lisboa a partir dos sete anos, situação rara à época, de ter ingressado na Ordem dos Agostinhos no Mosteiro de S. Vicente de Fora e de durante 10 anos se ter dedicado à oração em Coimbra, já nessa época um importante centro cultural, no Mosteiro de Santa Cruz.

Após ter tido os primeiros contactos com franciscanos e o conhecimento posterior de que cinco franciscanos tinham sido martirizados em Marrocos, como consequência da tentativa de evangelizar infiéis, decidiu seguir-lhe os passos e ser um missionário e torna-se frade franciscano no Eremitério de Santo Antão dos Olivais, de Coimbra.
É recebido na Ordem com o nome de Frei António, enviado para as missões entre os sarracenos de Marrocos, conforme o seu desejo.

Problemas de saúde obrigaram-no a regressar à Europa. O navio de volta a Portugal foi levado pelos ventos para a Itália. Desembarcou na Sicília e dirigiu-se para Assis, onde se encontrou pela primeira vez com São Francisco permanecendo num eremitério na Itália. Durante este tempo, ocupou vários cargos, como o de professor em sua ordem na Itália e na França e também pregando nos lugares onde a heresia era mais forte.

O combate à heresia era feito não apenas através da pregação, mas também por meio de milagres espantosos. Sabia de cor quase todas as Escrituras e tinha um dom especial para explicar e aplicar as mais difíceis passagens. Em Rimini, os hereges impediam o povo de ir aos seus sermões. Então, apelou para o milagre. Foi à costa do Adriático e começou pregar aos peixes, que acorreram em multidão, mostrando a cabeça fora da água. Este milagre invadiu a cidade com entusiasmo e os hereges ficaram envergonhados.

Em 1229, foi morar com os seus irmãos franciscanos, perto de Pádua, no convento de Arcella, em Camposampiero, onde em 1231, acometido de uma doença inesperada, faleceu no dia 13 de junho, aos 36 anos de idade. Foi canonizado pelo Papa Gregório IX em 30 de Maio de 1232. Sendo até hoje o santo mais rapidamente foi canonizado. É um santo de grande popularidade, onde o povo costuma invocá-lo para encontrar objectos perdidos e auxiliar moças solteiras a encontrar noivos.

Entrando no espírito festeiro da data que agora passa deixamos aqui três quadras populares da autoria de trabalhadores desta Oficina:


Santo António é de Lisboa ninguém o pode negar


Santo António é de Lisboa
Ninguém o pode negar
Foi de Alfama à Madragoa
Para o fado ouvir cantar

Santo António é de Lisboa
Ninguém o pode negar
Boémio, de vida boa
Vai nos arraiais naufragar

Santo António é de Lisboa
Ninguém o pode negar
Sardinha assada com broa
Manjericos ao luar





Crédito aos saberes de Wikipédia, Isabel Lucas (DN) e Daniel Melo (investigador)

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sábado, junho 12, 2010

horizontes fechados



nos medievos momentos
de horizontes fechados
procuravam alentos
nos castelos e conventos
da televisão antepassados


centro histórico de Vila Maior


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ti maria úrsula parteira

Repousa no subconsciente colectivo das gentes das Charneca de Caparica como no da gente de toda a região litoral compreendida entre o Cabo Espichel, o Barbárico Promontório, e o Cabo da Roca, bem perto do Monte da Lua, a memória de um nefasto acontecimento geológico que há cerca de 10.000 anos “afundou” centenas de quilómetros da zona costeira europeia.

A existência do continente Atlante ou Atlântida onde viveu um povo tecnologicamente muito avançado e de uma faustosa riqueza, pacífico e sem pobreza, aflora em determinadas circunstâncias ao sentir do povo quando confrontado com situações extraordinárias.

Contou a própria Maria Úrsula, afamada parteira da Charneca de Caparica, a alguém que tal nos transmitiu que certa noite de Inverno em que se ouvia o marulhar forte do mar para lá da rocha lhe bateram à porta. Quando abriu, um homem vestido a rigor e de chapéu alto, tendo na mão uma candeia donde saía intensa luminosidade, solicitou-lhe que se deslocasse junto duma parturiente a quem tinha “chegado a hora”. Seria bem recompensada por tal.

Assim fez a Maria Úrsula que seguiu numa elegante berlinda que a aguardava puxada por um elegante cavalo alazão. Chegada à Descida das Vacas, para onde se haviam dirigido, uma lapa de que nunca se tinha apercebido existir abriu-se na rocha por onde a berlinda entrou.

Corredores amplos e muito iluminados cobertos de ricas tapeçarias foi o caminho seguido pela berlinda até ao local em que se encontrava a parturiente já em pleno trabalho de parto. Maria Úrsula “aparou” o recém-nascido com todo o seu saber tendo recebido muitos agradecimentos e retribuições. Regressou na berlinda a sua casa.

Nunca mais conseguiu saber o local exacto onde a lapa se terá aberto por muitas vezes que por lá tenha voltado a passar.

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sexta-feira, junho 11, 2010

uma flor para... a alicinha



na pureza do lavado ar
aromas de lavandas flores
coam a brisa do mar
que insiste em soprar
trazendo sorrisos amores


Alicinha é a minha querida Amiga Alice
amizade forte sedimentada no trabalho
a quem muitas felicidades desejo



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quinta-feira, junho 10, 2010

firme na esperança



ver mais do que a vista alcança
sentir o que sofre o irmão
manter firme a esperança
que chegam tempos de mudança
é ouvir o coração


centro histórico de Ciudad Rodrigo


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quarta-feira, junho 09, 2010

a ponte



a ponte
torna mais breve o caminho
na simplicidade da fonte
uma palavra que desponte
é água pura, carinho


simplesmente "a ponte"


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lugar comum

Numa conversa de amigos veio à fala um lugar comum, contudo dito com sentimento. Por isso, aqui o partilho com os meus amigos:



Olho para trás e de nada me arrependo... estou feliz e tranquilo... sinto que ninguém prejudiquei na minha viagem... contudo, se pudesse voltar a tempos idos ia aproveitar para aprender mais.

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terça-feira, junho 08, 2010

uma flor para... a lila



minúsculas flores tão belas
testemunham olhares de ternura
flores silvestres singelas
são da natureza janelas
num olhar que em mim perdura


Lila é a minha querida Amiga Lilá(s)
do blogue "Perfume de Jacarandá"
a quem muitas venturas desejo



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os cabazeiros

Foi por certo para fugir à dureza do trabalho dos campos que alguém com mais imaginação e destreza manual se lançou na arte de fazer cabazes de canas entrançadas, que as havia muitas nos imensos canaviais da Charneca.

Este trabalho de artesão que se realizava no seio de um número reduzido de famílias charnequenses – a dos “Rego”, a dos “Talego” e poucas mais – ganhou dimensão significativa e importância no rendimento familiar quando os cabazes começaram a ser vendidos para Lisboa, para os laboratórios da indústria farmacêutica que os utilizavam como embalagem dos medicamentos para exportação.

Teve tamanha importância local que a empresa “Camionetes Piedense” que servia transportes públicos à população da Charneca com ligação a Cacilhas resolveu colocar depois de 1953 neste percurso o carro 29, uma Berliet carroçada em França e que dispunha de uma ampla bagageira no tejadilho adequada ao transporte dos cabazes.

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segunda-feira, junho 07, 2010

palavra amor



tantas palavras se escrevem
são sentidas ou de cor
poemas que se perdem
difíceis porque assim o querem
sobra sempre o amor


palavras com sentido, no Centro Interpretativo de Belmonte


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as colmeias da charneca

O “Boletim de Fontes Documentais” editado anualmente pela Câmara Municipal de Almada publicou esta “Postura da Camara da villa de Almada”, datada de 1750, e que tem o número de referência 115, e que aqui transcrevemos mantendo a grafia original:

Postura que nenhuma pessoa não arranque, nem corte matto nem cepa, nem esteva dois tiros de besta ao redor das cilhas em que estiverem colmeyas.

Acordarão os ditos officiais e homens bons e puzeram por postura que por verem o grande dano que se fazem nas colmeyas por cauza de ao redor das cilhas aonde ellas estão se arrancar cepa de esteva, e cortar matto pella qual razão vão as ditas colmeyas em muita diminuição e ha muitas menos das que antigamente havia na Charneca do termo desta villa o que he em grande prejuizo dos moradores, e muito grande dano que se recebe nas ditas colmeyas querendo a isso prover mandarão que daqui em diante nenhuma pessoa corte matto, nem arranque cepa, nem esteva dois tiros e besta, ao redor donde estiverem cilhas que tenhão colmeyas que passe de oito cortiços povoados sob penna do que o contrario fizer e se lhe provar ou for achado cortando, ou arrancando cepa, esteva, ou matto por cada ves mil reis e da cadeya, a metade para o concelho e a outra para quem o accuzar
”.

A Charneca, mais tarde Charneca de Caparica, situava-se no termo geográfico da Vila de Almada e o seu nome tem origem, sem dúvida, no facto de ser um ermo exposto ao sol forte de Verão, onde se situavam dispersas algumas quintas e um ou outro casal.

Quase todos os casais possuíam nas suas terras alguns cortiços, forma tosca de colmeia, de onde obtinham o mel, o melhor adoçante que poderiam encontrar para as malgas de café, base do almoço, como então se dizia da primeira refeição do dia.

É uso dizer-se que o mel é “gostoso e vitaminoso”. Saboreia-se todo o ano, embora muitos somente dele se lembrem nas noites frias de Inverno. É um mel de grande qualidade, por vezes com aromas de rosmaninho, de tomilho e de urze, mas é de um modo geral multiflora, pois as abelhas vão colher o pólen ao funcho, ao trevo, à acácia, ao eucalipto e ao cardo, ficando o mel com uma tonalidade dourada muito clara.

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domingo, junho 06, 2010

rainha do mar



tu és a rainha do mar
do equilíbrio e do saber
deixa em tuas águas navegar
aprender, viver, sonhar
em tua magia beber


Iemajá, a rainha do mar, no Centro Interpretativo de Belmonte


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mares convergentes

Já passou tempo que o sol deixou de dardejar a Terra com a intensidade que tem feito nos últimos dias. É a sua vital energia que chega até, imprescindível mas para a qual são necessários cuidados e precauções adicionados, agora que surgem efeitos do vandalismo que o ser humano tem cometido sobre a Natureza.

Mas nesta altura já o sol diminuiu a sua intensidade e aquece os corpos por ele beijados com a doçura do fim de tarde quando as gaivotas à beira-mar se reúnem em colónias que muito em breve decidirão do destino colectivo. Hoje, por certo, permanecerão no Grande Areal pois a noite prevê-se seja tranquila e cálida.

Não aprazaram o encontro, mas sempre acontece, não por casualidade, mas porque os acontecimentos anteriores a ambos induzem este convergir para o mar quando a acalmia se chega à orla marítima, no momento em que o vento húmido da maresia roda para a brisa que passa a correr de terra para o mar.

Nesse mágico momento olhares carregados de sentir cruzam em mensagens de código estranho a que somente os iniciados na partilha e na permuta de afectos podem ter acesso. Um ligeiro sorriso, um cerrar quase imperceptível das pálpebras, um respirar ligeiramente mais agitado. Emoção.

Depois foi o caminhar lado a lado. Passo lento para a conversa ter mais sabor e o próprio odor do mar impregnar o corpo e o sentir. Cumplicidade no aproximar dos corpos, do tocar das ancas, do afastar ligeiramente... Sensualidade à flor da pele.

Se fosse possível um mesmo observador encontrar-se no mesmo momento em dois pontos muito distantes do globo ficaria, por certo, surpreendido com o que lhe era dado observar...

Uma mulher jovem, airosa no caminhar descalça sobre uma areia escura e grada, quase pequenos calhaus rolados, olhava sonhadora para o mar imenso, talvez mesmo um enorme lago pois não tinha ondulação e sonhava com a magia do âmbar. Seus olhos fulgiam em tonalidades que o observador não conseguia definir e embora caminhando só, mais parecia acompanhada pelos requebros que dava ao corpo e pela conversa que parecia manter.

Muito longe, quase do outro lado da Terra, as distâncias nem sempre se medem em quilómetros, um ancião de cabelo prata arregaçara as calças e pés mergulhados no espraiar das ondas caminhava para Sul sobre um manto de areia fina e doirada. Os olhos castanhos, cansados, pareceram mudar de cor e ganhar mais brilho quando o mar rolou mais forte e a água lhe chegou aos joelhos, molhando a dobra das calças. Curvou-se e apanhou uma pequenina concha que o mar havia depositado na areia.

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